sábado, 14 de junho de 2008

"Europa não pode recomeçar do zero".


ROMA, 13 JUNHO 2008

O "não" venceu o referendo irlandês sobre o Tratado de Lisboa, com 53,4% dos votos (862.415), contra os 46,6% do "sim" (752.451), com uma afluência de 51,26% dos habilitados para votar.

O "sim" venceu em sete circunscrições eleitorais, quatro das quais em Dublin, onde em três casos superou os 60%. Nas 36 restantes a vitória foi do "não".

Urnas sao abertas no RDS em Dublin para a contagem dos votos do referendo sobre o Tratado de Lisboa.

NAPOLITANO DEFENDE EXCLUSÃO DE QUEM BLOQUEIA TRATADO

"É hora de uma escolha corajosa pelos que querem um desenvolvimento coerente com a construção européia, deixando de fora quem ameaça bloqueá-la", afirmou o chefe de Estado italiano, Giorgio Napolitano, após a vitória do "não" no referendo irlandês para a aprovação do Tratado de Lisboa.

"Em não se superando a regra da unanimidade para a ratificação dos tratados, a União Européia estará condenada à paralisia e à dissolução. As forças políticas e os governos europeus de tradição têm a responsabilidade histórica de se empenhar para afastar este risco e preservar o patrimônio de 50 aos de conquistas inestimáveis", acrescentou o presidente italiano.

"NÃO" IRLANDÊS NÃO PODE FAZER A EUROPA RECOMEÇAR DO ZERO

Em comentário sobre a vitória do "não" no referendo da Irlanda sobre o Tratado de Lisboa, o presidente da Itália declarou que "não se pode sequer imaginar ter que recomeçar do zero".

"Também não se pode pensar que a decisão de pouco mais da metade dos eleitores de um país que representa menos de 1% da população da UE possa impedir o indispensável, e agora urgente, processo de reforma", acrescentou.

"Por seis anos os governos de todos os Estados atualmente membros da União Européia confrontaram e conduziram negociações sobre um novo tratado: aquele constitucional, do qual não se completou o processo de ratificação; e depois o de Lisboa. Ambos os tratados foram escritos por chefes de governo de todos os Estados-membros", disse Napolitano.

A ratificação deverá seguir adiante até alcançar rapidamente a soma de 4/5, para que o Conselho Europeu possa, na seqüência e com base no Artigo 48 do novo Tratado, tomar sua decisão", prosseguiu o presidente.

"GOLPE DURO PARA A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA"

Já o chanceler italiano, Franco Frattini, declarou que "a estrada da integração européia não pode ser interrompida. Devemos retomá-la, trabalhando juntos, evitando acelerações unilaterais, que não ajudam nem o progresso da Europa nem o objetivo de um forte relançamento de nossa ação comum".

"Trata-se de um grave golpe para a construção européia, que por enquanto não permite a adoção de decisões essenciais sobre segurança, imigração, política energética ou proteção ambiental.Exatamente as decisões que, se já tivessem sido tomadas, poderiam mostrar aos cidadãos a verdadeira diferença entre a abordagem européia e a nacional", opinou Frattini em se referindo ao referendo irlandês.

"Recebemos a notícia do resultado negativo do referendo na Irlanda com preocupação e pesar, no pleno respeito da vontade soberana expressa pelo povo amigo da Irlanda", afirmou o chanceler.

"Não temos um presidente fixo no Conselho Europeu, não temos uma figura institucional capaz de falar com uma única voz em nome da Europa na política externa. Manteremos o direito de veto nacional em questões importantes", observou Frattini.

ANSA

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