sábado, 21 de março de 2009

Italianos querem imigrantes desempregados fora do país.


Italianos são os europeus que mais rejeitam imigrantes desempregados, segundo pesquisa do Financial Times/Harris.

Os italianos são os europeus mais dispostos a apoiar medidas governamentais no sentido de retirar dos seus respectivos países imigrantes desempregados. Conforme uma pesquisa realizada pelo jornal britânico Financial Times, em associação com a empresa especializada em pesquisa de mercado Harris, revelou que os europeus, de uma maneira geral, gostariam que os imigrantes sem emprego fossem “convidados” a voltar a seus países de origem, despontando no ranking os italianos (79%). A seguir vêm os britânicos (78%), os espanhóis (71%), os alemães (67%) e os franceses (51%).

Na verdade, os europeus estão indo além, como constata reportagem do jornal alemão Der Spiegel. Não são apenas os imigrantes desempregados que deveriam voltar para casa. Em função da crise econômica, hoje a UE tem mais de 18 milhões de desempregados, a mão-de-obra imigrante, antes atraente para os empregadores, agora está sendo rechaçada. Um exemplo disso são os programas de estímulo ao retorno voluntário, como o oferecido pelo Governo da Espanha, país com mais de 5 milhões de estrangeiros. Afinal, empregos antes apenas ocupados pelos imigrantes, como trabalhar na agricultura, em colheitas, agora são disputados aguerridamente por cidadãos espanhóis.

O que sobra, então, para os desempregados, para os ilegais, especialmente de países fora do bloco? Se, por um lado, britânicos e alemães comungam da mesma idéia em relação a cidadãos de outros países da União Européia, no caso da Itália e da Espanha a maioria, porém , apóia dar aos europeus oportunidades no seu mercado de trabalho. Esse dado assume maior relevância na medida em que se sabe que um dos principais empenhos das autoridades do bloco é incentivar a livre circulação de trabalho entre os cidadãos europeus, juntamente com a livre circulação de bens, serviços e capital.

Os resultados da pesquisa sugerem, segundo destaca o Financial Times, o aumento do risco de tensões sociais por conta da elevação do desemprego concomitante ao uso da mão-de-obra estrangeira.

A pesquisa, conduzida pela Harris Interactive, consultou 6.538 adultos na França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos.

Xenofobia

O respeitado Der Spiegel é taxativo: há um aumento da xenofogia. E, nesse aspecto, exemplifica com a situação da Itália, onde até mesmo uma lei em discussão no Parlamento pretende obrigar os médicos a informar quando tratam de imigrantes. Isso sem falar em outra norma que pretende cobrar uma taxa para os vistos de residência e comprovação de renda mínima ou, então, no caso de Madri, capital da Espanha, onde os policiais têm cotas a cumprir semanalmente. Ou seja, precisam prender um determinado número de ilegais sem residência fixa.

Redação revista eletrônica Oriundi

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