sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Lula decide não extraditar o italiano Cesare Battisti e reage à crítica da Itália

Camila Campanerut
Do UOL Notícias
Em Brasília
  • O ex-militante da esquerda italiana, Cesare Battisti, em Brasília

    O ex-militante da esquerda italiana, Cesare Battisti, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira (31), em nota, que decidiu não extraditar o ex-militante italiano Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas na década de 1970, quando participava de um grupo armado.

A nota foi lida por Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores de Lula.

A decisão foi baseada em parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), feito com base nos termos da Constituição brasileira, nas convenções internacionais sobre direitos humanos e do tratado de extradição entre o Brasil e a Itália.

Agora, caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) expedir alvará de soltura do ex-ativista. É um ato formal de execução da decisão do presidente da República.

Em novembro de 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou a extradição do italiano, mas definiu que a decisão final caberia ao presidente da República.

No início da semana, o presidente disse que anunciaria sua decisão antes do fim de seu mandato, que termina no dia amanhã, dia 31 de dezembro. Na mesma ocasião, ele afirmou que se basearia em um parecer sobre o assunto da AGU (Advocacia-Geral da União). O órgão defendeu junto que se concedesse o status de refugiado a Battisti.

Veja a íntegra da nota

"O presidente da República tomou hoje a decisão de não conceder a extradição ao cidadão italiano Cesare Battisti, com base em parecer da Advocacia Geral da União. O parecer considerou atentamente todas as cláusulas do Tratado de Extradição entre o Brasil e Itália, em particular a disposição expressa na letra “f”, do item 1, do artigo 3 do Tratado, que cita, entre as motivações para a não extradição, a condição pessoal do extraditando. Conforme se depreende do próprio Tratado, esse tipo de juízo não constitui afronta de um Estado ao outro, uma vez que situações particulares ao indivíduo podem gerar riscos, a despeito do caráter democrático de ambos os Estados. Ao mesmo tempo, o Governo brasileiro manifesta sua profunda estranheza com os termos da nota da Presidência do Conselho dos Ministros da Itália, de 30 de dezembro de 2010, em particular com a impertinente referência pessoal ao Presidente da República."

A demora e cautela do anúncio da decisão se baseavam, além da implicação diplomática, o risco à vida de Cesare Battitsi caso ele regressasse à Itália.

Sobre a reação italiana antes mesmo da divulgação da decisão, Amorim disse que não há motivos para preocupação. “Nós não temos nenhuma razão para estar preocupados com a relação com a Itália. O Brasil tomou uma decisão soberana dentro dos termos previstos no tratado. As razões estarão explicadas neste parecer que será publicado no site da AGU (Advocacia Geral da União). A razão de eu estar aqui é porque, ontem, houve uma nota da presidência do Conselho de Ministros italianos. Então, é natural que o ministro das Relações Exteriores do Brasil faça a comunicação”, afirmou o ministro em entrevista coletiva no Palácio do Planalto.

Amorim não quis comentar a possibilidade de o STF (Supremo Tribunal Federal) voltar a analisar o caso como foi dito ontem pelo presidente da suprema corte, Cezar Peluso. O chanceler também não explicou qual a sua seria a condição do preso italiano no Brasil.

Reação italiana

Antes do anúncio da decisão de Lula, o governo da Itália declarou que se reservava "o direito de considerar todas as medidas necessárias para obter o respeito ao tratado bilateral de extradição" com o Brasil. Em entrevista ao jornal italiano "Corriere della Sera", desta quinta-feira, o ministro da defesa italiano, Ignazio La Russa, também disse que caso o Brasil concedesse o status de refugiado político a Battisti, o país não ficaria “isento de consequências”.

Roma reage e considera decisão "ofensiva"

Em 1989, o Tratado de Extradição foi assinado pelos governos brasileiro e italiano e sua ratificação só entrou em vigor quatro anos depois. Para a defesa de Battisti, a permanência dele no país estaria garantida pelo próprio tratado, cujo artigo 3 estabelece que a extradição pode ser negada nos casos em que há "razões ponderáveis para supor que a pessoa reclamada será submetida a atos de perseguição e discriminação por motivo de raça, religião, sexo, nacionalidade, língua, opinião política, condição social ou pessoal; ou que sua situação possa ser agravada por um dos elementos mencionados".
Histórico

Battisti fora julgado por um tribunal italiano que o considerou culpado pelos assassinatos de quatro pessoas entre 1977 e 1979. Na época, estava na França, onde tinha o status de refugiado político. Em 2004, quando o governo francês cogitou revogar seu status e entregá-lo à Itália, Battisti fugiu.

Cesare Battisti foi detido no Rio de Janeiro em março de 2007, durante uma operação conjunta realizada por agentes de Brasil, França e Itália. De lá foi encaminhado o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, onde permanece desde então.

A defesa de Battisti alega isua nocência e afirma que o italiano seria vítima de uma "perseguição política" por parte do governo italiano.

Em novembro de 2009, o STF anulou o status de refugiado concedido a Battisti e defendeu sua extradição à Itália, mas a decisão final sobre seu futuro dependeria do presidente da República.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Justiça do Rio concede alvará de soltura a Salvatore Cacciola.


Fabiana Uchinaka
Do UOL Notícias
Em São Paulo

  • Cacciola foi condenado a 13 anos de prisão em 2005 por crimes contra o sistema financeiro

    Cacciola foi condenado a 13 anos de prisão em 2005 por crimes contra o sistema financeiro

Os desembargadores da 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Espírito Santo e Rio de Janeiro) aprovaram nesta terça-feira (14) por unanimidade o alvará de soltura do ex-dono do Banco Marka, Salvatore Alberto Cacciola, 64. Segundo o TRF, o alvará já foi expedido e deve ser cumprido ainda hoje (15). Participaram da votação os desembargadores Liliane Roriz, José Antonio Neiva e Messod Azulay Neto.

Segundo o advogado do ex-banqueiro, Manuel de Jesus Soares, isso não significa que Cacciola será solto. "Havia aqui no Brasil duas prisões temporárias decretadas contra ele, que impediam que ele desfrutasse dos benefícios que lhe foram concedidos. Nós conseguimos os dois habeas corpus para essas prisões e agora vamos tentar que seja efetivada a progressão de regime, que foi já deferida", explicou o defensor.

Cacciola cumpre pena no presídio de segurança máxima Bangu 8, na zona oeste do Rio de Janeiro, desde 2008. Ele foi condenado a 13 anos de prisão em 2005, pela prática de vários crimes contra o sistema financeiro, entre eles peculato e gestão fraudulenta.

Em novembro, a juíza Roberta Barrouin Carvalho de Souza, da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Rio, concedeu ao ex-banqueiro a progressão para o regime semiaberto. Segundo ela, Cacciola cumpriu um sexto da pena em 7 de outubro de 2009 e não cometeu qualquer falta de natureza grave no último ano, preenchendo assim os dois requisitos previstos no Artigo 112 da Lei de Execução Penal (LEP).

Com a decisão, ele continua preso em uma unidade de regime semiaberto, mas pode requerer a saída para visita periódica à família ou para trabalhar fora da prisão.

Histórico

Em 1999, ele era o então presidente do Banco Marka, que comprometido com a desvalorização cambial da época (a instituição apostou na estabilidade do dólar e tinha 20 vezes o seu patrimônio líquido comprometido em contratos de venda no mercado futuro da moeda norte-americana), quebrou e pediu "socorro" ao Banco Central.

Alegando que o fato provocaria uma crise sistêmica no mercado, o Banco Marka recebeu o tal "socorro" do BC, juntamente com o banco FonteCidam, e vendeu dólares abaixo da cotação de mercado para que os bancos não quebrassem. Tal fato causou um rombo nos cofres públicos na ordem de R$ 1,5 bilhão.

Julgado pela Justiça do Rio de Janeiro, Cacciola foi condenado pelos crimes de peculato e gestão fraudulenta. Beneficiado por habeas corpus e usando a sua dupla-cidadania (italiana), Cacciola foi para o exterior e foi considerado foragido pela Polícia Federal.

Em setembro de 2007, o ex-banqueiro foi preso em Mônaco, após uma vistoria de rotina da Interpol - a pedido da PF brasileira - verificar que o nome de Cacciola constava na lista de procurados. Ele foi preso e, em julho de 2008, acabou sendo extraditado para o Brasil, onde desde então cumpre pena no presídio de Bangu 8, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Em novembro de 2008, o TRF manteve por unanimidade a condenação de Cacciola a 13 anos de prisão proferida em outubro de 2005.

Em abril deste ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou, por oito votos a um, pedido feito pela defesa para que ele respondesse em liberdade ao processo, mas concedeu a ordem para o juiz da execução penal avaliar a possibilidade dele cumprir a pena em regime semiaberto.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Permesso di soggiorno CE di lungo periodo: on line le istanze e le convocazioni per effettuare il test di italiano [it].

Permesso di soggiorno CE di lungo periodo: on line le istanze e le convocazioni per effettuare il test di italiano [it]
sexta-feira - 19/11/2010

Il dipartimento per le libertà civili e l'immigrazione del ministero dell'Interno ha messo a punto la procedura informatica che dal 9 dicembre consentirà la gestione delle domande per la partecipazione al test di conoscenza della lingua italiana che dovranno sostenere gli stranieri che intendono richiedere il permesso di soggiorno CE per soggiornanti di lungo periodo.

Da quella data infatti, in contemporanea con l'entrata in vigore del decreto 4 giugno 2010 che disciplina le modalità di effettuazione del test, il cittadino straniero interessato dovrà inoltrare per via telematica alla prefettura della provincia dove ha il domicilio la domanda di svolgimento del test, collegandosi al sito www.testitaliano.interno.it e compilando il modulo di domanda.

Le modalità di inoltro delle domande, di gestione del procedimento e uso dell'applicativo nonché di svolgimento del test di italiano sono indicate dal dipartimento nella circolare della direzione centrale per le politiche dell'immigrazione e dell'asilo n. 7589 del 16 novembre 2010.

Questo in sintesi il procedimento: l'istanza presentata on line viene acquisita dal sistema e trasferita alla prefettura competente. Se la domanda risulta regolare, la prefettura convoca il richiedente entro 60 giorni dall'istanza, sempre per via telematica, indicando giorno, ora e luogo del test. In caso di irregolarità o mancanza di requisiti il sistema genera automaticamente e invia al richiedente una comunicazione con l'indicazione dei requisiti mancanti per consentire la rettifica delle informazioni.

Il richiedente che compila e inoltra la domanda ha a disposizione un servizio di assistenza (help-desk) che può contattare tramite un indirizzo e-mail indicato www.testitaliano.interno.it.

Il risultato del test, consultabile da parte del richiedente su www.testitaliano.interno.it, viene inserito nel sistema a cura della prefettura competente, che lo mette a disposizione attraverso web service alla questura per le verifiche finalizzate al rilascio del permesso di soggiorno di lungo periodo.

Circolare n.7589 del 16 novembre 2010 (file pdf)



Allegato II (sostituisce quello riportato nella circolare)



Il test di italiano: il procedimento e i soggetti coinvolti (file ppt)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mackenzie divulga nota contra Lei da Homofobia (também conhecida como Lei da Mordaça GAY).

Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia

Leitura: Salmo

O Salmo 1, juntamente com outras passagens da Bíblia, mostra que a ética da tradição judaico-cristã distingue entre comportamentos aceitáveis e não aceitáveis para o cristão. A nossa cultura está mais e mais permeada pelo relativismo moral e cada vez mais distante de referenciais que mostram o certo e o errado. Todavia, os cristãos se guiam pelos referenciais morais da Bíblia e não pelas mudanças de valores que ocorrem em todas as culturas.

Uma das questões que tem chamado a atenção do povo brasileiro é o projeto de lei em tramitação na Câmara que pretende tornar crime manifestações contrárias à homossexualidade. A Igreja Presbiteriana do Brasil, a Associada Vitalícia do Mackenzie, pronunciou-se recentemente sobre esse assunto. O pronunciamento afirma por um lado o respeito devido a todas as pessoas, independentemente de suas escolhas sexuais; por outro, afirma o direito da livre expressão, garantido pela Constituição, direito esse que será tolhido caso a chamada lei da homofobia seja aprovada.

A Universidade Presbiteriana Mackenzie, sendo de natureza confessional, cristã e reformada, guia-se em sua ética pelos valores presbiterianos. O manifesto presbiteriano sobre a homofobia, reproduzido abaixo, serve de orientação à comunidade acadêmica, quanto ao que pensa a Associada Vitalícia sobre esse assunto:

“Quanto à chamada LEI DA HOMOFOBIA, que parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica, e que caracteriza como crime todas essas manifestações, a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre o homossexualismo como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos.

Visto que: (1) a promulgação da nossa Carta Magna em 1988 já previa direitos e garantias individuais para todos os cidadãos brasileiros; (2) as medidas legais que surgiram visando beneficiar homossexuais, como o reconhecimento da sua união estável, a adoção por homossexuais, o direito patrimonial e a previsão de benefícios por parte do INSS foram tomadas buscando resolver casos concretos sem, contudo, observar o interesse público, o bem comum e a legislação pátria vigente; (3) a liberdade religiosa assegura a todo cidadão brasileiro a exposição de sua fé sem a interferência do Estado, sendo a este vedada a interferência nas formas de culto, na subvenção de quaisquer cultos e ainda na própria opção pela inexistência de fé e culto; (4) a liberdade de expressão, como direito individual e coletivo, corrobora com a mãe das liberdades, a liberdade de consciência, mantendo o Estado eqüidistante das manifestações cúlticas em todas as culturas e expressões religiosas do nosso País; (5) as Escrituras Sagradas, sobre as quais a Igreja Presbiteriana do Brasil firma suas crenças e práticas, ensinam que Deus criou a humanidade com uma diferenciação sexual (homem e mulher) e com propósitos heterossexuais específicos que envolvem o casamento, a unidade sexual e a procriação; e que Jesus Cristo ratificou esse entendimento ao dizer, “. . . desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher” (Marcos 10.6); e que os apóstolos de Cristo entendiam que a prática homossexual era pecaminosa e contrária aos planos originais de Deus (Romanos 1.24-27; 1Coríntios 6:9-11).

A Igreja Presbiteriana do Brasil MANIFESTA-SE contra a aprovação da chamada lei da homofobia, por entender que ensinar e pregar contra a prática do homossexualismo não é homofobia, por entender que uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos; e por entender que tal lei interfere diretamente na liberdade e na missão das igrejas de todas orientações de falarem, pregarem e ensinarem sobre a conduta e o comportamento ético de todos, inclusive dos homossexuais.

Portanto, a Igreja Presbiteriana do Brasil reafirma seu direito de expressar-se, em público e em privado, sobre todo e qualquer comportamento humano, no cumprimento de sua missão de anunciar o Evangelho, conclamando a todos ao arrependimento e à fé em Jesus Cristo”.

Rev. Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Porto na Itália apreende 1 tonelada de cocaína vinda do Brasil.


Um contêiner com uma tonelada de cocaína foi apreendido no porto de Gioia Tauro, na região da Calábria, no sul da Itália. A droga foi desembarcada de um navio mercante proveniente do Brasil e estava escondida dentro de maquinários usados para o transporte agrícola.

Segundo as autoridades italianas, esta é maior apreensão dos últimos 15 anos no país e uma das mais importantes na luta contra o crime organizado em toda a Europa.
Para descobrir a droga os policiais usaram aparelhos de scanner. Durante a vistoria nos equipamentos agrícolas, eles notaram falhas na solda da estrutura dos tubos metálicos. Um maçarico foi usado para abri-los e revelar o conteúdo. A cocaína "puríssima" estava dividida em mil pacotes de um quilo cada um.

Os policiais do Núcleo de Investigação de Roma realizaram a operação durante a madrugada. O valor da cocaína no mercado renderia aos traficantes cerca de 250 milhões de euros (R$ 588 milhões). A grande quantidade leva a crer que a droga deveria ser distribuída não apenas na Itália.

Rota

Segundo especialistas, a descoberta da droga no porto do Sul da Itália confirma a tese de que o tráfico expande as rotas de acesso ao mercados dos países no centro e no norte da Europa e que os portos na costa atlântica europeia começam a dar lugar àqueles no litoral do mar Mediterrâneo.

Esta seria a primeira vez que a droga, normalmente destinada aos portos da Holanda, desembarcaria na Itália.

As investigações começaram a partir de uma informação passada às autoridades italianas pelo governo britânico. Policiais da Soca (Serious Organised Crime Agency, responsável pelo combate ao crime organizado), advertiram os colegas italianos sobre a viagem de um navio mercante zarpado do porto de Santos, algumas semanas atrás. O navio tinha bandeira italiana, e a droga provavelmente tinha como origem inicial a Colômbia.

As informações iniciais, por não serem muito precisas, levaram os policiais italianos a controlar com maior rigor os desembarques no porto, que movimenta 2 milhões de contêineres por ano.

"Conseguimos identificar o navio e, estudando a documentação da carga e os papéis da alfândega, descobrimos que era tudo falso. Acabamos por encontrar um contêiner-fantasma", afirmou o comandante da operação, o coronel Lorenzo Sabatino.

"Esta é uma rota inédita, é um novo fluxo do tráfico internacional de drogas. Mover uma grande quantidade assim significa ter vários pontos de apoio dentro e fora do porto, uma rede criminal que é possível passar pelas mãos do crime organizado", afirmou o procurador-chefe de Roma, Giancarlo Capaldo.

Ninguém foi preso, mas suspeita-se que a droga seria destinada ao clã mafioso da "Ndrangheta", que "administra" o porto de Gioia Tauro. As investigações continuam, mas ainda não foi expedido nenhum mandado de captura.

BBC Brasil

Itália: quatro maiores ministros do gabinete de Berlusconi pedem demissão.

ROMA, 15 Nov 2010

Quatro membros de maior importância do gabinete de Silvio Berlusconi apresentaram nesta segunda-feira sua renúncia "irrevogável", intensificando o impasse político na Itália, informaram fontes oficiais.

São eles o ministro para a Política Europeia, Andrea Ronchi, o vice-ministro do Desenvolvimento, Adolfo Urso e os secretários de Estado para Agricultura, Antonio Buonfiglio, e Meio Ambiente, Roberto Menia, informaram fontes do novo partido ao qual aderiram formalmente, o Futuro e Liberdade para a Itália (FLI).

Também demitiu-se um quinto membro do executivo, Giuseppe Maria Reina, secretário de Estado de Infraestrutura e Transporte, membro do pequeno partido siciliano MPA, aliado de Fini.

AFP

domingo, 14 de novembro de 2010

Exposições, moda e passeios ao ar livre em 36 horas em Florença.

ONDINE COHANE

New York Times Syndicate

  • Vista geral de Florença, na Itália. Como uma das primeiras ações de Renzi como prefeito, o coração simbólico de Florença agora é uma praça apenas para pedestres
    Vista geral de Florença, na Itália. Como uma das primeiras ações de Renzi como prefeito, o coração simbólico de Florença agora é uma praça apenas para pedestres

Com seus tesouros renascentistas e palácios com séculos de idade, Florença às vezes é tratada como um museu vivo em vez de uma cidade vibrante, com cultura contemporânea. Esse mito está mais difícil de ser mantido atualmente, graças em parte a Matteo Renzi, o prefeito de 35 anos da cidade, que foi eleito no ano passado com promessas de agitar a capital toscana. As evidências de uma Florença mais jovem e revitalizada estão por toda parte. Praças dilapidadas foram reformadas, galerias de arte contemporânea surgiram por toda parte e antigos palacetes foram transformados em restaurantes elegantes. O trânsito melhorou, tornando ainda mais agradável circular pela cidade.

Sexta-feira

16h - Duomo descongestionada
Sim, aquela Duomo. Como uma das primeiras ações de Renzi como prefeito, o coração simbólico de Florença agora é uma praça apenas para pedestres. Sem ônibus, táxis e carros congestionando a rua, ela agora é uma experiência totalmente nova e agradável, apesar de permanecer uma das atrações mais populares da cidade. Não perca as portas de bronze impressionantemente detalhadas do Batistério. Outro marco que recebeu o toque de retirada dos carros é a Piazza di Santa Maria Novella. Sem os andaimes e com os veículos estacionados trocados por famílias passeando, a fachada de mármore preto e branco reformada da basílica é ainda mais notável, assim como o bairro próspero à sua volta.

17h - Mestres modernos

Florença pode ser conhecida pelos velhos mestres, mas sua cena de arte contemporânea está esquentando. A For Gallery (Via dei Fossi, 45r; 39-055-094-6444; forgallery.it) é um espaço elegante especializado em fotografia, incluindo retratos e paisagens urbanas. A Biagiotti Arte Contemporanea (Via delle Belle Donne 39r; 39-055-214-757; artbiagiotti.com) se concentra principalmente em artistas italianos jovens. E uma nova filial da Galleria Alessandro Bagnai (Via del Sole 15r; 39-055-680-2066; galleriabagnai.it) representa nomes mais conhecidos como Sandro Chia e Mario Schifano. Fãs de fotografia também vão querer checar o Museo Nazionale Alinari della Fotografia (Piazza di Santa Maria Novella 14a; 39-055-216-310; www.mnaf.it), que deverá reabrir em 8 de setembro, e o Palazzo Strozzi (Piazza Strozzi; 39-055-277-6461; palazzostrozzi.org; ingressos: 10 euros, cerca de US$ 12, com o euro cotado a US$ 1,24) para grandes retrospectivas.

20h - Um jantar toscano

Florença preza seus clássicos, de forma que novos restaurantes são poucos e aparecem em grandes intervalos de tempo. Isso pode explicar a popularidade instantânea da Osteria Tornabuoni (Via dei Corsi 5r; 39-055-277-3502; osteriatornabuoni.it). Inaugurado em maio por Silvio Ursini (que também é dono dos elegantes Obikà Mozzarella Bar que estão abrindo em todo mundo), o restaurante de cardápio toscano ocupa um palacete histórico em uma rua comercial da moda. Pratos despretensiosos incluem pão ao maccheroni com ragu de cordeiro e risoto com alcachofra. Ele também oferece uma seleção de vinhos toscanos a bom preço, incluindo um Montevertine Super Tuscan 2007. O sommelier conhecedor (e influente blogueiro de vinhos) Andrea Gori orientará você alegremente a respeito das opções. Entradas a partir de 17 euros, massas a partir de 11 euros.

  • Dave Yoder/The New York Times
    Entre as obras pouco badaladas está a 'Viagem dos Reis Magos' de Benozzo Gozzoli, no Palazzo Medici-Riccardi

Sábado

11h - Bonita, por favor
Deixar uma bella figura (uma boa impressão) é um importante hábito italiano, tanto em termos de aparência quanto na forma de agir. Faça sua parte com um tratamento facial em um novo spa no Four Seasons Hotel Firenze (Borgo Pinti 99; 39-055-26-261; fourseasons.com/florence). É um dos únicos lugares na cidade que oferece a Officina Profumo-Farmacia di Santa Maria Novella, as poções de boticário desenvolvidas por monges no século 13. E o pequeno spa de mármore branco também parece contar com um dos maiores jardins privados da cidade, com gramados verdes pacatos, árvores altas e trilhas sinuosas que levam até além das estátuas. É uma ótima forma de apreciar o luxuoso recém-chegado à cidade sem pagar o preço de um quarto. Uma massagem nas costas e pescoço custa 80 euros, as diárias dos quartos custam a partir de 500 euros.

13h - Passe o panino

Sanduíches panini feitos ao gosto do cliente já foram a norma na Itália, até que a variedade genérica, embrulhada em plástico, tomou conta. Uma nova lanchonete e bar de vinho perto da Ponte Vecchio, chamada ‘Ino (Via dei Georgofili 3r-7r; 39-055-219-208; ino-firenze.com) está buscando trazer de volta esse prazer da hora do almoço, uma focaccia fresca de cada vez. Escolha entre mais de 20 queijos, incluindo pecorino e gorgonzola, e acrescente mortadela e salame. Paninis a partir de 5 euros.

15h - Margem esquerda

Cruze o Rio Arno para a margem esquerda menos visitada, para encontrar tesouros florentinos autênticos. Busatti (Lungarno Torrigiani, 11-R; 39-055-263-8516; busattifirenze.com) é uma pequena loja de propriedade de família que vende roupas de cama listradas e edredons bordados, feitos à mão na cidade toscana de Anghiari desde 1842 (a partir de 10 euros por uma toalha de cozinha). Britta in Bicicletta (Lungarno Torrigiani 5/r; 39-055-246-6703; brittainbicicletta.com) é uma pequena loja de moda infantil, com sua própria linha de vestidos de algodão em tecidos bonitos e artigos essenciais para crianças (a partir de 25 euros). Enquanto isso, a Lorenzo Villoresi produz uma linha de perfumes florentinos (a partir de 65 euros) e velas (a partir de 18 euros) que servem como bons presentes, além da vista da loja ser adorável (Via de Bardi, 14; 39-055-234-1187; www.lorenzovilloresi.it).

16h - Uma nova vista

Após meio século de abandono, os 4 hectares dos Jardins da Villa Bardini (Via de Bardi 1r; 39-055-294-883, bardinipeyron.it) reabriram em 2005, e florentinos endinheirados atualmente caminham por seus jardins em degraus floridos. As amplas vistas do alto da colina oferecem vistas espetaculares da Duomo, Santa Croce e Fiesole. Se tiver tempo disponível, entre no Museu Roberto Capucci na Villa Bardini do século 17, que abriu recentemente como um impressionante arquivo de moda do estilista romano (Villa Bardini, 2, Costa San Giorgio; 39-055-200-662-09; www.fondazionerobertocapucci.com).

20h - Carne apreciada

Deixe que o restante do mundo coma seus hambúrgueres orgânicos, com gado alimentado com capim. No Lungarno 23 (Lungarno Torrigiani, 23; 39-055-234-5957; lungarno23.it), um restaurante elegante que abriu neste ano, os proprietários têm sua própria criação de gado na cidade toscana de Sinalunga, onde eles criam a antiga raça italiana chianina, conhecida por seu pelo branco, membros longos e carne marmórea. Os hambúrgueres de carne de chianina (12 euros) são servidos em um pão com gergelim, acompanhados de alface, cebolas, tomates e ketchup. Os puristas podem preferir o filé no Trattoria Sostanza (Via del Porcellana 25r; 39-055-212-691), uma instituição centenária conhecida por seus suculentos filés T-bone de chianina (24 euros por meio quilo).

22h - Febre de lounge

A vida noturna de verão em Florença é centrada nos pequenos bares de aperitivos que ganham vida após o jantar, que vazam para a rua. Um novo ponto badalado é o Volume (Piazza Santo Spirito, 5r; 39-055-238-1460), um bar que abriu em abril em uma velha marcenaria. Em noites agradáveis, o bar fica lotado de uma clientela diversa, mas bonita, de editores de moda a estudantes de intercâmbio, que ancoram uma esquina da festiva Piazza Santo Spirito.

  • Dave Yoder/The New York Times
    Sem ônibus, táxis e carros congestionando a rua, a Duomo agora é uma experiência totalmente nova e agradável, apesar de permanecer uma das atrações mais populares da cidade

Domingo

10h - Paraíso encontrado
Em uma cidade de exposições de arte de grande sucesso, procure por gemas menores. Entre as obras pouco badaladas está a “Viagem dos Reis Magos” de Benozzo Gozzoli, no Palazzo Medici-Riccardi (Via Camillo Cavour, 1; 39-055-2760-340; www.palazzo-medici.it; 7 euros). Encomendado por Cosimo de Medici em 1459, o afresco transformou a capela em uma visão do paraíso, com guepardos e pássaros, como imaginado pela emergente classe comerciante. Faça reserva com antecedência; o espaço pequeno é aberto apenas para grupos pequenos.

Meio-dia - Bronzeado urbano

Seguindo o exemplo de Paris e Berlim, uma praia urbana é banhada pelo Rio Arno ao lado de San Niccolò, um largo trecho de areia repleto de guarda-sóis, cadeiras de praia e florentinas trajando biquíni. Mas diferente das praias de outras cidades, a areia aqui é um fenômeno natural, um ponto ideal para tomar um espresso banhado de sol e observar a população mais jovem retomar sua cidade.

O básico

Aberto em 2003, o J.K. Place Firenze (Piazza di Santa Maria Novella 7; 39-055-264-5181; jkplace.com) tem 20 quartos pequenos, mas elegantes, na Piazza di Santa Maria Novella, com a Duomo e a Ponte Vecchio a cinco minutos de distância a pé. Quartos a partir de 25 euros (US$ 314), incluindo refrigerantes, Wi-Fi, café da manhã e impostos.

Il Salviatino (Via del Salviatino 21, 39-055-904-11;
salviatino.com) abriu no final de 2009, com 45 quartos em um palacete reformado com um jardim de 4,5 hectares, spa e terraço com vista para a cidade. Quartos a partir de 440 euros.

Para uma opção mais barata, o Residence Hilda (Via dei Servi, 40; 39-055-288-021;
www.residencehilda.com), atrás da Duomo, tem 12 suítes recém-reformadas, todas com cozinha. Diárias a partir de 230 euros.

Tradução:
George El Khouri Andolfato
UOL

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Templo de Vênus e Roma se situa no coração do Fórum Romano, perto do Coliseu, em Roma.

ROMA, 11 Nov 2010 (AFP) - O maior templo da Roma antiga foi reaberto ao público nesta quinta-feira após mais de 20 anos em obras. O anúncio ocorre em meio a uma tempestade política sobre a manutenção dos tesouros artísticos italianos, após o colapso da Casa dos Gladiadores em Pompeia.


O Templo de Vênus e Roma, construído durante o governo do imperador Adriano no século II (de 121 a 135), se situa no coração do Fórum Romano, perto do Coliseu. Do imenso edifício original com duas entradas restam dezenas de colunas e partes de duas absides com tetos ornamentados.

O templo era visível para os visitantes do Fórum, mas o acesso estava interditado por causa das obras. Até os anos 1980, carros podiam até mesmo estacionar em frente as suas colunas.

"Restauramos para Roma um dos mais importantes símbolos de poder e grandeza do Império Romano", declarou à AFP Claudia Del Monte, arquiteta encarregada da restauração durante a reinauguração do templo.

O trabalho de restauração foi centralizado, principalmente, na pavimentação do templo de Roma, nas melhorias nos vãos de sustentação do teto, enegrecidos pela poluição e limpeza de um esgoto próximo ao local.

Erguida nas ruínas da Domus Aurea - a casa do imperador Nero -, este templo comporta duas partes unidas: o templo de Vênus, deusa do amor e ancestral mística dos romanos e o templo de Roma Aeterna, deusa da cidade.

Mesmo fechado ao público, o templo vem sendo utilizado, desde o Papa João Paulo II, para cerimônias da Sexta-Feira Santa.

Del Monte explicou que certos aspectos da restauração não teriam sido necessários se o local tivesse sido mais bem conservado.

"Os italianos devem estar conscientes de seu patrimônio e parar de maltratá-lo", disse.

A reabertura ocorre na mesma época que o ministro da Cultura italiano Sandro Bondi está sendo ameaçado por um voto de censura por sua responsabilidade no colapso da Casa dos Gladiadores que ocorreu no sábado no sítio arqueológico de Pompeia, perto de Nápoles (sul).

Imigrantes moram em guindaste há 12 dias em protesto pelo direito de permanecer na Itália.

 
Um grupo de imigrantes está há 12 dias vivendo no alto de um guindaste de construção civil na cidade de Brescia, na Itália, em protesto pelo direito de permanecer no país.

"Lutar duro e sem medo -- estamos todos no guindaste", diz um cartaz exposto pelos imigrantes, instalados a 35 metros de altura, desde 30 de outubro. Desde o alto do guindaste, eles gritam e usam um megafone para expressar seus pedidos.


Vista geral da região onde fica o guindaste, em Brescia, na Itália. Grupo exige documentos para que possam trabalhar legalmente no país


Nesta quarta-feira, um dos imigrantes, oriundo da Índia, desistiu da manifestação e se entregou aos policiais. No entanto, os outros cinco que permanecem no alto, originários de Paquistão, Egito e Senegal, se recusam a atender os pedidos dos bombeiros e se opõem à instalação de redes de proteção.



Um dos imigrantes acampado no alto de um guindaste se manifesta, com uma corda amarrada ao pescoço

Segundo informa o "Giornale di Brescia", o grupo chegou a lançar objetos contra agentes públicos que se aproximaram, temendo que fossem forçados a abandonar o local.
Polêmica

O grupo exige vistos de residência e pedem uma reunião com o ministro do Interior, Roberto Maroni, em um gesto que divide a opinião pública italiana.

O prefeito de Brescia, Adriano Paroli, do partido centro-direitista Povo da Liberdade, disse que o protesto não os ajudará a conseguir o visto. Muitos conservadores, inclusive ligados ao governo, vinculam a imigração à criminalidade, um dos argumentos utilizados na aprovação de uma lei recente que criminaliza a imigração clandestina.

Já o Partido Democrático, de oposição, pediu ao governo que aceite dialogar com os imigrantes. De acordo com os manifestantes, a nova legislação inviabilizou a obtenção do visto de residentes, embora eles trabalhem há anos no país.

Para o político de esquerda Nichi Vendola, a questão deve ser encarada em sua complexidade. "Enquanto os imigrantes são usados como mão de obra barata [...] eles são convenientes. Mas quando pedem que seus direitos sejam reconhecidos, são vistos como sujeitos perigosos, que devem ser mantidos à distância", afirmou Vendola, segundo a agência Reuters.

*Com agências de notícias e "Giornale di Brescia"

sábado, 6 de novembro de 2010

Nova denúncia de escândalo envolvendo Berlusconi: dignidade italiana em risco?

Como é usual, o primeiro-ministro italiano fez pouco caso do assunto. Na semana passada, quando o tema explodiu na imprensa, classificou as denúncias sobre escândalos relacionados à sua vida privada como lixo. Depois, arrematou dizendo amar a vida e as mulheres. De qualquer forma, desta vez vozes poderosas do setor privado se uniram aos protestos dos políticos de oposição alertando para o fato de a dignidade da Itália estar sendo colocada em risco perante a opinião pública mundial, justamente em um período de crise econômica.

A presidente da Confindustria, Emma Marcegaglia, fez um forte pronunciamento, quase em tom de desabafo, dizendo que a Itália está tomada por uma paralisia. Na sua opinião, para manter as posições competitivas que o país tem, ele não deve perder o senso de si. Para ela, se a cada dia o debate político é dominado por questões que nada tem a ver com uma agenda séria, nos ficamos enraivecidos e indignados.

Os políticos de oposição, como o líder do Partido Democrático, Pier Luigi Bersani, foi enfático: Berlusconi deve renunciar, porque simplesmente traiu a investidura pública. O presidente da Câmara, Gianfranco Fini, deu razão a Emma Marcegaglia, que criticou o não andamento das reformas no parlamento.

Afinal, qual é a razão de tanta polêmica? Pois desta vez a denúncia envolve uma menor, uma jovem marroquina de 17 anos, dançarina, que teria participado dos festins promovidos pelo primeiro-ministro. Até aí, afora o fato de ser menor, nada muito diferente dos escândalos anteriores.

Mas há um agravante. A jovem , conhecida por Ruby, que tem um perfil no facebook, teria sido presa em maio passado por roubo. Berlusconi teria, conforme as denúncias, ricas em detalhes, divulgadas tanto no jornal La Reppublica quando no Corriere Della Sera, intervido para libertar a jovem, inclusive argumentado que ela era parente do presidente do Egito. Uma assessoria do premier teria ido apanhar a marroquina na polícia. Ou seja, a denúncia envolve abuso de poder.

De Berlusconi aos seus principais aliados e integrantes do Governo, é uníssona a versão de que nada disso ocorreu. O premier nega relacionamento com a jovem, o ministro do Interior, Roberto Maroni, que responde pelos órgãos policiais, afirma que a Questura de Milão, onde a prisão da jovem ocorreu, agiu dentro das regras e das normas.

ANSA


sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Agora é oficial: quem maltratar animal na Itália pode pegar dois anos de cadeia.


Sexta-feira - 29/10/2010

Agora é oficial. Com a ratificação, na Câmara dos Deputados, da Convenção da União Europeia sobre o tema, quem matar ou maltratar um animal na Itália estará sujeito, no primeiro caso, a ficar na cadeia de quatro meses a dois anos, ou, no segundo, de três a 18 meses, além de ter de pagar uma multa que vai de 5 mil a 30 mil euros.

O texto também define sanções para quem praticar tráfico ilícito de animais de companhia, com o autor ficando sujeito a pesadas multas e ainda à detenção. A pena aumenta se o animal tiver menos de oito semanas e for originário de zonas sob restrição pela polícia veterinária.

A aprovação deixou o ministro do Exterior, Franco Frattini, exultante, já que era um defensor da ampliação das sanções aos que castigam animais. Já a presidente do Enpa – Ente Nazional Protezioni Animali, Carla Rocchi, disse estar convencida de que a nova legislação vai se constituir em uma medida eficaz, potencializando os instrumentos repressivos das forças da ordem e das autoridades judiciárias contra esse tipo de crime.

Mas a presidente da entidade ainda espera que, em nível normativo, seja estabelecida punição para quem cortar a cauda ou a orelha dos animais por finalidade não terapêutica.

Oriundi

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Cidade italiana proíbe saia curta e roupa decotada.


O governo da cidade italiana de Castellammare di Sabbia aprovou na noite de segunda-feira (25) um conjunto de novas normas policiais que prevê multa para uso de roupa "indecente", entre outros comportamentos considerados ofensivos "à decência e à moral", de acordo com a imprensa italiana.

A nova lei, proposta pelo governo conservador do prefeito Luigi Bobbio, foi aprovada no Conselho Municipal por 17 votos a favor e 9 contra. A medida causou polêmica na pequena cidade, que é localizada próximo a Nápoles, na região central do país, e é banhada pelo mar Mediterrâneo.

As 41 normas do regulamento policial indicam que é crime jogar bola na rua, xingar ou proferir frases ofensivas em lugares públicos, permanecer em local público com torso nu, tomar sol com trajes de banho nas praças e parques ou sair às ruas com saias curtas ou decotes exagerados, entre outros crimes. As multas vão de 25 a 500 euros (cerca de R$ 60 a R$ 1.200).

  A lei colocou a cidade em destaque em vários portais de notícia nos últimos dias, entre os quais o site da rede britânica BBC, o que motivou um dos comentários do prefeito.
"É bom e me orgulho de que, desde que sou prefeito, a cidade deixou de aparecer nos jornais com casos de crime, como o assassinato de um conselheiro há dois anos e os casos de infiltração da [máfia] Camorra. O fato de que Castellammare esteja no site da BBC por causa da minha proposta de vetar as roupas extremamente curtas é uma coisa normal. Estamos indo na direção certa", comentou Bobbio.*Com informações de "Il Gazzettino Vesuvio", "Il Mattino" e "La Repubblica"

Itália tem cerca de 5 milhões de imigrantes regulares.


ROMA, 26 OUT

O relatório anual sobre a imigração da Caritas Italiana e da Fundação Migrantes, divulgado hoje, mostra que em 20 anos os imigrantes regulares na Itália aumentaram 20 vezes, eram meio milhão em 1990 e chegam a quase 5 milhões em 2010 (7% dos residentes).

Segundo o documento, junto com o número de imigrantes também "aumentaram as reações negativas, o afastamento e o medo" dos italianos em relação a estes, problema gerado entre outros motivos pela questão da crise econômica.

O relatório mostra que nos últimos dez anos o aumento de imigrantes residentes foi de cerca 3 milhões enquanto que no ultimo biênio de quase um milhão.

A comunidade mais numerosa é de romenos com 21%, seguidos pelos albaneses com 11% e em terceiro está a marroquina com 10,2%.

Na região da Lombardia, norte da Itália vivem 23,2% dos imigrantes (982.225), no Lazio, região central do país, vivem 11,8% (497.940). Em terceiro lugar está a região do Veneto, também no norte, com 11,3% (480.616) seguida pela Emilia Romagna com 10,9% (461.321).

Outro dado importante que aparece na pesquisa é que 13% dos residentes estrangeiros na Itália são de segunda geração, crianças e jovens nascidos no país europeu. Os matriculados nas escolas são 7,5% (673.592).

Em 2009, foram registrados 6.587 menores não acompanhados, dos quais 533 solicitaram asilo, na sua maioria do sexo masculino (90%) com idade entre os 15 e 17 anos (88%), para estes "nem sempre, quando completam 18 anos, as condições atuais (3 anos de permanência e 2 de curso de formação) garantem a permissão de permanência", destaca o documento.

ANSA

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Novo cardeal agradece confiança.


BRASÍLIA, 21 OUT (ANSA) - O arcebispo brasileiro Raymundo Damasceno Assis, que ontem foi nomeado cardeal, agradeceu a "confiança depositada nele" pelo papa Bento XVI e disse que assumirá suas novas funções com "humildade".

"Agora estou à disposição do Santo Padre para ajudá-lo e para colaborar no que for necessário", disse Damasceno Assis, como publicado hoje (21) pelo jornal Correio Braziliense.

O sacerdote, de 73 anos, disse que por enquanto continuará a servir como "arcebispo de Aparecida - cidade onde está a Basílica Nacional - e estarei à frente do Conselho Episcopal Latino-Americano até maio, quando termina nossa Presidência".

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recebeu a notícia da nomeação "com alegria".

"Dom Raymundo Damasceno, foi duas vezes presidente da CNBB", comentou Geraldo Martins, porta-voz da entidade, em diálogo com a ANSA.

  Além disso, o Papa nomeou Dirceu Vigini como novo bispo de Foz do Iguaçu, na fronteira do Brasil com Paraguai e Argentina; e Pedro Brito Guimarães, como bispo de Palmas, capital do estado do Tocantins, na região amazônica.

ANSA
 

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

'Ndrangheta: mulher é derretida em ácido.


ROMA, 18 OUT (ANSA) - A polícia italiana prendeu na noite de ontem, seis pessoas acusadas pela morte da colaboradora da justiça, Lea Garofalo, desaparecida em Milão desde 24 de novembro do ano passado, e que foi morta e dissolvida em ácido por ter feito confissões contra integrantes da máfia calabresa 'Ndrangheta.

As ordens de prisão foram emitidas pelo procurador adjunto de Milão Alberto Nobili e pelos juizes Marcello Tatangelo e Letizia Mannella.

As prisões foram realizadas nas regiões da Lombardia, Calábria e Molise.

A mulher de 35 anos, começou a colaborar com a justiça em 2002 e a partir de 2006 passou a fazer parte do programa de proteção às testemunhas.

Segundo confissões de ex-integrantes da máfia calabresa que estão presos, a mulher teria sido seqüestrada pelo próprio companheiro Carlo Cosco, integrante da 'Nadrangheta, e morta por colaboradores do homem, em um terreno perto de Monza entre os dias 24 e 25 de novembro de 2009.

Carlo Cosco e Massimo Sabatino receberam a notificação judicial na prisão onde estão desde fevereiro deste ano, por tentativa de seqüestro, na cidade de Campobasso, quando tentaram pegar a Garofalo pela primeira vez em maio do ano passado.

Os outros quatro acusados são os irmãos de Cosco, Giuseppe apelidado de Smith e Vito também chamado de Sergio, e outras duas pessoas, uma das quais acusadas de destruição de cadáver.

 Segundo a investigação da polícia, Cosco teria organizado a ação contra a mulher quando ela estava em Milão com a filha do casal. Com a desculpa de querer ver a garota, o homem conseguiu atrair a mulher para a cidade do norte da Itália e a seqüestrou.

Antes de matá-la os homens a teriam torturado e interrogado para descobrirem quais as informações que a mulher teria revelado a polícia.

ANSA

sábado, 16 de outubro de 2010

Mediaset: Berlusconi e filho são convocados para depor


ROMA, 15 OUT (ANSA) - O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi e seu filho Piersilvio, foram convocados pela Procuradoria de Roma para prestarem depoimento no próximo dia 26 a processos que respondem na cidade.

Ambos estão sendo investigados por evasão fiscal e crimes tributários junto com outros dirigentes da Mediaset, a empresa televisiva da família do premier.

A investigação em Roma foi aberta em decorrência de um processo que corre em Milão sobre a relação de compra e venda de direitos televisivos e cinematográficos da empresa.

Os documentos deste processo referem-se a uma suposta fraude fiscal alusivo aos impostos de 2003 e 2004 e foram enviados de Milão para Roma por competência territorial, já que, naqueles anos, a empresa suspeita de ter cometido as irregularidades tributárias, a Redes Televisivas Italianas (RTI) de propriedade da Mediaset, tinha sua sede em Roma.

O caso está sob a responsabilidade do procurador adjunto Pier Filippo Laviani e da substituta Bárbara Sargenti. A procuradoria de Roma informou que, no momento, não existem intimações de comparecimento de nenhum acusado.

ANSA

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Coliseu de Roma abre masmorras dos gladiadores ao público.

Reuters | 14/10/2010 17:18

Pela primeira vez, turistas poderão visitar o subterrâneo do monumento romano. 


Visitantes passeiam pela área superior do Coliseu, anteriormente fechado para turistas


Masmorras subterrâneas do Coliseu de Roma, visto como uma das grandes obras da arquitetura romana, onde na antiguidade gladiadores se enfrentavam em combates mortais, serão abertas ao público pela primeira vez na próxima semana.

Uma área superior do monumento antigo que estava fechada desde os anos 1970 também será acessível a visitantes, proporcionando a eles uma vista do fórum antigo de Roma, anunciaram funcionários do Ministério da Cultura italiano na quinta-feira.

A abertura dos recintos subterrâneos, onde leões e tigres ficavam presos em jaulas e onde os gladiadores aguardavam para ouvir qual seria seu destino, e da terceira fileira superior do anfiteatro romano do ano 80 d.C., acontece após obras recentes de restauração.

"Será a primeira vez que as pessoas terão a oportunidade de descer para os lugares onde os jogos e espetáculos eram organizados", disse Rossella Rea, diretora do Coliseu.

As autoridades disseram que a ideia também é dar mais espaço aos visitantes em um dos monumentos mais visitados da Itália, que, nos tempos da antiguidade romana, era palco de falsas batalhas navais, de enfrentamentos entre guerreiros e animais selvagens e de reencenações de batalhas famosas.

Rea disse que mais de 18 mil pessoas visitam o anfiteatro diariamente e que há pouco espaço para tantos visitantes. As áreas recém-abertas serão acessíveis em visitas guiadas com no máximo 25 pessoas de cada vez.

ANSA

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Exército vigiará prédios da justiça de Reggio Calábria .


REGGIO CALABRIA 6 OUT (ANSA) - O governador (representante do governo da província) de Reggio Calábria, Luigi Varratta, informou hoje na cidade do sul da Itália e berço da máfia calabresa 'Ndrangheta, que o exercito vai vigiar os prédios da Procuradoria da República e da Procuradoria Geral.

A decisão é tomada um dia após ser encontrada uma bazuca em frente ao Tribunal da cidade.

Varratta se reuniu hoje com o Comitê da Província para a Ordem e a Segurança Pública junto com o procurador da República Giuseppe Pignatone e o procurador geral Salvatore Di Landro.

"O Comitê concordou em unanimidade com a minha proposta de solicitar a presença de militares. Neste momento o território, devido inclusive ao fato de ontem, precisa desta presença, não muito visível mas com a finalidade de vigiar a procuradoria e a procuradoria geral", afirmou o governador.

Por trás das intimidações realizadas contra os juízes de Reggio Calábria "pode existir uma estratégia com fins específicos que pode ser não só da 'Ndranheta, mas também de ambientes contíguos. Sempre existe uma zona cinza que está sendo investigada há tempos. Algum resultado já chegou e outros, tenho certeza que chegarão", disse Varratta.

O representante do governo esclareceu que "o exército não controlará o território e não haverá militares pelas ruas. Será empregado apenas para a vigilância dos escritórios jurídicos".

O controle do território é feito pelas forças da ordem, mas também a 'Ndragheta o controla. devemos fazer com que o controle do território esteja na mão do Estado", disse ele.

Por sua vez, Pignatone disse que "a intimidação de ontem não acredito que esteja ligada a um episodio especifico mas certamente é uma resposta à ação do Estado".

O procurador se refere a bazuca encontrada ontem em frente ao Tribunal da cidade após uma denúncia anônima que ameaçava Pignatone, no dia que a polícia cumpria 250 ordens de busca em uma investigação sobre intimidações contra magistrados.

ANSA

Italianos encontram 'elixir da longa vida'.

ROMA, 6 OUT (ANSA) - Pesquisadores italianos encontraram um "elixir da longa vida": um coquetel de aminoácidos que alonga a sobrevivência de ratos de laboratório em 12%, tornando seus músculos mais fortes e seu corpo mais resistente ao cansaço físico.

A descoberta foi feita em um estudo coordenado por Enzo Nisoli junto a Michele Carruba, e a um grupo de outros estudiosos, na Universidade de Milão.

De acordo com a revista Cell Metabolism, os especialistas juntaram três aminoácidos -- leucina, isoleucina e valina -- na água de camundongos machos de meia idade, que de resto recebiam uma alimentação padrão.

Após alguns meses, os aminoácidos aumentaram a vida dos animais em 12% -- os que beberam o coquetel viveram em média 869 dias contra os 774 dos demais.
Os primeiros ratos também adquiriram maior força e resistência física.

O segredo dos três aminoácidos, de acordo com Nisoli, poderia ser que eles induzem ao aumento das mitocôndrias -- as centrais elétricas das células, fundamentais para o correto funcionamento e a resistência muscular --, tanto na musculatura quanto no coração.

Os camundongos que passaram pelo experimento também tiveram aumentada a atividade de um gene específico da longevidade.

Nisoli explicou que o experimento foi feito somente em ratos machos, mas que será realizado também em fêmeas.

(ANSA)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A Itália está fora da recessão.


ROMA, 24 JUN

A Itália saiu da recessão econômica, mas teve um aumento na taxa de desemprego, segundo uma pesquisa divulgada hoje pelo Centro de Estudos da Confindustria, a associação dos industriais do país.

Os dados revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) da Itália aumentará 1,2% em 2010 e 1,6% em 2011. Por outro lado, a pesquisa mostra que entre o ano de 2010 e 2011, 246 mil postos de trabalho podem se perder e se somarão aos 528 mil perdidos globalmente em 2087 e 2009.

Com isso, o índice de desemprego será de 8,7% no final deste ano e de 9,4% no final do próximo. O Instituto de Estatística Italiano (Istat) destacou que no primeiro trimestre de 2010, o número de pessoas em busca de emprego foi de 2.273.000 (+14,7% em relação ao mesmo período do ano anterior), o mesmo montante de 2001.

ANSA

Lippi assume a culpa.


JOHANNESBURGO, 24 JUN (ANSA) - "Assumo toda responsabilidade por esta eliminação", disse o técnico italiano Marcello Lippi, após desistir da coroa conquistada com a "Azzurra" na Alemanha 2006, ao se despedir, logo na primeira fase, da Copa do Mundo da África do Sul.

"A culpa é minha se a equipe entrou em campo apavorada, o que indica que não soube preparar a partida nem tática nem psicologicamente", explicou Lippi, após a eliminação da Itália com a derrota por 3 a 2 para a Eslováquia, relegando a equipe italiana para o último lugar do Grupo F.

"É justo que voltemos para casa. Eslováquia e Nova Zelândia (contra a qual a Itália empatou por 1 a 1 na segunda partida, após empatar com este mesmo resultado diante do Paraguai, no jogo de estreia) são equipes respeitáveis, mas se não conseguimos vencê-las, a eliminação é justa", comentou o goleiro Gianluigi Buffon.

"Contra o Paraguai jogamos a melhor partida desta Copa, mas falhamos nas outras duas", acrescentou o goleiro da Juventus, que jogou justamente contra a 'alvirrubra' sua única partida na África do Sul e depois foi afastado do torneio por conta de uma hérnia de disco.

ANSA

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Mortos em acidente de trem na Itália são nove, anuncia governador.


Em Bolzano

São nove as vítimas fatais do acidente de trem ocorrido nesta manhã na região italiana de Trentino-Alto Ádige, no norte do país, segundo anunciou o presidente (governador) da província de Bolzano, Luis Durnwalder.Em uma coletiva de imprensa, Durnwalder explicou que "houve um erro na contagem", já que antes as autoridades falavam em 11 vítimas.

"São nove os corpos encontrados, enquanto os feridos são 28, sendo que sete deles estão em condições graves de saúde", informou o presidente.Às 9h05 locais (4h05 no horário de Brasília), um trem com 39 pessoas a bordo descarrilou em um trecho entre as cidades de Laces e de Castelbello-Ciardes, na província de Bolzano. A linha é considerada uma das mais modernas da Itália e funciona desde 2005.

A polícia e a Defesa Civil acreditam que o acidente tenha sido causado por um desmoronamento de terra, que foi provocado possivelmente pela ruptura de um sistema de irrigação. A hipótese é que a ruptura tenha encharcado o terreno, deixando o caminho instável.

De acordo com Durnwalder, o desmoronamento ocorreu às 9h01 locais e o alarme do trem soou às 9h03. Cinco minutos depois, os socorros chegaram ao local. As operações, no entanto, foram dificuldades pela quantidade de terra que invadiu os vagões.As atividades de socorro, que envolveram cerca de 150 agentes, foram encerradas às 12h locais (7h no horário de Brasília). Os feridos estão sendo atendidos em hospitais das proximidades.

O comandante do Corpo de Bombeiros de Castelbello, Lorenzo Tappeiner, recordou que em 2006 a Defesa Civil realizou uma inspeção na região do acidente, enquanto o assessor de Mobilidade de Bolzano, Thomas Widmann, ressaltou que no ano passado houve um monitoramento dos trilhos.

ANSA

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Papa comenta o aborto durante celebração crismal.


CIDADE DO VATICANO, 1 ABR (ANSA) - O papa Bento XVI afirmou que os cristãos não devem aceitar injustiças, como "o assassinato de crianças inocentes que ainda não nasceram", ao discursar hoje durante a tradicional Missa Crismal.

Na solenidade, que integra as celebrações da Páscoa e na qual são abençoados os óleos santos, o Pontífice defendeu que os direitos devem ser respeitados, já que são "o fundamento da paz".

"Também hoje é importante os cristãos não aceitarem uma injustiça que é elevada a direito, por exemplo, quando ocorre o assassinato de crianças inocentes que ainda não nasceram", exemplificou Bento XVI, referindo-se à legalização do aborto.

Durante a missa, celebrada na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Papa comentou que "a luta dos cristãos consistia, e consiste, não no uso da violência, mas no fato que eles estavam, e ainda estão, prontos a sofrer pelo bem, por Deus."

"Consiste no fato que os cristãos, como bons cidadãos, respeitam o direito e fazem o que é justo e bom. Consiste no fato que repudiam fazer o que nos ordenamentos jurídicos não é direito, mas injustiça", destacou.

O Pontífice não fez nenhuma menção às recentes denúncias de abusos sexuais supostamente cometidos por sacerdotes em dioceses e escolas católicas de diversos países, como Alemanha, Irlanda, México, Itália, Estados Unidos, entre outros.

Às 17h30 locais (12h30 no horário de Brasília), Bento XI celebrará a Missa da Ceia do Senhor e dará início ao Tríduo Pascal, na Basílica de São João de Latrão.

ANSA

Abruzzo: da experiência da tragédia floresce a arte: Tempo em Percepção no Brasil.


Sexta-feira - 02/04/2010

Os pintores Gigino Falconi e Mariantonietta Sulcanese passaram por uma experiência marcante em abril de 2009, quando um terremoto de 5,8 graus atingiu a região de Abruzzo. Agora, um ano depois, eles têm a oportunidade de interagir com o público brasileiro na exposição “Tempo em Percepção. Que será aberta nesta sexta-feira (020, no O Museu Brasileiro da Escultura – MuBE, em São Paulo. A mostra vai apresentar 30 quadros, com pinturas abstratas de Sulcanese e figurativas de Falconi. Esta é a primeira vez que eles vão expor juntos.



Gigino Falconi nasce em Giulianova (Teramo) e começa a pintar aos dezesseis anos, na mesma época em que freqüenta o Instituto técnico de contabilidade, onde consegue o diploma em 1952. Em 1954, obtém o Diploma no Liceu Artístico de Pescara. No ano seguinte, vence o concurso para a cátedra de Desenho e assume o cargo como professor na escola secundaria de Giulianova, atividade que abandona definitivamente em 1975 para dedicar-se inteiramente a pintura. Depois de sua primeira mostra pessoal realizada em 1961 na Galeria Il Polittico de Teramo se seguiram muitas outras, tanto na Itália como no Exterior, em famosas galerias e prestigiosas sedes públicas. Suas obras fazem parte de importantes coleções de museus públicos e privados.

Mariantonietta Sulcanese (Pescara 1961), pesquisa há vários anos a relação estética/lingüística entre matéria/luz/forma/cor. A longa experiência no setor televisivo contribuiu para sua formação artística, por meio da qual pôde aprofundar os estudos da potencialidade da imagem. Em 1995, suas experimentações, que geraram o ciclo “Morfogenesi”, foram propostas primeiramente em Bruxelas. Nos anos seguintes, a pesquisa se desenvolve nos tons evanescentes apresentados no ciclo “Luoghi Comuni”, no qual o estudo que envolve matéria e cor assume os tons de uma percepção mutável e mutante em relação ao ponto de observação. Em 2006 apresentou o ciclo “Spazi e Ritmi” (acompanhado do texto crítico de Domenico Guzzi) na “Joseph D. Carrier Gallery” de Toronto e propôs novamente a Mostra “Angelo Metropolitano” na Catedral St. Christophourus de Wolfsburg, na Alemanha. Em 2008, suas pesquisas sobre a relação entre o espaço e a luz são aprofundadas e têm como resultado o ciclo “Dalla luce della materia alla materia della luce”, comentado pelo texto crítico de Gabriele Simongini, e apresentado no Museu “Crocetti” em Roma. Em 2009, expôs suas obras e as grandes instalações do ciclo “cu/ori” no Museu de Antrodoco em uma mostra pessoal acompanhada do texto crítico de Gerard-Georges Lemaire.

Informações

Data: sexta-feira, 2 de abril de 2010 - quinta-feira, 22 de abril de 2010

Horários: De terça a domingo dás 10hs ás 19hs

Local: MuBE, Avenida Europa 218

Organizado por: Regione Abruzzo, Istituto Italiano di Cultura di San Paolo, FEABRA

Em colaboração com: Consolato Generale d´Italia di San Paolo, ByAbruzzo, Comites, MuBE

Vernissage dia 9 de abril ás 19hs

Fonte: Oriundi

Mais do que o contexto, uso de dicionário facilita o estudo da língua italiana.

No estudo de línguas estrangeiras, muitos professores defendem exclusivamente o uso do contexto para a compreensão das palavras. A maioria não recomenda, ou mesmo ignora a consulta em dicionários. Uma pesquisa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP mostrou exatamente o contrário, ou seja, que o uso do dicionário é mais eficaz que o contexto para o efetivo entendimento de uma palavra desconhecida.

A professora de italiano Ângela Maria Tenório Zucchi, autora da pesquisa, defendida como doutorado em março de 2010, explica que dentro do ensino de línguas estrangeiras existem várias posturas. Alguns professores aconselham o uso do dicionário e outros não. E quando aconselham, é sempre o dicionário monolíngue na língua estrangeira. “Muitos livros de formação de docentes indicam o uso de DVDs, músicas, revistas, mas ignoram completamente o dicionário como ferramenta de ensino da língua”, ressalta.


A professora trabalhou com a compreensão escrita, ou seja, com a capacidade do estudante ler e compreender o texto e, especificamente em sua pesquisa, o significado de determinadas palavras. “Por exemplo, o verbo descer, em italiano scendere, assume diferentes nuances de significação se você está em um veículo, num prédio ou em uma rua”, exemplifica.

Os estudantes sem dicionário apresentaram mais dificuldades de entendimento

Ângela realizou testes com 24 alunos de graduação em Letras com habilitação em Italiano, e com conhecimentos básicos sobre a língua. Os estudantes eram orientados a ler quatro textos, em italiano, e identificar o significado de 40 palavras (unidades lexicais) marcadas nos textos. Para isso, eles foram divididos em três grupos: um sem dicionário, outro com um dicionário monolíngue e outro com dicionário bilíngue. Ambos dicionários disponíveis gratuitamente on-line. “O objetivo era saber se o dicionário contribui para o entendimento de uma palavra, e se há diferenças de desempenho entre os alunos que utilizaram os dicionários bilíngue e monolíngue”, esclarece a pesquisadora.

Um dos termos analisados foi a palavra italiana piccioni, plural de piccione, que significa pombo em português. No dicionário bilíngue, todos entenderam a tradução literal, que neste caso específico facilitou o entendimento. No monolíngue, a definição constava descrição e a que se destina como um “colombo doméstico de tamanho médio”, e também “criado para ser consumido”, ou seja, na Itália é comum se comer pombos. “Isso é uma informação cultural que só o dicionário monolíngue dá. O ruim é que os alunos não entendendo toda a definição escrita, não entendem a diferença cultural”, explica Ângela. No grupo sem dicionário, nenhum estudante conseguiu entender o significado da palavra.

Em outros verbetes, o dicionário monolíngue foi mais eficaz como é o caso da palavra tegame, que é um tipo de panela baixa e com duas alças para segurar. A panela, genericamente falando, é representada pela palavra pentola. Nesses casos, a tradução do dicionário bilíngue traz apenas o termo panela, sem especificações, o que dificultou o entendimento pelos estudantes. “O monolíngue nesses casos foi mais preciso, porque especificava diferentes tipos de panela”, analisa a professora. O grupo sem dicionário também encontrou mais dificuldades para entender essa palavra.

No caso do dicionário bilíngue, se o significado apresentado no verbete coincide com o contexto estudado, seu uso é mais eficaz. No caso do monolíngue, seu uso é mais eficaz quando aparece, além da definição, as informações “a que se destina” e “qual o uso”. Pois esses termos contextualizam as palavras, aumentando o grau de entendimento do estudante.

Para Ângela é perfeitamente seguro afirmar que estudar com o auxílio do dicionário é melhor que apenas tentar entender as palavras a partir do contexto apresentado. Por outro lado, não é possível indicar se é melhor estudar com o dicionário bilíngue ou com o monolíngue. “O estudo mostrou que para alguns casos o bilíngue é mais eficaz e em outros o monolíngue é melhor. A compreensão depende muito de cada palavra, do contexto em que ela está inserida, do tipo do dicionário utilizado e da competência do usuário em usar o dicionário”, analisa.

Falta de atenção

Ângela observou respostas inadequadas quando o estudante não seguiu a leitura de todas as definições da entrada no dicionário. “O aluno não lia a definição até o final – e esse é um dado frequente em estudos sobre o assunto – provocando erros de entendimento. É preciso ler toda definição e outras informações contidas no verbete para que o dicionário seja bem utilizado”, explica.

Redação Oriundi

segunda-feira, 29 de março de 2010

Itália corre risco de tsunami por erupção de vulcão submarino.


As costas do sul da Itália correm o risco de sofrer um tsunami, já que há risco de as paredes de um vulcão submarino romperem, advertiu nesta segunda-feira um vulcanólogo italiano.

A ruptura das paredes do vulcão poderão causar "o derramamento rápido da matéria, o que provocaria um forte tsunami nas costas de Campania, Calábria e Sicília", afirmou Enzo Boschi, presidente do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) em uma entrevista ao jornal Corriere della Sera.

O vulcão submarino Marsili, o maior da Europa, encontra-se no golfo de Nápoles, a 150 km da costa da Campania.

"(As paredes) podem cair amanhã. Nossos estudos detectaram uma notável fragilidade nas paredes do vulcão, que contém uma grande quantidade de magma. Tudo parece indicar que o vulcão está ativo e poderá entrar em erupção a qualquer momento", declarou.

Marili tem uma estrutura imponente de 70 km de comprimento por 30 km de largura e uma altura de 3 mil metros. A cratera encontra-se a 450 metros abaixo da superfície do mar, segundo o jornal.

"A ruptura das paredes causaria o movimento de milhões de metros cúbicos de materiais capazes de produzir uma onda enorme. Os dados são exatos, mas não é possível fazer previsões. O risco é real, mas difícil de avaliar", concluiu o especialista.

Terra

sexta-feira, 26 de março de 2010

Cidadania italiana: denúncia de fraude alimenta questionamentos sobre preservação desse direito.


Segunda-feira - 22/03/2010

A denúncia publicada pelo sério jornal Corriere della Sera, na sexta-feira passada (19), sobre uma grande fraude envolvendo a falsificação de documentos para a obtenção da cidadania em território italiano colocou mais combustível no propósito de alguns setores do atual Governo no sentido de, no mínimo, impor limites ou até mesmo cercear de forma quase absoluta esse direito adquirido pelos ítalo-descendentes.

A primeira matéria, assinada pelo jornalista Rocco Crotoneo, dá conta da existência de uma gangue especializada na confecção e encaminhamento dos documentos, com ramificações em São Paulo e em Porto Alegre, e com a participação de escritórios especializados na Itália.

O procedimento, que consistiria em estabelecer parentesco de pessoas com italianos que efetivamente emigraram para o Brasil, beneficiaria não apenas brasileiros, mas indivíduos de outras nacionalidades, desde que pagassem valores superiores a R$ 100 mil. Por 10 mil euros, segundo a matéria do Corriere Della Sera, a rede de fraudadores conseguiria, na Itália, o documento comprovando o nascimento efetivo de um italiano que emigrou, que se transforma em ancestral do interessado em obter a cidadania.

Foto: Arquivo


Com a documentação legalizada, o grupo disponibiliza alojamento um endereço fictício para essa pessoa em alguma pequena comune italiana, como Cairo Montenotte e Millesimo, na Provincia de Savona.

Segundo a matéria, inclusive organizações extremistas estariam usando o Brasil como ponte para obter a cidadania, o que lhes permitiria ingressar com mais facilidade nos Estados Unidos. Além disso, é abordado o aspecto de que a maioria dos jovens que procura a cidadania tem como efetivo destino a Grã-Bretanha. Ou seja, o documento se transforma em uma mera, mas fundamental, forma de ingressar na União Europeia em busca de oportunidades de trabalho.

No sábado (20), novas matérias do jornalista, que é correspondente no Rio de Janeiro, destacando que o Ministério do Exterior da Itália reconhece a existência do problema de falsificações na obtenção da cidadania. O caso denunciado pelo Corriere estaria sendo analisado e, se necessário, seriam tomadas medidas judiciais. Mas o problema principal, segundo a fonte do ministério entrevistada pelo jornalista italiano, seria a grande pressão de centenas de milhares de cidadãos sul-americanos em função das facilidades da legislação italiana sobre a questão, única na Europa.

Para completar, outra matéria, sob o título L' allegra colonia di turisti che aspettano il documento, revela detalhes da estadia de brasileiros na Itália que fazem o "sacrifício" de enfrentar o inverno, sem falar uma frase em italiano, para conquistar a cidadania, ou melhor, o passaporte comunitário. A matéria sobre uma questão pontual, a começar pelo título, ironiza uma situação revelando a posição sobre o tema.

A denúncia do Corriere apresentou algo inusitado? Não, trata-se de um problema recorrente que, em maior ou menor proporção, vem ocorrendo não apenas a partir de 2002, como registra a matéria, quando a legislação permitiu a obtenção da cidadania na Itália. Fraudes, ou tentativas de, também ocorriam antes, quando os processos eram realizados apenas no país de origem do pretendente.

As possibilidades de fraude, isto sim, se ampliaram, como em qualquer procedimento legal, quando se abrem novas alternativas de se buscar um direito. Em julho de 2008, por exemplo, um grande esquema foi descoberto na Argentina. Uma megaoperação policial prendeu dezenas de pessoas envolvidas em falsificações de documentos. A investigação, que teve à frente o juiz federal Norberto Oyarbide, revelou como escritórios que se dedicavam a realizar os trâmites de cidadania agiam para facilitar a vida de cidadãos comuns e, especialmente, jogadores de futebol.

Também naquela ocasião, como destacava o advogado do consulado italiano em Buenos Aires, Sergio Barzola, entre os beneficiários do esquema havia pessoas que tinham algum ascendente italiano e também outras que obtiveram a documentação sem sequer ter qualquer direito. Barzola disse ainda que algumas sabiam que estavam fraudando e outras que não tinham noção de que estavam infringindo a lei.

Portanto, o problema não é novo. E vai continuar acontecendo, mesmo que as autoridades imponham restrições e regras mais rígidas, seja em relação ao processo, seja em relação aos escritórios que atuam na área. Possivelmente a única maneira de acabar com o problema seja extinguir total e definitivamente a possibilidade de os ítalo-descendentes requererem um direito que, de certa forma, foi usurpado de seus ancestrais, quando se viram obrigados a emigrar para continuar sobrevivendo.

Seria mais ou menos como a solução apresentada por um político para acabar com a pobreza nas favelas. Colocar uma bomba e explodir esses locais, exterminando tudo e todos. Fim mesmo.

Que existem indivíduos que, mesmo com ascendência, vislumbram no processo de cidadania unicamente como uma forma de ingressar no mercado de trabalho europeu e facilitar o seu ingresso nos Estados Unidos, sem qualquer laço efetivo de italianidade, por puro interesse pragmático, é verdade; que existem pessoas que se aproveitam dessa situação para ganhar dinheiro, falsificando, agindo à margem da lei, também é verdade; que é necessário um aprimoramento, uma atualização nas normas visando minimizar as possibilidades de fraude, igualmente é mais do que recomendável, é necessário.

Agora, o que é extremamente injusto e discriminador que atinge mortalmente um direito inalienável inscrito no DNA e na etnia, que pisoteia no resgate de uma dívida histórica, é o risco de generalizar, colocando sob suspeita todo o contexto, atingindo inclusive quem atua na área dentro das regras e, o mais grave: negando novamente um direito – no caso, aos descendentes - já retirado de milhões de italianos e italianas que não tiveram outra alternativa a não ser deixar a sua pátria. Quase expulsos.

Desde que assumiu, o subsecretário do Ministério do Exterior, Alfredo Mantica, vem aumentando o tom do discurso questionando o sistema de concessão de cidadania. Mais recentemente, com a descoberta do suposto envolvimento de um senador eleito no exterior com o crime organizado, reascendeu-se igualmente o debate sobre o direito ao voto dos italianos no exterior.

Esse senador, eleito pela circunscrição da Europa, já havia sido denunciado por falsificar o endereço. Ou seja, morava na Itália, mas concorreu pelo exterior. O Senado suspendeu o processo que pedia a sua cassação. Somente com o surgimento do fato novo, sua relação com a Ndrangheta, é que decidiram levar adiante a matéria. Mas o senador, Nicola Di Girolamo, antecipou-se e renunciou.

Assim como o processo de cidadania, o voto no exterior também é muito suscetível a fraudes e precisa ser aperfeiçoado, melhorado, modernizado.

Tornar os sistemas mais eficientes, menos suscetíveis às trapaças, com o aprimoramento de regras e normas, é a tendência natural de uma legislação em um regime democrático. Na realidade, só a democracia impede o engessamento das leis, que também pode ser traduzido como autoritarismo.

Uma representativa parcela dos homens públicos da Itália, assim como uma parcela dos formadores de opinião, com algumas exceções, tratam da questão dos cidadãos no exterior a partir de um proselitismo de valorização e reconhecimento. Mas quase invariavelmente tudo fica apenas no discurso.

A mídia, como habitualmente ocorre, trata a questão com a superficialidade comum ao jornalismo cotidiano, sem uma análise mais criteriosa e aprofundada. A espetacularização do acontecimento pontual é o que prepondera.

A noção efetiva do que pode representar para a Itália os milhões de cidadãos italianos espalhados pelo mundo ainda não foi dimensionada na sua real grandeza. Pouco foi feito para explorar esse potencial - econômico e cultural. Por desinteresse, ausência de percepção ou incompetência.

E isso precisa ser tratado como uma questão de Estado. Não de governos. Sob pena de tudo não passar um jogo de interesses político-eleitoreiros.

Nesse sentido, cabe lembrar um episódio ressalvando a máxima segundo a qual “político nunca esquece”. Isto é, se você fizer alguma coisa contra um político, pode esperar. Mais cedo ou mais tarde, vem o troco.

Nas primeiras eleições que tiveram a participação dos italianos no exterior, em 2006, foram exatamente pouco mais de 20 mil votos vindos de fora que determinaram a derrota – impedindo a continuidade – de Silvio Berlusconi no poder. A coalização de centro-esquerda, tendo à frente Romano Prodi, voltou a administrar o país, porém não chegou a completar dois anos. Os desacertos internos entre os partidos integrantes do bloco provocaram a queda de Prodi e a necessidade de novo pleito em 2008.

Pois bem. Foi senador Mirko Tremaglia, aliado de Berlusconi, foi quem engendrou e liderou a luta, nesse período anterior a 2006, pelo voto dos italianos no exterior, concretizando uma antiga aspiração da comunidade. Seria absolutamente natural esperar um reconhecimento dos eleitores. Porém, a coalizão de Berlusconi foi derrotada por apenas alguns milhares de votos, que não existiriam se não houvesse eleições no exterior. No estrito terreno da conjectura, da ilação, isso pode ter ficado "marcado".

Enfim, suposições à parte, há um fato: quando um veículo como o Corriere Della Sera trata do assunto da forma como tratou (acesse o site do veículo e coloque no mecanismo de busca as palavras passaporti italiani), e com todos os antecedentes dessa história, de repente a possibilidade de terra arrasada pode surgir como a panacéia para "o problema" da cidadania.

Uma última observação: quem trata a questão da cidadania sem se ater à complexidade subjacente ao tema, como alguns políticos, possivelmente não teve uma família envolvida com o drama da emigração. Talvez, na ausência de consciência histórica, nem se dê conta que aqueles milhões de emigrantes que deixaram sua pátria foram os que, em última análise, garantiram a sobrevevivência e a manutenção de suas famílias na Itália, dos que ficaram.

José Antônio Bonfilho Zulian