14/07/2008
Rebecca Covaciu é uma menina romena de etnia cigana. (Sobre)vive na Itália, onde os ciganos têm nos últimos anos sofrido perseguições desumanas.
Aos 12 anos, tem já uma história de vida marcada pela marginalização e pelo sofrimento.
Comoveu os italianos e, agora, em jeito de apelo, deixa um testemunho tocante à Europa.
O drama da pequena Rebecca começou quando a família deixou Arad (Roménia), ironicamente para fugir à pobreza e à discriminação.
Na Itália, no entanto, os Covaciu têm sido alvo do ódio racial. Em Milão quase foram linchados por um grupo racista e a polícia destruiu por várias vezes os abrigos provisórios construídos pelo pai de Rebecca, Stelian, deixando a família a viver na rua.
E só a ajuda de uma organização humanitária impediu Stelian, a mulher e os quatro filhos do casal de morrer à fome.
Seguiram-se depois Ávila (Espanha), Nápoles e, agora, Potenza, na região de Basilicata, Sul de Itália.
Vários pousos, mas o mesmo denominador comum - uma vida de perseguições e de miséria. Já foi agredida pela polícia, viu o pai ser espancado para a defender, viu morrer outras crianças por falta de medicamentos e um acampamento de ciganos ser incendiado.
Também já mendigou com os pais na Espanha e na Itália.
Agora, num vídeo intitulado 'Querida Europa', que será exibido no Parlamento Europeu, Rebecca, cujo sonho é ir à escola e que os seus pais tenham trabalho, deixa o apelo na primeira pessoa. "Quando eu crescer, quero ajudar os pobres e pintar o mundo dos ciganos. Ajudem--nos", afirma Rebecca, que já ganhou um prêmio de desenho da UNICEF.
A sua história está emocionando os italianos numa altura em que o governo avança com um polêmico censo da população cigana - iniciativa que se pretende estender ao nível europeu, propondo a criação de um banco de ADN e impressões digitais de crianças ciganas.
Fonte: Correio da Manhã
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