Liliane Maia
O governo do Estado do Amazonas declarou luto oficial por três dias em reconhecimento aos serviços prestados pelo senador amazonense Jefferson Péres (PDT/AM), de 76 anos, que faleceu nesta sexta-feira (23) em Manaus às 6h10, vítima de um infarto agudo do miocárdio. A família aceitou a oferta do governo do Estado, e o velório do senador acontece no Centro Cultural Palácio Rio Negro, antiga sede do governo do Estado, nesta tarde. O enterro foi marcado para as 16h de sábado (24) no cemitério São João Batista.
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O vice-presidente da República, José Alencar, deveria chegar à cidade às 22h desta sexta para o velório. Segundo o vice-governador, Omar Aziz, o senador teria acordado, escovado os dentes e reclamado de uma forte dor no peito, mas não resistiu e faleceu em sua casa, no bairro Adrianópolis, antes mesmo de o médico chegar. A informação foi passada para o vice-governador pela esposa do senador Jefferson Péres, Marlídice de Souza Carpinteiro Péres, em ligação para a família para confirmar a notícia.
Surpresa e lamento
O senador Artur Virgílio Neto (PSDB/AM) foi um dos últimos políticos a conversar com o senador Jefferson Péres. Eles viajaram juntos de Brasília para Manaus nesta quinta-feira (22), feriado de Corpus Christi, e conversaram por cerca de 40 minutos. Segundo o colega, Péres demonstrava tranqüilidade e em nenhum momento teria reclamado ou feito referência à problemas de saúde. "Ele parecia e estava absolutamente bem", disse Artur Virgílio à imprensa, ao comentar em Manaus a morte do senador. Para ele, Jefferson Péres foi "um dos melhores senadores que o Amazonas deu ao Brasil, com um senso de justiça extraordinário, um homem com profundo conhecimento da política". "Perdemos todos. O Amazonas e o Brasil", completou.Já o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB), disse que ele e sua família estão muito abalados com a morte do senador. Para Braga, Péres foi um marco na ética da política nacional e citou o momento em que ele se elegeu pela primeira vez senador, em 1995. "Naquele momento já testemunhávamos o destaque que Péres teria na política nacional", ressaltou.
PRESIDENTE DO SENADO LAMENTA PERDA
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), lamentou a morte do senador Jefferson Péres (PDT-AM) ao lembrar que nenhum representante do Poder Legislativo lutou tanto pela democracia do país quanto Péres. Visivelmente abalado, Garibaldi abriu a sessão plenária do Senado de hoje para comunicar os senadores da morte de Péres
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Ele lembrou ainda o apoio que sempre recebeu do senador. "Em 2000 fui candidato à Prefeitura, apesar de o partido do senador Jefferson Péres apoiar outro candidato, ele não escondeu seu apoio a minha candidatura. E essa proximidade continuou em 2002, onde disputamos juntos, na mesma chapa. Eu para o governo do Estado e ele a reeleição para o Senado", citou o governador.
Histórico familiar
Não é a primeira vez que a família Carpinteiro Péres sofre com a perda súbita de entes queridos.
Na década de 40, o então deputado federal Leopoldo Carpinteiro Péres, tio do senador Jefferson Péres, morreu de um ataque cardíaco fulminante, na tribuna da Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro, no momento em que proferia discurso em defesa da Amazônia. Em 1962, o pai do senador, o desembargador Arnoldo Carpinteiro Péres, também foi vítima de problemas cardíacos. Ele morreu de um infarto na porta do Tribunal de Justiça do Amazonas. No entanto, o senador Jefferson Peres, que sempre levou uma vida muito regrada - não bebia, não fumava e tinha alimentações e hábitos de vida saudáveis, segundo amigos e familiares - nunca teve problemas cardíacos. Tinha médicos em Brasília e em Manaus, onde se consultava regularmente sem apresentar nenhuma alteração.
"Nos últimos meses ele apresentou um leve quadro de hipertensão, mas nada que chegasse a preocupar os médicos nem ele mesmo", informou a assessoria do senador, em Manaus, lembrando que apesar dos 76 anos, Jefferson Peres nunca precisou se submeter a nenhum tipo de cirurgia. O senador deixa a mulher, Marlídice de Souza Carpinteiro Peres, com quem estava casado há 40 anos; os filhos Ronald, de 39 anos, advogado; Roger, de 34 anos, administrador de empresas; e Rômulo, de 32 anos, também advogado, o único casado. Ele não deixa netos.
Fonte: Uol
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