quarta-feira, 8 de abril de 2009

Novo terremoto volta a abalar a Itália; mortos na região de L'Aquila passam de 200.


A região da cidade de L'Aquila, em Abruzzo, no centro da Itália, voltou a sofrer um forte abalo sísmico, no ínicio da noite desta terça-feira (hora local), um dia depois do terremoto que matou mais de 200 pessoas. O novo tremor não causou nenhuma morte, segundo os bombeiros.
  • Arte UOL

    Epicentro do terremoto que matou dezenas na Itália


Anteriormente, autoridades haviam informado que uma pessoa, moradora de Santa Rufina di Roio, a sete quilômetros de L'Aquila, teria morrido.

As cidades de Fossa, Rocca di Cambio e Sant'Eusanio estão em um raio de três quilômetros do epicentro do novo terremoto e foram as mais afetadas, segundo a Defesa Civil

O terremoto desta terça-feira foi de 5,6 graus na escala Richter, segundo o Instituto de Geofísica dos EUA, e ocorreu às 19h45 (hora local, 14h45 pelo horário de Brasília). Os moradores de Roma voltaram a sentir a terra tremer com o novo abalo.

Com o tremor desta terça, alguns prédios já danificados no terremoto de segunda ficaram totalmente destruídos. As equipes de resgate que trabalhavam na busca por sobreviventes foram surpreendidas.

A magnitude do terremoto que deixou mais de 200 mortos na segunda-feira foi de 6,3 graus na escala Richter, segundo o Instituto de Geofísica dos EUA. No entanto, o Instituto Nacional de Geofísica da Itália diz que foi de 5,8 graus.

Sem ajuda internacional
Nesta terça-feira, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, declarou que seu país não precisa de ajuda internacional para socorrer as vítimas do terremoto que atingiu a região de Abruzzo na madrugada desta segunda-feira (6).

"Agradeço aos países estrangeiros por sua solidariedade, mas pedimos a eles que não mandem ajuda", disse Berlusconi, que concedeu uma entrevista coletiva na cidade de L'Aquila, epicentro do temor, que atingiu 6,3 graus na escala Richter e, segundo o próprio primeiro-ministro, matou 207 pessoas, das quais 17 ainda não foram identificadas.

O premier, que retornou hoje à área mais atingida pelo desastre, afirmou ainda que a Itália "é capaz de responder sozinha às exigências". "Somos um povo altivo. Agradeço, mas somos suficientes sozinhos", ressaltou ele.

Além disso, Berlusconi assegurou que 30 milhões de euros serão destinados de forma imediata aos desabrigados. Porém, ele afirmou que posteriormente será feito um pedido aos fundos europeus que pode chegar a algumas centenas de milhões de euros.

Segundo o Consulado do Brasil em Roma, ainda não há informações sobre brasileiros feridos. Nenhum brasileiro entrou em contato com o serviço consular para alegar problemas causados pelo terremoto. O Consulado não soube precisar o número de brasileiros que vive na região de Abruzzo.

Resgate
Equipes de resgate usam escavadeiras e as próprias mãos na busca por sobreviventes. Mais de 24 horas depois de que o tremor sacudiu a região, equipes de emergência retiraram dois estudantes na manhã desta terça-feira (7) dos escombros de prédios em L'Aquila, a cidade de montanhas mais atingida pelo terremoto.

Fontes dos serviços de emergência disseram à agência de notícias Efe que, desde a madrugada da segunda-feira, foram captados 300 movimentos telúricos de maior ou menor intensidade. A réplica mais prolongada aconteceu à 1h15 (20h15 de Brasília da segunda-feira) com uma magnitude de 4,8 graus na escala Richter, que amedrontou os que tentavam dormir e interrompeu os trabalhos de resgate.

O primeiro-ministro italiano informou também que, nas áreas atingidas, trabalham mais de 7 mil pessoas nas operações de resgate e socorro e também afirmou que estes novos tremores estão colocando em risco a vida das equipes de resgate, mas disse que a busca por sobreviventes deve continuar. As previsões do tempo indicam também chuvas, o que dificulta os trabalhos.

Cerca de 100 pessoas foram retiradas com vida dos escombros. Mas muitos ainda estão desaparecidos a Defesa Civil diz que as esperanças de encontrar mais alguém com vida diminui a cada hora.

Na madrugada, equipes de resgate conseguiram salvar a jovem Marta Valente, que estava presa nos escombros de um imóvel de quatro andares que desabou devido ao terremoto.

A jovem dormia no momento em que o edifício que morava desabou. Vários pedaços grandes de cimento armado impediram que ela fosse atingida gravemente pelos escombros.

Simone De Meo contou à agência Efe que acordou às pressas o irmão, que estava dormindo, mandando que pusesse os sapatos e saísse para rua. "Nesse momento, senti muito pânico", afirmou.

Outro desabrigado, Giuseppe Cesarano, lembrou que sentiu o tremor mais forte com pedaços das paredes de seu quarto, que se soltaram, e com o corte da corrente elétrica. "Acordei e desci correndo para o jardim de casa."

Sua amiga Daniela Petito afirmou que nada dava a entender que o tremor da madrugada aumentaria até ficar tão forte, porque os dois anteriores haviam sido "bem suaves".

Desabrigados
Fontes dos serviços de emergência disseram que ainda não houve a apuração definitiva dos desabrigados que dormiram nas tendas de campanha, nem se sabe quantas pessoas passaram a noite nos seus carros.

Também não se sabe quantas pessoas deixaram a cidade e foram para Pescara, cidade próxima a L'Aquila, dormir nos hotéis do Adriático.

O premiê italiano falou também sobre a situação dos milhares de evacuados que na noite passada tiveram que dormir ao ar livre, diante da impossibilidade de voltar para casa, e anunciou a instalação de mais tendas de campanha.

Vinte novas instalações serão habilitadas, com 2.416 tendas de campanha com capacidade para 14,5 mil pessoas e nas quais serão colocadas em funcionamento 16 cozinhas de acampamento. O Exército ofereceu ainda 105 tendas, 1.500 cobertores e 1.400 camas de campanha, além de 13 escavadeiras, uma cisterna e torres de iluminação.

*Com informações das agências internacionais

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