O presidente Lula afirmou nesta terça-feira, durante seu discurso na abertura da Conferência da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) sobre Segurança alimentar, Mudanças climáticas e Bioenergia, que "mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo vão dormir com fome e isso é um insulto à humanidade".
"Para entender plenamente as verdadeiras razões da crise alimentar atual, é indispensável afastar o sinal de fumaça lançado pelos lobbies poderosos que pretendem atribuir à produção de etanol a responsabilidade pela recente inflação do preço dos alimentos", sustentou Lula.
Para o presidente, a alta dos preços dos alimentos "não tem uma única explicação", mas é na verdade fruto de uma "combinação de fatores: o aumento do petróleo que afeta os custos dos fertilizantes e dos fretes, a especulação nos mercados financeiros, a redução nos estoques mundiais e a manutenção de políticas protecionistas absurdas na agricultura dos países ricos".
"Quem diz que a cana-de-açúcar está invadindo a Amazônia diz besteira", comentou Lula defendendo o programa nacional para a produção de bioetanol.
"99,7% das plantações de cana estão a pelo menos 2 mil quilômetros da Amazônia, uma distância similar àquela entre o Vaticano e o Kremlin", continuou o presidente.
"No Brasil existem aproximadamente 77 milhões de hectares de terras agrícolas, fora da Amazônia, ainda não utilizados, uma área igual à da França e Alemanha juntas", acrescentou Lula, que concluiu: "Nosso etanol retirado da cana-de-açúcar não agride a Amazônia, não retira terra da produção de alimentos nem provoca uma queda na oferta de alimentos na mesa dos brasileiros e do mundo".
(ANSA)
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