Quinta-Feira - 24/01/2008
20 meses depois, mais por conta dos aliados do que da própria oposição, Romano Prodi não obtém confiança no Senado e apresenta renúncia ao presidente da República.
O primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, entregou sua renúncia ao presidente Giorgio Napolitano, na noite desta quinta-feira (24), após não obter o voto de confiança no Senado.
Comunicado do gabinete presidencial informou que Prodi continuará na presidência do Conselho de Ministros em caráter interino.
Napolitano, nesta sexta-feira, começará a consultar os partidos políticos com vistas à formação do novo Executivo.
A derrocada anunciada. Assim pode ser definida a derrota que o Governo Prodi sofreu, nesta quinta-feira (24), quando o Senado, por 161 votos contra 156, negou-lhe a confiança que ele havia requerido após a crise instalada com a queda do ministro da Justiça, Clemente Mastella, envolvido em supostos atos de corrupção, e cujo partido, que integrava a coalizão de centro-esquerda no poder desde abril de 2006, retirou seu apoio.
Confirma-se, desta forma, a avaliação de analistas políticos feitas ao Oriundi na primeira crise que se abateu sobre o atual Governo. O pior inimigo que Prodi tinha não era a oposição, e sim faces do losango que compunha a aliança que sustentava Romano Prodi.
Há 20 meses no poder, o próximo passo de Romano Prodi será apresentar sua renuncia ao presidente da República, Giorgio Napolitano, que deverá consultar os líderes dos partidos antes de decidir se designa um governo técnico de transição, e encaminhe reforma eleitoral ( a confusão situação multipartidária da Itália está no centro da instabilidade política do país) ou, então, antecipa as eleições, o que é reivindicado pela oposição.
Na verdade, enquanto os principais líderes de centro-direita pregavam a realização de eleições, militantes saíram às ruas, em Roma e em outras cidades italianas, para comemorar a derrota do Governo Prodi acionando as buzinas dos carros e com muito foguetório.
Mesmo pressionado a renunciar antes da votação desta quinta-feira – na votação da Câmara, que ocorreu nesta quarta-feira (23), Prodi saiu-se vitorioso e obteve o voto de confiança – o primeiro-ministro decidiu enfrentar a realidade do Senado, onde sempre contou com uma débil maioria. Com a retirada do apoio do partido de Mastella, e de outros fatores que motivaram o não de alguns senadores, o fim do segundo governo de Romano Prodi se desenhou de maneira irreversível.
Com um semblante abatido, Prodi fez um pronunciamento, antes da votação, destacando mais uma vez a grave crise política que o país enfrenta, reiterando a necessidade de as reformas continuarem. Mas suas palavras não foram suficientes para sensibilizar os senadores.
A derrota de Prodi ocorre no mesmo dia em que a União Européia, através do comissário para Assuntos Econômicos e Monetários, Joaquin Almunia, alertou, em Bruxelas, que as contas públicas italianas correm o risco de se deteriorarem substancialmente neste ano, não obstante os resultados positivos de 2007, o que poderá gerar um efeito que poderá repercutir nos mais diferentes setores do país.
Joaquin Almunia, que participa do Fórum Econômico Mundial, em Davos, chegou a dixer que torcia por uma perspectiva de estabilidade política na Itália como forma de enfrentar a difícil situação da economia.
Fonte Web.
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