sexta-feira, 1 de maio de 2009

Após 15 anos da morte de Senna, Brasil amarga queda e fica atrás até de Alonso.


Fernando Narazaki
Em São Paulo
Arte UOL

Há exatos 15 anos, o Brasil lamentava a morte de Ayrton Senna com o trágico acidente na curva Tamburello, no GP de San Marino. E mais do que um ídolo, o tempo provou que o país perdeu o último campeão na Fórmula 1, além de deixar de figurar entre as grandes forças da modalidade. De segunda maior nação, o Brasil caiu para quarta ou até quinta maior potência na categoria, mesmo tendo nos últimos dez anos um piloto dirigindo pela Ferrari.

Para se ter uma ideia, antes da morte de Senna o país era o segundo com mais vitórias (79), graças principalmente ao trio Senna, Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet, responsável por oito títulos na F-1 e 78 triunfos. Além deles, o outro brasileiro que subiu no lugar mais alto do pódio foi Jose Carlos Pace, no GP Brasil-1975.

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O trio também foi essencial para colocar a nação como segunda em poles (96) e terceira em pódios (184) e em número de voltas mais rápidas (55). O Brasil era superado apenas por Grã-Bretanha (em todos os itens citados) e pela França (em pódios e voltas rápidas), isso sem contar o fato de ter oito títulos, apenas três a menos que os britânicos.

Mas a morte repentina do tricampeão deixou uma lacuna que nunca mais foi ocupada, mesmo tendo 13 pilotos representando a bandeira nacional nos 15 anos que sucederam a perda de Senna. Somados, os 13 brasileiros tiveram números inferiores em comparação com uma dupla de finlandeses (Mika Häkkinen e Kimi Räikkönen) e com um espanhol (Fernando Alonso), todos campeões da F-1 no período, isso sem contar o recordista alemão Michael Schumacher.

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Neste período, o Brasil foi apenas o quinto país com mais vitórias na categoria (20), atrás inclusive do número de triunfos obtido por Alonso (21), que só iniciou a trajetória na F-1 em 2001. Além do espanhol, os brasileiros ainda ficaram abaixo de alemães (97), britânicos (53) e finlandeses (38), estas mesmas nações que superaram o Brasil em poles, pódios e voltas mais rápidas nestes 15 anos.

A queda de produção veio justamente em um ciclo que o país teve muitos pilotos na categoria (13, apenas um a menos do que teve nos 44 anos anteriores de F-1), sendo que um deles esteve na Ferrari nas últimas dez temporadas. Rubens Barrichello defendeu a equipe italiana entre 2000 e 2005, sendo sucedido por Felipe Massa, que é piloto titular nas últimas quatro edições. Ambos somaram 20 vitórias, enquanto os outros dois pilotos no período (Schumacher e Räikkönen) ganharam 64 vezes, sendo que o alemão ganhou cinco títulos e o finlandês, um. A Ferrari ainda levou por sete vezes a taça de construtores.

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Nestes dez anos, Finlândia, Alemanha, Espanha e Grã-Bretanha tiveram também pilotos em grandes equipes, mas com uma produção bem melhor. Sozinho, Schumacher deu 91 triunfos aos alemães, apenas oito a menos que o Brasil obteve em todos os tempos, e ainda impulsionou a geração de seu país que vem sendo maioria nas últimas temporadas. Em 2009, a Alemanha tem cinco representantes (Adrian Sutil, Nick Heidfeld, Timo Glock, Sebastian Vettel e Nico Rosberg) na categoria.

A Grã-Bretanha foi campeã com Damon Hill e Lewis Hamilton, este o mais jovem piloto a vencer o Mundial, a Espanha foi bi com Alonso e a Finlândia colecionou três taças (dois com Häkkinen e uma com Räikkönen). A situação do Brasil só não foi pior nestes 15 anos pois outras duas nações tradicionais, França e Itália, também tornaram-se coadjuvantes e não voltaram a ter campeões.

A temporada 2009 pode servir como um duro exemplo dos 15 anos vividos após a morte de Senna. Na atual edição, os três pilotos do país perdem de seus companheiros de equipe. Apesar de ser segundo do Mundial, Barrichello está 12 pontos atrás do inglês Jenson Button, seu parceiro na Brawn GP, que ganhou três das quatro corridas. O experiente brasileiro só foi uma vez ao pódio. Felipe Massa e Nelsinho Piquet não somam pontos, enquanto Räikkönen tem três na Ferrari e Alonso ganhou cinco com a Renault.

UOL


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