19/07/2008
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, disse ontem (18) que as ruas de Nápoles estavam livres do lixo em putrefação acumulado ali durante meses, mas avisou que o caso só terá a um ponto final dentro de três anos.
'O processamento industrial completo do lixo levará cerca de três anos para ser concluído, o tempo que precisamos para construir os quatro incineradores de que carecemos', afirmou o premiê em um discurso proferido em Roma. A primeira dessas instalações -- que geram eletricidade usando o lixo como combustível -- estará pronta no final do ano, disse.
Ao mesmo tempo, Berlusconi mobilizou o Exército para evitar que os lixões criados em caráter emergencial tenham seu funcionamento prejudicado por moradores dessas áreas, indignados com as medidas. A cidade selou contratos temporários para enviar o lixo a outras partes da Itália e a outros países europeus.
Berlusconi deve comparecer a Nápoles na sexta-feira a fim de participar do tradicional encontro do gabinete de governo ali, cumprindo a promessa feita na campanha eleitoral de maio de reunir os ministros italianos em Nápoles enquanto a crise do lixo não tivesse sido solucionada.
O premiê afirmou que isso se deu, já que as ruas da cidade estão limpas e os bairros periféricos não se encontram mais sufocados pelas pilhas de sacos de lixo fétidos, que os moradores dessas áreas costumavam queimar durante a noite e que provocaram várias doenças. 'A crise prejudicou a população de Nápoles e da Região da Campânia, prejudicou a população italiana de um modo em geral e prejudicou os nossos setores do turismo e de exportações', disse Berlusconi.
O dirigente responsabilizou pelo problema o governo de centro-esquerda que o antecedeu no poder, mas a questão iniciou-se no mínimo 14 anos atrás, o que inclui ao menos um dos dois mandatos anteriores do atual premiê. 'Realizamos nosso primeiro encontro de gabinete em Nápoles, 58 dias atrás, e realizaremos outro ali, hoje, quando então anunciarei com orgulho que não há mais lixo nas ruas de Nápoles e da Campânia', afirmou.
Um repórter enviado a Nápoles pela Reuters antes da reunião de gabinete afirmou que a região central da cidade, ao menos, não convivia mais com os montes de lixo que tanto prejudicaram a imagem da Itália no exterior.
Reuters
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