ROMA, 27 JUL - O chanceler da Itália, Franco Frattini, afirmou hoje de manhã que as tropas do país permanecerão no Afeganistão, já que, segundo ele, os ataques dos "inimigos da democracia" contra "as forças de coalizão" devem aumentar até as próximas eleições presidenciais, agendadas para 20 de agosto.
"Trabalhamos no Afeganistão para a segurança da Itália, mas também para a de Calderoli", comentou o chanceler em resposta às declarações do ministro italiano de Simplificações Normativas, Roberto Calderoli, que ontem (26) se disse favorável à retirada dos soldados em missão no Afeganistão, no Líbano e em Kosovo.
Frattini pontuou que uma possível retirada das tropas italianas "dependerá muito do êxito do pleito de agosto. Nós queremos que estas eleições tenham credibilidade, que realmente representem o povo afegão e que este tenha uma participação adequada às urnas", ressaltou.
"Confirmarei ao representante norte-americano a vontade da Itália de sempre defender e participar para a estabilização do Afeganistão, de trabalhar por eleições confiáveis no país e de contribuir na estratégia de segurança local", afirmou Frattini em se referindo ao encontro desta noite (27) com o representante americano para Paquistão e Afeganistão, Richard Holbrooke.
O ministro italiano para as Simplificações Normativas e outros membros do partido governista Liga Norte, defendem a retirada dos soldados italianos no Afeganistão, no Líbano e nos Bálcãs. "Estas missões custam caro demais e os mortos que provocam não agradam a ninguém", comentaram.
"Eu traria todos os soldados para casa. A missão custa muito dinheiro e os resultados e os custos devem ser repensados", disse Umberto Bossi, líder da Liga Norte, ao comentar um atentado neste fim de semana contra militares italianos no Afeganistão.
O governo afegão anunciou hoje (27) que, primeira vez, conseguiu um acordo de cessar-fogo com o movimento Talebã, em vista das eleições, nas regiões oeste e noroeste do país.
As eleições de 20 de agosto têm cerca de 40 candidatos presidenciais. Os três com maiores chances de vitória são o atual presidente Hamid Karzai, o ex-ministro das Finanças Ashraf Ghani e o ex-ministro das Relações Exteriores Abdullah Abdullah.
No último dia 14, um atentado matou o soldado italiano Alessandro Di Lisio, de 25 anos.
Desde 2004, quando a Itália enviou tropas ao Afeganistão, 14 militares do país faleceram, a maioria em ataques.
ANSA
segunda-feira, 27 de julho de 2009
"Tropas italianas ficarão no Afeganistão" .
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