O presidente recém-emposssado dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu nesta quinta-feira a ofensiva israelense na faixa de Gaza e disse a sua administração estará comprometida em promover a paz para a criação de dois Estados, para israelenses e palestinos, no Oriente Médio.
"Nós entendemos que Israel tem o direito de se defender pois nesses últimos anos o [movimento islâmico] Hamas lançou diversos foguetes na região. Porém, os Estados Unidos está comprometido para a criação dois Estados onde palestinos e israelenses poderão conviver juntos", afirmou Obama durante coletiva de imprensa onde apresentou o novo emissário para o Oriente Médio, o senador aposentado, George Mitchell, 75, que trabalhou pela paz na Irlanda do Norte.
Matthew Cavanaugh/Efe |
O presidente dos EUA, Barack Obama, antes de assinar três ordens executivas que determinam o fechamento de Guantánamo |
O presidente condenou os ataques de foguetes do Hamas antes da ofensiva e disse que "irá trabalhar ao lado do governo egípcio para manutenção do cessar-fogo". Obama afirmou ainda que o terrorismo contra inocentes é intolerável e que trabalhará ao lado da comunidade internacional para o envio de ajuda humanitária em Gaza.
"Nossos corações estão com os palestinos civis que precisam imediatamente de comida, água e tratamento médico básico [...]. Nós temos agora que estender a mão para oportunidade de um cessar-fogo, com a abertura da faixa de Gaza, para que todos possam conviver em um regime sob a supervisão de autoridades internacionais e palestinas", disse Obama que afirmou ainda que irá ajudar financeiramente para a reconstrução da economia da região.
J. Scott Applewhite/AP |
Barack Obama defende Israel e promete criação de dois Estados no Oriente Médio |
O presidente disse que a paz na região só será possível com a construção dos dois Estados, onde palestinos e israelenses "poderão conviver lado-a-lado com paz e segurança". "Agora chegou a hora para os estados europeus para agirem e darem suporte ao presidente [ da Autoridade Nacional Palestina] Mahmoud Abbas e [primeiro-ministro Salam] Fayad para conseguirem normalizar as relações com Israel para chegarem a um acordo de trégua", disse Obama.
O presidente sinalizou ainda que os Estados Unidos irão trabalhar para a abertura da fronteira em Gaza para o envio de ajuda humanitária aos feridos no confronto de 22 dias na região que deixou ao menos 1.300 mortos.
Obama prometeu combater o terrorismo na região e acrescentou que irá trabalhar fortemente a diplomacia na região para conseguir um cessar-fogo permanente e a paz.
Afeganistão
O presidente definiu a situação no Afeganistão e no Paquistão como sendo o grande foco do país contra o terrorismo e o extremismo. Obama prometeu uma estratégia completa para combater os insurgentes no Afeganistão, os quais possuem "raízes profundas".
Segundo o democrata, o governo afegão se mostrou incapaz de oferecer serviços de segurança aos cidadãos do país e que os EUA irão redobrar a atenção para a política do país.
Durante a campanha eleitora, Obama prometeu o envio de 30 mil soldados a região para conter a organização terrorista Al Qaeda e ao menos tempo retirar as forças de combate do Iraque. No discurso, o presidente alertou que embora o país não tenha sido alvo de ataques desde 11 de setembro de 2001, o grupo ainda prepara ataques contra os EUA.
Obama escolheu Richard Holbrooke, antigo mediador americano no Pacto de Dayton --que em 1995 colocou fim à guerra na Bósnia--, como enviado especial para o Paquistão e Afeganistão.
Guantánamo
O presidente reconheceu que mudará a política de relações exteriores do país e que irá potencializar a diplomacia. "O que eu quero deixar bem claro é que nós, americanos, não somos torturadores", disse Obama ao defender novamente o fechamento da prisão do Guantánamo, em Cuba.
"Não podemos prometer que vamos solucionar o problema do mundo, mas podemos promover os ideais", disse Obama sob forte aplausos. O presidente disse estar orgulhoso da equipe que escolheu para trabalhar e afirmou ainda ter uma confiança profunda na secretária de Estado, a ex-senadora de Nova York, Hillary Clinton.
"Queremos lutar não apenas com armas, mas com valores. Os Estados Unidos tem de servir como inspiração para o restante do mundo. Queremos ser críticos em termos de projeções de valores e ideias", afirmou o presidente.
UOL
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