19/11/2008
A Direção de Investigações Antimáfia italiana confiscou ontem (18) um patrimônio de 700 milhões de euros, em dinheiro e imóveis, do empresário Giuseppe Grigoli, que operava no ramo da distribuição alimentar e que geria com exclusividade os supermercados Despar no oeste da Sicília.
A medida foi emitida pelo tribunal da cidade siciliana de Trapani.
Grigoli, de 60 anos, havia sido preso no último dia 20 de dezembro acusado de associação mafiosa e de ser o "caixa" do "chefe" Matteo Messina Denaro.
No último mês de janeiro, 300 milhões de euros em bens já haviam sido confiscados do empresário.
A medida de prevenção patrimonial de hoje se refere a uma "série de atividades e movimentos financeiros realizados pelas empresas Grupo 6 Gdo e Grigoli Distribuição, assim como inúmeros outros grupos satelitares, que tinham o empresário como chefe".
Grigoli, considerado homem muito próximo do chefe mafioso Messina Denaro, é um dos mais ricos empresários sicilianos, conhecido como 'o rei dos supermercados Destar'.
Segundo os investigadores, que o acusam de associação mafiosa, Grigoli contribuía com o caixa do clã de Trapani e em seus negócios havia empregado homens próximos a esta família mafiosa.
O nome de Grigoli apareceu pela primeira vez em uma investigação após a captura do super chefe mafioso Bernardo Provenzano e a descoberta de algumas mensagens assinadas pelo "chefe" Matteo Messina Denaro.
Nas cartas, o chefe da máfia de Trapani escrevia ao padrinho de Corleone que por trás das empresas de Grigioli estava ele. O mafioso também fazia uma lista dos problemas encontrados pelo empresário, que se queixava dos clãs de Agrigento que lhe impunham o pagamento de uma taxa para proteção.
Contra o rei dos supermercados estão também as declarações de um mafioso arrependido agrigentino, Maurizio Di Gati.
Os bens confiscados, no valor de 700 milhões de euros, são: 12 empresas, 220 edifícios e mansões e 133 terrenos de 60 hectáres cada um.
As empresas confiscadas, assegurou a direção antimáfia, "não sofrerão repercussões negativas, nem interrupções".
ANSA
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