sábado, 10 de janeiro de 2009

Hamas divulga condições para acordo; Israel diz que grupo perde força.


O líder do Hamas Khaled Mashaal --que vive na capital síria, Damasco-- afirmou que a ação militar israelense na faixa de Gaza acabou com a possibilidade de negociações e conclamou aos árabes que pressionem o Estado de Israel a terminar com os ataques na faixa de Gaza.

O discurso de Mashaal foi transmitido pela rede de TV Al Jazira. Os ataques israelenses na faixa de Gaza deixaram um saldo de mais de 800 mortos até o momento e geraram uma onda de protestos. Mashaal afirmou que a ação militar é falha porque o Hamas ainda lança foguetes contra Israel.

Ataque israelense acontece na faixa de Gaza neste sábado; tanques de Israel também avançaram na região palestina hoje
Ataque israelense acontece na faixa de Gaza neste sábado; tanques de Israel também avançaram na região palestina hoje


As declarações do membro da organização palestina ocorreram após a reunião do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, com o governante do Egito, o ditador Hosni Mubarak.

Mashaal enviou um recado aos países de maioria árabe e disse para que usem suas relações com Israel para o fim dos ataques. Caso contrário, o líder do Hamas ameaçou cortar relações com tais países.

04.jan.2008/Youseef Badawi/Efe
Khaled Mashaal afirmou que Israel falhou em objetivos militares na região da faixa de Gaza
Khaled Mashaal afirmou que Israel falhou em objetivos militares na região da faixa de Gaza


Ele também insistiu que o Hamas seja incluído, ao lado dos egípcios e dos países europeus, em qualquer sistema de monitoramento na fronteira com Rafah. Um acordo de 2005 que tratava de tal questão não incluiu o grupo radical.

O líder do Hamas ainda colocou condições para uma possível negociações que Israel interrompa os ataques, saia da faixa de Gaza e termine com o bloqueio à região.

"Vocês terminaram com a última chance para acordos e negociações", afirmou o líder da organização palestina, segundo a agência Associated Press.

"Nós estamos vivendo os mais duros momentos da resistência agora, nós queremos outra intifada (levante palestino) na Palestina", disse ainda Mashaal, de acordo com a mesma fonte.

Mashaal também afirmou que o Exército de Israel não atingiu nenhum objetivo militar em Gaza, segundo a agência France Presse.

"Posso dizer com total confiança que, no plano militar, o inimigo fracassou completamente, não alcançou nenhum de seus objetivos", afirmou Mashaal, segundo a France Presse.

Rejeição a observadores internacionais

Em um comunicado assinado pelo Hamas e pelo grupo Jihad Islâmica, as duas organizações palestinas rejeitaram neste sábado a presença de observadores internacionais na faixa de Gaza.

Luca Bruno/AP
Manifestantes seguram uma bandeira palestina diante da famosa catedral gótica da cidade de Milão; veja imagens de protestos
Manifestantes seguram uma bandeira palestina diante da famosa catedral gótica da cidade de Milão; veja imagens de protestos


No comunicado, os grupos, que assinaram como Aliança de Forças Palestinas, criticam a resolução 1860, aprovado na última quinta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

Também assinam o documento a Frente Democrática para a Libertação da Palestina e a Frente Popular para a Liberação da Palestina, entre outros grupos.

"Após uma reunião ocorrida na capital síria, os líderes destes grupos mostraram sua rejeição a qualquer acordo de segurança que danifique a resistência, seu papel e seu direito à legítima luta contra a ocupação", informa o texto.

O documento também convoca os dirigentes de países de maioria árabe a realizar uma reunião de emergência e "assumir sua responsabilidade história sobre a guerra de extermínio", informa o documento.

A proposta egípcia sugere uma trégua por um período limitado e a abertura de postos fronteiriços, além de uma reunião urgente entre ambas as partes.

Esgotamento

Um comandante militar israelense disse neste sábado que os militantes do grupo radical islâmico do Hamas começaram a dar sinais de esgotamento na ofensiva israelense na faixa de Gaza. A informação foi divulgada pelo jornal "Hareetz".

"Amir Mansi foi identificado pelas tropas israelenses como sendo um dos líderes militares do Hamas. Os soldados abriram fogo, mataram Mansi e feriram dois combatentes do Hamas que estavam com ele", informa o jornal.

O Exérciro de Israel matou mais de 550 combatentes palestinos em seus ataques aéreos e terrestres contra a faixa de Gaza, segundo um alto oficial israelense, de acordo com a France Presse.

"Pelo menos 250 combatentes morreram em uma semana de bombardeios aéreos, após 27 de dezembro", afirmou o oficial, durante uma entrevista à agência de notícias.

Segundo o oficial, outros 300 combatentes foram mortos na fase terrestre da operação "Chumbo Grosso", lançada no dia 3 de janeiro.

Com Associated Press, France Presse, Reuters, Efe e "Haaretz"

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