O premier italiano, Silvio Berlusconi, admitiu nesta quinta-feira, 19, que estuda a possibilidade de seu país nacionalizar instituições bancárias, como medida para combater a crise econômica mundial.
Em entrevista coletiva após um encontro com o premier britânico, Gordon Brown, o governante italiano reforçou que o sistema bancário de seu país "é sólido", apesar de "quantias relevantes" terem sido disponibilizadas pelo governo para ajudar instituições financeiras.
Berlusconi se mostrou otimista, ressaltando que se sente "tranquilizado" com o fato de que, até o momento, não foi preciso nacionalizar nenhuma instituição financeira italiana. De qualquer forma, o premier reforçou que "por enquanto" a nacionalização de bancos "é só uma hipótese".
Durante a entrevista, os dois líderes de governo ressaltaram também sua postura contrária ao protecionismo, definido por Berlusconi como "uma armadilha". Em vez de medidas protecionistas, o chefe de governo italiano defende a "revisão de regras" para reanimar o setor financeiro.
Na mesma linha, Brown explicou que "se um país impõe tarifas, o comércio se deteriora, as empresas perdem postos de trabalho e se inicia uma reação em cadeia nos outros países". Para o governante britânico é preciso, em vez, "manter um sistema comercial mundial".
Na reunião realizada nesta quinta-feira, Berlusconi e Brown discutiram também o G20 (que reúne os países mais ricos e os principais emergentes) e o G8 (grupo dos sete países mais industrializados do mundo e a Rússia).
De acordo com o premier britânico, o G20 se ocupará de um "renascimento econômico", com o objetivo de "recuperar o tempo pedido nos últimos meses". Brown, que preside o grupo desde o início do ano, assegurou ainda que "tanto o G8 como o G20 trabalharão para sair da recessão da maneira mais rápida possível".
Reiterando sua crítica ao protecionismo, Berlusconi, presidente de turno do G8, atacou medidas como o "Buy American" (compre produtos norte-americanos, em tradução livre) e as ajudas francesas às montadores de automóveis, que, segundo o premier, "têm um quê de protecionismo".
Em seguida, o governante italiano minimizou as medidas citadas, dizendo que "não são as que podem fazer realmente mal".
Durante a reunião, os primeiros-ministros também trataram da situação no Irã, Afeganistão e no Oriente Médio de forma geral. Além disso, foi discutida a participação dos emergentes Brasil, Índia, China, México, África do Sul e Egito na próxima cúpula do G8, que acontece em julho.
ANSA
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