sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Bolsas europeias desabam em clima de pânico.


As Bolsas da Europa desabam nesta sexta-feira, em meio ao clima de pânico diante do risco de recessão mundial. A situação ficou ainda pior após mais anúncios ruins de indicadores econômicos, como o retrocesso do PIB da Grã-Bretanha de 0,5% no terceiro trimestre.

Após haver reduzido as perdas, e até chegado a positivo, nas últimas horas do pregão de ontem pelos impulsos do Dow Jones de Wall Street, a renda variável européia seguiu hoje na abertura a forte queda de Tóquio e de outros mercados asiáticos.

No meio do pregão, O DAX, de Frankfurt, liderava as quedas na Europa, com 9,2% e caía até seu menor valor em três anos. A bolsa de Londres caía 7,6%; Paris cedia 7,9%; e Madri perdia 8,9%.

Ao longo do pregão matinal, os mercados de valores intensificaram suas perdas após o conhecimento dos dados macroeconômicos negativos da zona do euro e depois que algumas empresas apresentaram maus resultados.

O índice de gerentes de compras do setor manufatureiro da zona do euro caiu em outubro até 41,3 pontos, o nível mais baixo desde sua criação em 1997 e contra 45 pontos do mês anterior, o que indica que a economia da região entra em recessão apesar dos pacotes de resgate aprovados por muitos Governos, considerou o economista-chefe de Commerzbank, Jörg Krämer.

O Commerzbank prevê que o Banco Central Europeu (BCE) cortará em breve mais as taxas de juros. A montadora de automóveis sueca Volvo reduziu seu lucro líquido em 36% no terceiro trimestre e a companhia petrolífera finlandesa Neste Oil caiu 18,2% durante os nove primeiros meses de 2008.Por sua vez, a fabricamte francesa Peugeot-Citroën anunciou um corte da produção para o quatro trimestre do ano.

A crise financeira internacional reduziu o consumo e contribuiu para aumentar os custos de muitas empresas. Na Europa, todos os setores empresariais caíam com força ao meio-dia.Os bancos cediam uma média de 10,7 %, seguidos das companhias automobilísticas com um retrocesso do 10,2%, das de petróleo e gás, com um 9,5%, e das de matérias- primas, com um 9,3%.

Ásia

Os mercados da Ásia também tiveram outro dia de pânico. Todas as bolsas regionais fecharam no território negativo pelo terceiro pregão consecutivo.

Desta vez, as influências principais foram o aumento das preocupações sobre a redução do crescimento global e os balanços do terceiro trimestre de grandes empresas, que vieram mais fracos do que a expectativa do mercado.

A queda nas ações da peso pesado HSBC e o anúncio de que o conglomerado Hutchison Whampoa vai reexaminar os planos de novos investimentos fizeram a Bolsa de Hong Kong fechar abaixo dos 13 mil pontos.

O índice Hang Seng perdeu 1.142,11 pontos, ou 8,3%, e terminou aos 12.618,38 pontos.Na China, as preocupações com o enfraquecimento da economia do país e as previsões pessimistas sobre os rendimentos das empresas provocaram vendas de ações no setor imobiliário e financeiro. Por conta disso, a Bolsa de Xangai fechou em baixa pelo quarto pregão seguido.

O índice Xangai Composto caiu 1,9% e encerrou aos 1.839,62 pontos. Já o Shenzhen Composto recuou 1,7% e terminou aos 505,82 pontos. Yuan - A alta nos preços do dólar futuro em relação ao yuan (NDF) revigorou as negociações de arbitragem nas operações de swap. Isso estimulou a demanda pela unidade norte-americana e levou a moeda chinesa a sofrer uma forte desvalorização.

Influenciada ainda pelo declínio nos mercados regionais, a Bolsa de Taipé, em Taiwan, fechou em baixa pelo terceiro pregão consecutivo. O índice Taiwan Weighted caiu 3,2% e encerrou aos 4.579,62 pontos.

O fantasma da crise asiática de 1997/98 voltou a assombrar os investidores da Bolsa de Seul, na Coréia do Sul, e o índice Kospi desceu para menos de mil pontos pela primeira vez em mais de três anos. O índice desabou 10,6% e encerrou aos 938,75 pontos.

O índice S&P/ASX 200 da Bolsa de Sydney, na Austrália, teve queda de 2,6% e fechou aos 3.869,4 pontos, depois de ter atingido no meio da sessão seu menor nível em quatro anos, aos 3.830 pontos.

AFP, EFE e Agência Estado

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