ROMA, 27 JUN (ANSA) - O ministro italiano do Interior, Roberto Maroni afirmou que não mudará sua decisão de coletar impressões digitais de crianças e adolescentes ciganos (rom), mesmo diante do repúdio generalizado que atingiu quase todos os grupos políticos do país, e não somente a oposição ao governo de Silvio Berlusconi.
Maroni alega que é preciso identificar os jovens ciganos mediante um censo, para então poder oferecer-lhes "uma vida normal, em condições decentes, sem que sejam obrigados a se marginalizar".
Já Vincenzo Spadafora, dirigente do Unicef Itália, declarou recentemente que a medida do atual governo italiano causa "estupor e grave preocupação", pois "poderia causar delicados problemas de discriminação".
"Em respeito ao direito de igualdade de todas as crianças, o governo também poderia propor que se fichem todas as crianças italianas. As crianças ciganas são iguais às demais e, muitas delas, sob todos os efeitos, são cidadãs italianas. (...)
As crianças não podem e nem devem ser tratadas como os adultos", explicou Spadafora, em nome do Unicef (órgão das Nações Unidas para a infância).O coordenador do Conselho Europeu para Atividades e Direitos dos Rom, Henry Scicluna, também se mostrou contrário à medida do ministro italiano.
Ele afirmou que "um censo para contar as crianças que vivem nos acampamentos ciganos na Itália é bom", mas destacou que em nenhum outro país eles são obrigados a fornecer suas impressões digitais.
Alguns parlamentares italianos, como o eurodeputado Vittorio Agnoletto (Re-Fundação Comunista), convidaram a UE a se posicionar contra esta negação dos direitos fundamentais das pessoas.
ANSA
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