quinta-feira, 3 de julho de 2008

Brasil e Itália comemoram libertação de Ingrid Betancourt


Quinta-Feira - 03/07/2008

Embora com os italianos mais rápidos na divulgação de comunicados e declarações, autoridades do Brasil e da Itália comemoraram a libertação da ex-candidata à presidência da Colômbia, Ingrid Betancourt, depois de seis anos de cativeiro como seqüestrada das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

Autoridades brasileiras e italianas comemoraram libertação da ex-senadora Ingrid Betancourt, que estava sob o poder dos guerrilheiros das Farc há seis anos. Foto: Governo da Colômbia

O primeiro-ministro Silvio Berlusconi afirmou ser uma grande alegria a conclusão de uma longa e dolorosa vicissitude para cuja solução a Itália sempre trabalhou concretamente. Berlusconi ainda disse esperar que, a partir de agora, possa se abrir um diálogo construtivo e democrático entre as forças políticas da Colômbia e que cessem todas as forças de violência.

Já o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a libertação é um passo importante para a conquista da paz na Colômbia. A nota divulgada pela secretaria de Comunicação Social da Presidência da República destaca que: "Ao enviar seu abraço fraternal aos reféns hoje libertados e a seus familiares, o presidente Lula manifestou satisfação com essa notícia tão aguardada pela comunidade internacional. Expressou a esperança de que tenha sido dado um passo importante pela libertação de todos os demais seqüestrados, a reconciliação de todos os colombianos e a paz na Colômbia".

Antes da divulgação na nota presidencial, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, reconheceu que, com a libertação de Ingrid Betancourt, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estão mais enfraquecidas. Na sua opinião “não há menor dúvida que as Farc estão enfraquecidas, já estavam. Esse episódio demonstra mais ainda. É uma sucessão de episódios que vão neste sentido. Como você termina integralmente com um movimento deste é algo mais complexo, que talvez exija negociação em algum momento”, disse o ministro Celso Amorim.

Amorim disse que Lula não falou com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, mas que a conversa deve ocorrer nos próximos dias. Segundo o ministro, o governo de Uribe já demonstrou várias vezes disposição em conceder aos guerrilheiros as mesmas garantias dadas aos paramilitares, caso decidissem abandonar a luta armada.

Na avaliação do ministro, com esse gesto é possível que se abra processo para a pacificação do país.

O ministro Celso Amorim relembrou que durante todo o período de negociação para a libertação de Betancourt o Brasil sempre se mostrou disposto em ajudar.

Amorim contou que há 15 dias, quando esteve em Paris, o governo francês falou sobre possibilidade de o Brasil ajudar no diálogo com as Farc. Amorim respondeu, na época, que o Brasil queria colaborar, porém não tinha contatos com a guerrilha. O ministro felicitou o governo colombiano por conseguir libertar a ex-candidata sem registro de mortes.

Seu colega italiano, Franco Frattini assinalou o forte empenho da Itália em termos de iniciativas diplomáticas e ações de caráter humanitário no caso. Também disse que o episódio abre a perspectiva de uma reconciliação nacional que possa terminar com qualquer violência e abrir uma fase de dialogo.

No parlamento italiano a repercussão também foi grande. Inclusive, por coincidência, a Câmara dos Deputados tinha lançado pouco antes da divulgação da notícia, uma moção a favor da libertação da franco-colombiana. O presidente do Senado expressou sua grande satisfação.

Outros parlamentares italianos também expressaram sua alegria pelo desfecho feliz. No Brasil, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Heráclito Gortes (DEM-PI), anunciou em Plenário a libertação, pelo exercito colombiano, de 15 reféns, entre eles a ex-senadora.

Já o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), disse que está perto do fim a "guerra intestina" na Colômbia.

O senador João Pedro (PT-AM) manifestou-se contra a luta armada na América Latina como forma de atuação política.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que os 81 senadores brasileiros se empenharam pela libertação de Ingrid Betancourt. Ele disse que as Farc deveriam aceitar a proposta de paz do governo colombiano, que prevê anistia geral.

Oriundi

Nenhum comentário: