Um grupo de imigrantes está há 12 dias vivendo no alto de um guindaste de construção civil na cidade de Brescia, na Itália, em protesto pelo direito de permanecer no país.
"Lutar duro e sem medo -- estamos todos no guindaste", diz um cartaz exposto pelos imigrantes, instalados a 35 metros de altura, desde 30 de outubro. Desde o alto do guindaste, eles gritam e usam um megafone para expressar seus pedidos.
Vista geral da região onde fica o guindaste, em Brescia, na Itália. Grupo exige documentos para que possam trabalhar legalmente no país
"Lutar duro e sem medo -- estamos todos no guindaste", diz um cartaz exposto pelos imigrantes, instalados a 35 metros de altura, desde 30 de outubro. Desde o alto do guindaste, eles gritam e usam um megafone para expressar seus pedidos.
Vista geral da região onde fica o guindaste, em Brescia, na Itália. Grupo exige documentos para que possam trabalhar legalmente no país
Nesta quarta-feira, um dos imigrantes, oriundo da Índia, desistiu da manifestação e se entregou aos policiais. No entanto, os outros cinco que permanecem no alto, originários de Paquistão, Egito e Senegal, se recusam a atender os pedidos dos bombeiros e se opõem à instalação de redes de proteção.
Segundo informa o "Giornale di Brescia", o grupo chegou a lançar objetos contra agentes públicos que se aproximaram, temendo que fossem forçados a abandonar o local.
Polêmica
O grupo exige vistos de residência e pedem uma reunião com o ministro do Interior, Roberto Maroni, em um gesto que divide a opinião pública italiana.
O prefeito de Brescia, Adriano Paroli, do partido centro-direitista Povo da Liberdade, disse que o protesto não os ajudará a conseguir o visto. Muitos conservadores, inclusive ligados ao governo, vinculam a imigração à criminalidade, um dos argumentos utilizados na aprovação de uma lei recente que criminaliza a imigração clandestina.
Já o Partido Democrático, de oposição, pediu ao governo que aceite dialogar com os imigrantes. De acordo com os manifestantes, a nova legislação inviabilizou a obtenção do visto de residentes, embora eles trabalhem há anos no país.
Para o político de esquerda Nichi Vendola, a questão deve ser encarada em sua complexidade. "Enquanto os imigrantes são usados como mão de obra barata [...] eles são convenientes. Mas quando pedem que seus direitos sejam reconhecidos, são vistos como sujeitos perigosos, que devem ser mantidos à distância", afirmou Vendola, segundo a agência Reuters.
*Com agências de notícias e "Giornale di Brescia"
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