sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

HOLOCAUSTO: Câmara de Gás era para Desinfetar, diz cardeal lefebvriano.


Tem um ditado popular que diz o seguinte: “Se arrependimento matasse, aquele que concedeu o perdão estaria morto”.

Não sei se o ditado se aplica aos papas, que, conforme se proclama, são infalíveis nas questões de fé porque iluminados. Em outras questões são como nós, comuns mortais. Ou seja, erram. Só que com grande repercussão.


Ratzinger olha o ataque lefebvriano

Ratzinger olha o ataque lefebvriano

O papa Bento XVI se não se arrependeu de ter levantado a excomunhão de quatro bispos lefebvrianos, da Fraternidade Pio X, já deve ter a certeza da precipitação.

Ontem, um dos contemplados, don Floriano Abrahamowicz, disse que as câmaras de gás serviam para desinfetar. E a sua postura anticristã não parou aí. Sustentou que o número de 6,0 milhões de hebreus exterminados é meramente simbólico, pois, quando se fala em genocídio, sempre há exageros.

Depois da repercussão negativa decorrente do levantamento da excomunhão, em especial do bispo lefebvriano Richard Williamson, que nega o Holocausto-Shoá, o papa Ratzinger condenou publicamente “todo negacionismo” e voltou a falar de “irmãos” hebreus: João Paulo II havia excomungado os quatro lefebvrianos em 1988 e chamara os hebreus de “irmãos mais velhos”.

Como destaquei em post anterior, a diplomacia vaticana, depois do ato de levantamento da excomunhão na antevéspera do Dia Internacional da Memória do Holocausto (27 de janeiro), atuou como bombeiro na tentativa de apagar o incêndio causado por Ratzinger. Coube ao cardeal Walter Kasper escrever uma resposta à carta-protesto do Rabinato de Israel, com a seriedade que o momento reclamava.

Enquanto a diplomacia vaticana comemorava o sucesso da reaproximação e do fim do incidente, com a retomada, pelo Rabinato, das conversações bilaterais suspensas, um outro foco de incêndio apareceu ontem.

O novo foco de incêndio deve-se à divisão dos lefebvrianos. Uma ala virulenta, que aproveita da visibilidade pós-levantamento da excomunhão, volta a atacar o papa Ratzinger e fala em “escandaloso erro ao ter o papa rezado numa mesquita islâmica”. Na segunda frente de ataque, o bispo Floriano Abrahamowicz, provoca os hebreus.

Em síntese, a ala lefebvriana radical apresenta-se como anti-semita, pois considera impura as mesquitas islâmicas e nega os extermínios dos hebreus.

Só para lembrar, o bispo Williamson negou o Holocausto e afirmou que nenhum hebreu morreu em câmara de gás, para ele inexistes nos campos de concentração. Williamson atua na Argentina na formação de novos lefebvrianos, para a Fraternidade fundada em 1970 pelo falecido cardeal Marcel Lefebvre.

Agora, o bispo Floriano Abrahamowicz, até então desconhecido internacionalmente, parte para reforçar o ataque de Williamson. E Floriano é da comunidade lefebvriana da região nordeste da Itália, onde, separatistas, querem a “independência da Padânia” (região do rio Pó) da República italiana. Os referidos separatistas se reúnem num partido político conhecido por Liga Norte, de perfil filo-fascista e que apóia, com os seus parlamentares, o governo direitista do premier Sílvio Berlusconi.

PANO RÁPIDO: se arrependimento matasse, como ensina a sabedoria popular, já estaria a ocorrer, no seio da Igreja católica, convocação para a capela Sistina e certa chaminé revisada para soltar uma fumaça branca.

–Wálter Fanganiello Maierovitch–

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