Como é usual, o primeiro-ministro italiano fez pouco caso do assunto. Na semana passada, quando o tema explodiu na imprensa, classificou as denúncias sobre escândalos relacionados à sua vida privada como lixo. Depois, arrematou dizendo amar a vida e as mulheres. De qualquer forma, desta vez vozes poderosas do setor privado se uniram aos protestos dos políticos de oposição alertando para o fato de a dignidade da Itália estar sendo colocada em risco perante a opinião pública mundial, justamente em um período de crise econômica.
A presidente da Confindustria, Emma Marcegaglia, fez um forte pronunciamento, quase em tom de desabafo, dizendo que a Itália está tomada por uma paralisia. Na sua opinião, para manter as posições competitivas que o país tem, ele não deve perder o senso de si. Para ela, se a cada dia o debate político é dominado por questões que nada tem a ver com uma agenda séria, nos ficamos enraivecidos e indignados.
Os políticos de oposição, como o líder do Partido Democrático, Pier Luigi Bersani, foi enfático: Berlusconi deve renunciar, porque simplesmente traiu a investidura pública. O presidente da Câmara, Gianfranco Fini, deu razão a Emma Marcegaglia, que criticou o não andamento das reformas no parlamento.
Afinal, qual é a razão de tanta polêmica? Pois desta vez a denúncia envolve uma menor, uma jovem marroquina de 17 anos, dançarina, que teria participado dos festins promovidos pelo primeiro-ministro. Até aí, afora o fato de ser menor, nada muito diferente dos escândalos anteriores.
Mas há um agravante. A jovem , conhecida por Ruby, que tem um perfil no facebook, teria sido presa em maio passado por roubo. Berlusconi teria, conforme as denúncias, ricas em detalhes, divulgadas tanto no jornal La Reppublica quando no Corriere Della Sera, intervido para libertar a jovem, inclusive argumentado que ela era parente do presidente do Egito. Uma assessoria do premier teria ido apanhar a marroquina na polícia. Ou seja, a denúncia envolve abuso de poder.
De Berlusconi aos seus principais aliados e integrantes do Governo, é uníssona a versão de que nada disso ocorreu. O premier nega relacionamento com a jovem, o ministro do Interior, Roberto Maroni, que responde pelos órgãos policiais, afirma que a Questura de Milão, onde a prisão da jovem ocorreu, agiu dentro das regras e das normas.
ANSA
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