quinta-feira, 12 de junho de 2008

12/6: DIA MUNDIAL CONTRA O TRABALHO INFANTIL.


ROMA, 12 JUN (ANSA)

No mundo são cerca de 165 milhões as crianças entre 5 e 14 anos que trabalham e destas 74 milhões exercem atividades consideradas perigosas.

O número de menores de idade explorados pula para 218 milhões em se considerando a faixa etária entre os cinco e os 17 anos.

Além disso, segundo dados recentes sobre o número de inscritos na escola, seriam 72 milhões as crianças em idade de ensino fundamental não alfabetizadas.


Esta é a realidade dramática de crianças obrigadas a entrar precocemente no mercado de trabalho, segundo a Organização Internacional do Trabalho (ILO), que promove todo dia 12 de junho, o Dia contra o Trabalho Infantil, dedicado este ano ao tema da educação.

Com base no último relatório mundial da ILO sobre o trabalho infantil, no mundo um menor em cada sete desenvolve alguma atividade laboral: com 122,3 milhões de crianças economicamente ativas, a Ásia e o Pacífico representam a região com o maior número de trabalhadores menores de idade no mundo (equivalente a quase 20%). A África subsaariana, com 26% (cerca de 50 milhões de trabalhadores infantis) é a região com a maior incidência de crianças ativas no mercado laboral.

Já a América Latina e o Caribe apresentam uma rápida redução do trabalho de menores de idade: este número caiu em dois terços entre 2000 e 2004, com 5% (5,7 milhões) de menores entre 5 e 14 anos ainda implicados no trabalho infantil.

Esta realidade caracteriza não só os países em vias de desenvolvimento, mas também os industrializados, onde em 2000 trabalhavam cerca de 2,5 milhões de crianças com menos de 15 anos.

Quanto aos setores nos quais as crianças-trabalhadoras são usadas, destaca-se a agricultura com cerca de 70% do total; 22% dos menores que trabalham são ativos no setor dos serviços e 9% no da indústria (que também compreende trabalho em minas e no setor da construção).

Segundo os dados da ILO, o número de menores trabalhadores entre 2000 e 2004 caiu em 11% e a diminuição mais relevante (26%) se registrou em trabalhos de risco.

Segundo a citada organização, para reduzir o fenômeno do trabalho infantil é fundamental estender o acesso à educação gratuita e obrigatória.

Um estudo da ILO destaca que a extirpação do trabalho infantil e a sua substituição pela educação universal oferecem benefícios incomensuráveis do ponto de vista econômico e social. Globalmente, os benefícios superam os custos em uma relação de 6 para 1; e cada ano suplementar de escola (até os 14 anos) gera para o futuro 11% de renda a mais por ano.

Além disso, o ensino também deve ser de qualidade, observa a ILO, lembrando que, segundo um recente relatório da iniciativa Education for All (EFA), no mundo são necessários 18 milhões de novos professores no ensino fundamental, em se desejando atingir as metas da educação básica universal até 2015.

ANSA

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