quarta-feira, 18 de novembro de 2009

ESTUDANTES SE MANIFESTAM EM MAIS DE 50 CIDADES DA ITÁLIA.


17/11/2009

Estudantes italianos realizaram ontem manifestações em mais de 50 cidades do país, incluindo Roma, Turim, Milão e Nápoles, para exigir o direito de acesso à educação e para rejeitar as atuais políticas educacionais do governo.

As manifestações foram convocadas por ocasião da Jornada Internacional do Direito de Estudar, cujo tema deste ano é "Education is not for a sale" ("A Educação não está à venda").

Durante as marchas organizadas pela União dos Estudantes (UDS) e pela Link-Coordenação Universitária eram exibidas faixas e cartazes com dizeres como: "o conhecimento não se vende, se aprende", "o futuro é nosso, recuperemo-lo" e "só o conhecimento mudará o mundo".

"Escolas, universidades e outras instituições de ensino estão unidas para exigir mais fundos para o direito de estudar. Queremos permitir que todos os estudantes possam estudar, independentemente das condições econômicas", explicou Stefano Vitale, da UDS.

Segundo o manifestante, as principais exigências dos atos organizados hoje são "prédios seguros e não decadentes, uma didática inovadora, maior democracia e participação nos espaços de estudo, sem ingerências privadas".

"O protesto de hoje, que mobiliza 150 mil estudantes, é um sinal de que os estudantes italianos não estão adormecidos, não se esqueceram dos duros cortes [de verba] do governo, mas são uma força ativa no país, que pede e continuará pedindo com força para ser ouvida", assegurou Vitale.

Estima-se que 10 mil estudantes tenham se mobilizado na capital italiana, enquanto outros 15 mil protestaram em Turim, inclusive com a ocupação de reitorias. Em Nápoles, a manifestação reuniu 10 mil pessoas e, em Bari, onde a reitoria também foi ocupada, 7 mil estudantes aderiram aos protestos.

Por sua vez, em Florença e em Cosenza, 3 mil estudantes foram às ruas. Já Salerno registrou uma mobilização de 8 mil manifestantes. Durante os protestos, houve momentos de tensão em Milão e em Turim.

Fonte: ANSA

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

CASO BATTISTI DEIXARÁ 'UMA FERIDA' NAS RELAÇÕES ENTRE BRASIL E ITÁLIA, DIZ SENADOR.

12/11/2009

O senador Agripino Maia, líder do DEM, disse hoje que o caso do ex-ativista de esquerda Cesare Battisti afetou as relações de Brasil e Itália, e "seguramente ficará uma ferida de morte na relação" entre os dois países.

Segundo avaliou Maia, em entrevista à ANSA, os vínculos entre os dois países estão "sendo maculados por esse caso, a posição ideológica do [ministro da Justiça] Tarso Genro contaminou o governo do Brasil e contaminou as relações diplomáticas com a Itália".

Tarso concedeu a Battisti o status de refugiado político em janeiro passado, fato que causou rusgas entre os governos italiano e brasileiro. Na época, a Itália convocou seu embaixador no Brasil para consultas.

O Estado italiano, por sua vez, pede que o ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) seja deportado para cumprir sua pena. Battisti foi condenado à prisão perpétua pelo homicídio de quatro pessoas, cometidos na década de 1970.

"Na minha opinião, Battisti praticou crimes comuns e, depois, os mascarou sob um manto de crime político para fugir da sua condenação", disse Maia.

Para o senador, "a posição do governo brasileiro é claríssima nessa questão, a favor de Battisti". "Aqui está em jogo a independência do STF", considerou.

Hoje, o Supremo retoma o julgamento do caso. A primeira audiência, do dia 9 de setembro, foi suspensa com o pedido de vista do ministro Marco Aurélio Mello. Naquela ocasião, a votação estava em 4 a 3 pela extradição.

Faltam votar Marco Aurélio, o presidente da Casa, Gilmar Mendes, e ainda mantém-se a expectativa sobre a participação de José Antonio Dias Toffoli, que foi empossado recentemente.

Fonte: ANSA

JUSTIÇA ITALIANA DESMANTELA CÉLULA TERRORISTA INTERNACIONAL.

12/11/2009

Na operação que nesta quinta-feira prendeu 17 pessoas em diferentes países europeus por supostamente pertencerem a uma célula terrorista, seis foram detidos na Itália, informou hoje o ministro do Interior italiano, Roberto Maroni.

Com a detenção, explicou Maroni, "foi desmanchada uma organização terrorista argelina que fazia transferência de divisas e recolhia fundos para atividades terroristas" fora do país.

"Em Milão as células terroristas estão assumindo uma dimensão importante", revelou o ministro.

Uma evolução que, segundo o titular de Interior, ocorreu por meio de "um sistema que foi definido como franquias terroristas".

A operação, denominada "Special Hajj" e que levou hoje à detenção de 17 pessoas em países europeus começou na Itália, onde a juíza de Milão Gloria Gambitta emitiu ordens de busca e apreensão contra argelinos que supostamente integravam uma organização criminosa internacional.

Os presos são acusados por crimes de receptação e falsificação de documentos.

A Guarda de Finanças explicou em comunicado que a operação foi realizada em colaboração com as unidades antiterroristas francesas, austríacas, suíças, espanholas, britânicas e argelinas.

Um porta-voz da Guarda de Finanças confirmou à Agência Efe que durante a operação também ocorreram detenções na Espanha.

A investigação, que começou em 2007, permitiu descobrir uma organização com ramificações internacionais e que era composta por "alguns sujeitos incluídos nas listas de terroristas das Nações Unidas".

A organização criminosa era financiada por meio de assaltos e roubos, e segundo os investigadores tinha arrecadado 1 milhão de euros em três anos.

Fonte: EFE

sábado, 7 de novembro de 2009

Seja um dos primeiros a visitar o Museo Nazionale dell’Emigrazione Italiana.

Inaugurado no último dia 23 de outubro, o Museo Nazionale dell’Emigrazione Italiana, uma espécie de marco no processo de resgate histórico e valorativo do fenômeno por parte da própria Itália, já pode ser visitado por meio da Internet.

O site do Museo apresenta ao visitante uma série de informações sobre a instituição em si e sobre a emigração italiana de um modo geral, constituindo-se em uma apresentação bastante equilibrada e contemporânea, à altura do que efetivamente representa o ser e sentir-se italiano, seja em que parte do mundo for.

Funcionando junto ao complexo Vittoriano, símbolo da comunidade italiana, a justificativa para instalar o museu naquele local é bastante eloqüente: l’emigrazione italiana nel mondo immaginò l’Italia quando essa non esisteva.

Agora, sem dúvida, o Museu, e o próprio complexo, transformaram-se em um ponto obrigatório para todos os milhões de descendentes que tiverem aoportunidade de ir a Roma.

Afinal, o Museo Nazionale dell’Emigrazione Italiana como que transportou para a Itália tão sonhada e imaginada a realidade vivida longe das raízes.

L’emigrazione parte essenziale della storia d’Italia

Il Museo nazionale dell’Emigrazione Italiana, presentando la varietà delle esperienze migratorie su scala regionale e locale in un’ottica di unità nazionale, si propone come opportunità di riflessione sulla storia, l’attualità ed il futuro dell’essere e del sentirsi italiani.

Il detto attribuito a Massimo D’Azeglio: « fatta l’Italia, bisogna fare gli Italiani», rimette al centro dell’attenzione la considerazione che l’unificazione dell’Italia non è un fatto circoscritto ad una data storica, ma un lungo e faticoso processo.

Se i Cavour, Mazzini, Garibaldi, Vittorio Emanuele II hanno “fatto l’Italia”, “a fare gli Italiani” hanno contribuito, in maniera particolare e spesso ignorata, anche i milioni di emigrati che, lasciando il proprio paese durante la sua unificazione politica, hanno portato con sé valori e tradizioni, li hanno messi in relazione (non senza scontri e incomprensioni) con i diversi stili di vita dei paesi di destinazione, hanno creato nuove identità e appartenenze, spesso bi-nazionali. Partiti come veneti, lombardi, napoletani o siciliani si sono scoperti, in emigrazione, soprattutto come “italiani”, capaci di ridisegnare nuovi legami con il paese e la regione natia.

Senza il riconoscimento del ruolo svolto dall’emigrazione, la storia d’Italia è sicuramente incompleta.

Per conoscere come è cresciuto il paese, per capire come si è sviluppata l’economia e la società italiana è indispensabile ricordare che milioni di contadini sono stati cacciati dalle loro terre, che altri milioni di lavoratori hanno preferito lasciare volontariamente un paese che non offriva prospettive e che si serviva dell’emigrazione per mantenere bassa la pressione sociale.

Nel lungo processo di unificazione che ha portato gli italiani a sentirsi popolo, un ruolo importante è stato giocato da 29 milioni di contadini, operai e piccoli imprenditori che, proprio con la loro particolare esperienza migratoria, hanno contribuito al processo di definizione dell’identità italiana.

Questi emigranti, infatti, hanno saputo combinare la memoria dolorosa di una terra avara lasciata alle spalle con la speranza di una vita migliore da creare altrove, hanno saputo unire le diverse regioni di provenienza in una identità condivisa di “italiani all’estero”, hanno, infine, saputo legare tra loro paesi diversi (quelli di arrivo e quello di partenza) in un rapporto di conoscenza e scambio reciproco. Pieni di speranza e, a volte, di illusioni, partiti alla ricerca di una esistenza migliore e di un futuro dignitoso per sé e le loro famiglie, “hanno fatto” molti dei paesi di destinazione.

Giunti in ogni angolo del mondo, spesso senza mezzi e senza conoscere la lingua, hanno saputo affrontare e superare, non senza sacrifici, le difficoltà del processo d’integrazione, hanno diffuso nel mondo la cultura ed i valori italiani e hanno contribuito allo sviluppo della vita economica, sociale e culturale dei paesi d’insediamento.

Questo luogo di “memoria” della lunga e intensa storia migratoria degli Italiani non vuole, comunque, fossilizzare in alcune, seppur suggestive, immagini o filmati di repertorio, un’avventura considerata finita. Vuole, invece, diventare strumento capace di aiutare ad affrontare e a vivere positivamente le odierne sfide che le migrazioni propongono. Si tratta, infatti, di offrire un’opportunità, soprattutto ai giovani, di un luogo in cui passato, presente e futuro sono legati insieme da quel filo vitale rappresentato dalla memoria che non è mai solo “ricordo nostalgico di tempi andati”, ma sentirsi a casa anche tra persone di origini ed esperienze diverse.

A questi italiani che, da lontano, hanno contribuito a creare quello che siamo oggi, l’Italia, facendo ammenda degli errori e delle omissioni del passato, dedica questo “museo”, riconoscendo, così, nell’esperienza migratoria un elemento fondamentale della propria identità nazionale.

Oriundi

Ku Klux Klan tenta se infiltrar na Itália.


Decididamente, uma semana repleta de acontecimentos inusitados na Itália.Afora as polêmicas “normais” da esfera política, a decisão do Tribunal da União Europeia para os Direitos do Homem de que as escolas públicas italianas devem retirar os crucifixos existentes em salas de aula, que gerou uma reação contrária muito forte de instituições e da própria população, deixou em segundo plano o fato de a organização norte-america que defende a supremacia branca, o Ku Klux Klan, estar apelando, por meio de um blog na internet, aos italianos para se associar e defender seus princípios.

A notícia, veiculada pelo jornal La Repubblica, provocou uma imediata reação das autoridades, que se comprometeram a coibir tais manifestações, essencialmente de cunho racista – o blog convida os italianos à luta contra imigrantes, negros, judeus e homossexuais. E mais: "Junte-se à luta e salvaguardar os direitos dos cidadãos brancos e cristãos. Vamos recuperar o que foi tirado de nós e vamos dar aos nossos filhos o futuro que merecem."

Os integrantes da versão italiana da organização assinalam, em sua convocação, que são nacionalistas e têm orgulho de serem italianos", acentuando ainda que esse orgulho estaria sendo desencorajado.

Além de especificar como os interessados devem fazer para se inscrever, o blog do grupo originalmente fundado em 1865 – “uma palhaçada que pode se tornar perigosa, conforme a ministra da Igualdade, Mara Carfagna - . acentua que, nos dias atuais, fala-se sobre o orgulho de ser negro, de ser gay, e ao mesmo tempo a maioria da população não é incentivada a ter orgulho dos descendentes das conquistas dos antepassados da raça branca.

Ascenção e decadência

A primeira Ku Klux Klan teria sido fundada por amigos da cidade de Pulaski, Tennessee, em 1865 após o final da Guerra civil americana. Seu objetivo era impedir a integração social dos negros recém-libertados, como por exemplo, adquirir terras, ter direitos concedidos aos outros cidadãos, como votar. O nome, cujo registro mais antigo é de 1867, parece derivar da palavra grega kuklos, que significa "círculo", "anel", e da palavra inglesa clan (clã) escrita com k. Devido aos métodos violentos da KKK, há a hipótese de o nome ter-se inspirado no som feito quando se coloca um rifle pronto para atirar.

O segundo grupo que utilizou o mesmo nome foi fundado em 1915 (alguns dizem que foi em função do lançamento do filme O Nascimento de uma Nação, naquele mesmo ano) em Atlanta por William J. Simmons. Este grupo foi criado como uma organização fraternal e lutou pelo domínio dos brancos protestantes sobre os negros, católicos, judeus e asiáticos, assim como outros imigrantes. Este grupo ficou famoso pelos linchamentos e outras atividades violentas contra seus "inimigos". Chegou a ter 4 milhões de membros na década de 1920, incluindo muitos políticos. A popularidade do grupo caiu durante a Grande Depressão e durante a Segunda Guerra Mundial

Decadência

A perda de respeitabilidade da Ku Klux Klan, unida a divisões internas, levou à degradação de seu público, apesar de a organização continuar a realizar expedições punitivas, desempenhando por exemplo o papel de supervisora de uma agremiação de patrões contra os sindicalistas, cuja cota estava em alta depois da crise de 1929.

Marcha de integrantes da KKK em Washington, DC em 1928Na década de 1930, o nazismo exerceu uma certa atração sobre a Ku Klux Klan. Não passou disso, porém. A aproximação com os alemães foi bruscamente encerrada na Segunda Guerra Mundial, depois do ataque japonês à base estadunidense de Pearl Harbor, quando muitos membros se alistaram no exército para lutar contra o "perigo amarelo". Só faltava o tiro de misericórdia ao império invisível. Em 1944, o serviço de contribuições diretas cobrou uma dívida da Klan, pendente desde 1920. Incapaz de honrar o compromisso, a organização morreu pela segunda vez.

Apesar de diversas tentativas de ressurreição (num âmbito mais local que nacional), a Ku Klux Klan não obteve mais o sucesso de antes da guerra. As mentalidades evoluíram. A ameaça de crise estava a partir de então descartada, tendo o soldado negro mostrado que era capaz de derramar tanto sangue quanto o branco. Finalmente, o Stetson Kennedy contribuiu para desmistificar a organização, liberando todos os seus segredos no livro "Eu fiz parte da Ku Klux Klan". Alguns klanistas ainda insistiram e suscitaram, temporariamente, uma retomada de interesse entre os WASP (sigla em inglês para protestantes brancos anglo-saxões) frustrados, que não compunham mais a maioria da população estadunidense.

Na década de 1950, a promulgação da lei contra a segregação nas escolas públicas despertou novamente algumas paixões, e cruzes se acenderam. Seguiram-se batalhas, casas dinamitadas e novos crimes (29 mortos de 1956 a 1963, entre eles 11 brancos, durante protestos raciais). Os klanistas tentaram se reciclar no anticomunismo, combatendo os índios ou atenuando seu anticatolicismo fanático.

As quimeras de Garvey tinham quebrado a solidariedade dos negros num tempo das mais pesadas ameaças; num tempo em que a Ku Klux Klan depois de 50 anos de pausa retomava a sua atividade, e quem sabe se não preparava ainda comoções mais terríveis do que aquelas a que tinha recorrido meio século antes. A primeira guerra mundial tinha também provocado nos Estados Unidos uma radicalização das condições políticas e novas correntes de ideais universalistas; acima de tudo incitou a Klan para um novo e perigoso estribilho. As tropas negras estadunidenses tinham adquirido em Paris,gosto especial por mulheres brancas; seria portanto de se esperar que indivíduos de cor viriam igualmente a importunar mulheres brancas nos Estados Unidos e que até mesmo as violentariam. Com o requinte psicológico de que o nosso século deu provas no capítulo da propaganda e no campo publicitário, estas conjeturas foram moldadas em todas as formas e com as particularidades plásticas descobertas na Europa, e depois de bem escovadas, introduzidas nos Estados Unidos. Numerosas mulheres e algumas das mais evidentes associações femininas começaram a tremer e a sentir-se ameaçadas; cada um dos negros que na Europa e no exército, de fato, se habituou a maneiras mais livres e maior segurança própria, passou a ser considerado um libidinoso errante propenso a atos de violência.

Os homens a quem dificilmente se poderia convencer de que eles também se deixariam cativar pelas negras acharam razão na propaganda da Klan por outros motivos; recordaram-se cheios de inveja de tudo aquilo que tinham ouvido e lido sobre a proverbial potencialidade de muitos negros; contaram as crianças negras de cabelo encarapinhado que viam nas ruas e quando na volta ao lar, de regresso da guerra, encontravam na sua banca de trabalho um negro ou um judeu como seu superior, na maioria dos casos não hesitaram mais e correram a alistar-se na Klan.

Os métodos da Ku Klux Klan não se haviam modificado de maneira sensível; agora, como antes, se balanceava (processo pelo qual se fazia deslizar uma vítima manietada por uma estreita barra de aço, dolorosamente, para cima e para baixo, a toda velocidade para criar atrito), espancava, extorquia, boicotava, exilava, linchava e assassinava.

Mas nada surtiu grande efeito e o declínio da Klan já tinha começado desde o fim da década de 1960, época em que só contava com algumas dezenas de milhares de membros. Depois, podia-se tentar distinguir os "Imperial Klans of America" dos "Knights of the Ku Klux Klan", ou ainda dos "Knights of the White Camelia", alguns dos vários nomes das tentativas de ressurgimento. Mas os klanistas não eram mais uma organização de massa. Apesar das proclamações tonitruantes e de provocações episódicas, as "Klans" não reuniam mais do que alguns milhares de membros, comparáveis assim com outros grupelhos neonazistas com os quais às vezes mantinham relações. A organização não parece estar perto de renascer uma segunda vez.

Cruz sendo queimada, atividade introduzida por William J. Simmons, o fundador da segunda Klan em 1915.Klan e daquilo que pudessem os noviços do século vinte idear em horrores, mercantilismo secreto, ameaças e compromissos de maior responsabilidade. Os infernos passaram a chamar-se cavernas e as reuniões passaram a realizar-se em grandes locais muitas vezes sob o céu aberto. Não raro milhares de autos vinham reforçar, guardas a cavalo e a pé cercavam o local e estavam presentes os utensílios com que se entusiasma qualquer bom estadunidense: a bandeira das estrelas, a Bíblia aberta e o punhal desembainha do a fazer pano de fundo, uma cruz em fogo, na noite, projetava uma luz estranhamente tranqüilizadora sobre as filas dos agora uniformiza-dos homens dos capuzes brancos.

De início a Klan só admitia como membros aquelas pessoas oriundas de pais brancos estadunidenses, nascidas nos Estados Unidos; além disso, os pais não podiam comungar na religião católica nem pertencer à raça judaica. Mais tarde deixou-se caducar a exigência de que os pais já deviam ser de nacionalidade estadunidense pois este ponto prejudicara em muito a solícita procura de membros para a Klan e a afluência de meios de contribuição de sócios. O candidato a aceitação era submetido do coração aos rins a interrogatórios e em seguida instruído de que os Estados Unidos não tinham sido, como se supunha, descoberto pelo judeu católico Cristóvão Colombo, mas, sim, pelo navegador nórdico Leif Ericson, e que a Klan exigia de todos os seus membros obediência cega. Seguia-se o juramento, batismo, ordenação e apostasia, com a leitura dos parágrafos da fé da Klan em que muito se tratava da raça branca e da religião cristã.

Oriundi