segunda-feira, 25 de maio de 2009

NA ITÁLIA PREMIER COMPARA CENTRO DE IMIGRANTES A CAMPO DE CONCENTRAÇÃO.

22/05/2009

Os centros de detenção de imigrantes na Itália parecem "campos de concentração". A afirmação não é de qualquer ativista ou defensor dos direitos dos indocumentados, mas do primeiro-ministro do país, Silvio Berlusconi. Por trás da opinião do líder italiano está a vontade de devolver os migrantes para seus países de origem. "Seria mais humano", disse.

O governo de Berlusconi vem recebendo duras críticas da ONU e de entidades de direitos humanos por sua nova política de devolver para a Líbia migrantes interceptados no mar antes de tentar entrar ilegalmente na Itália. "Acho muito mais fácil examinar situações individuais no país de origem, do contrário eles vêm aqui e vão para um campo que, eu não deveria estar dizendo isso, é muito similar a um campo de concentração", disse Berlusconi. O Acnur (agência da ONU para refugiados) diz que a deportação dos barcos de migrantes, que começou neste mês, num momento de aproximação política entre a Itália e sua ex-colônia Líbia, viola as convenções internacionais sobre os direitos de pessoas que buscam asilo.

Desde que voltou ao poder, em 2008, Berlusconi tem reprimido a imigração ilegal. Uma de suas decisões mais polêmicas foi a de criminalizar a imigração ilegal. O governo pretende aumentar de 10 para 20 o número de campos de detenção para imigrantes, agora rebatizados de "Centros de Identificação e Expulsão". Na semana passada, a Câmara aprovou um projeto que amplia de dois para seis meses o prazo que os imigrantes podem passar nesses locais.

Grupos humanitários há anos criticam a superlotação, as condições anti-higiênicas e em alguns casos os abusos policiais nos centros de detenção, particularmente na ilha de Lampedusa (sul), aonde a maioria dos migrantes vindo da África chega. O partido direitista Liga Norte, que participa da coalizão de Berlusconi, certa vez comparou o centro de detenção de Lampedusa a um "hotel cinco estrelas".

Berlusconi fez sua declaração numa entrevista coletiva ao lado do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, que disse que a prioridade deveria ser evitar desastres humanitários no mar e reforçar as patrulhas para impedir que os migrantes deixem a África.
Apesar disso, ele defendeu o respeito aos direitos dos candidatos a asilo.

O Acnur diz que entre as centenas de pessoas deportadas nas últimas semanas havia candidatos a asilo, que deveriam ser repatriados para a Itália. Quase 70 por cento dos 31,2 mil pedidos de asilo no ano passado na Itália partiram de imigrantes que chegaram na costa sul do país, e cerca de metade deles foram aceitos, segundo o Acnur.

Acheiusa.com

BERLUSCONI PEDE QUE PREMIER TENHA MAIS PODERES.

21/05/2009

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, pediu nesta quinta-feira, 21, por mudanças na Constituição do país, para dar mais poder ao presidente do Conselho de Ministros.

Durante uma assembleia da Confederação Geral da Industria Italiana (Confindustria), Berlusconi afirmou que "o premier não há praticamente nenhum poder" e que isto deve ser mudado a partir de um projeto de lei de iniciativa popular.

"Dirão que ofendo o Parlamento, mas esta é a realidade: as numerosas assembleias são totalmente inúteis e contraproducentes. A legislação tem que ser mudada, porque o presidente do Conselho não há nenhum poder, isto porque a Constituição foi escrita depois do fascismo e todos os poderes foram dados ao Parlamento", concluiu o italiano.

Na ocasião, Berlusconi ainda falou que o país deveria seguir o modelo dos Estados Unidos. "São 630 deputados, mas bastariam 100, assim como no Congresso norte- americano", comentou.

As declarações do premier repercutiram no meio político italiano, sendo que a líder da bancada no Senado do Partido Democrata (PD, de oposição), Anna Finocchiaro, expôs que Berlusconi deveria "pedir um parecer" para o presidente da Casa, Renato Schifani.

Para Pier Luigi Bersani, também do PD, tais afirmações "são a enésima prova que estamos em uma fase de deformação da Constituição".

ANSA

segunda-feira, 18 de maio de 2009

ITALIANOS RECEBEM UM DOS MENORES SALÁRIOS ENTRE DESENVOLVIDOS.

18/05/2009

O trabalhador italiano recebe um dos salários médios mais baixos entre os que são pagos nos 30 países que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A informação consta de um estudo divulgado pela entidade esta semana, e que tem gerado polêmica no cenário político da Itália. O levantamento toma como base de cálculo a relação entre as remunerações pagas e o custo de vida em um determinado país, com a inclusão de encargos como o pagamento de impostos.

Com um salário bruto médio de US$ 21.374 por ano, cerca de US$ 1.800 por mês, a Itália ficou na 23ª posição, mesmo posto que ocupava no ano passado.

Os sete países que ficaram atrás são Portugal, República Checa, Polônia, Hungria, Eslováquia, Turquia e México. Os primeiros da lista, em contrapartida, são Grã-Bretanha, Japão, Estados Unidos, Alemanha e França.

O valor dos salários italianos é 17% inferior à média das remunerações
pagas nos demais membros da OCDE.

Como o país atravessa um mau momento econômico, eco da crise internacional, a divulgação dos números alimentou ainda mais o debate político entre governo e oposição.

O ministro do Trabalho, Maurizio Sacconi, disse que os salários são baixos por causa do sistema de contratação que era praticado antigamente no país, o qual estabelecia vínculos trabalhistas coletivos.

Já o ministro de Atualização de programas do governo, Gianfranco Rotondi, admitiu que os dados são relevantes, mas ressaltou "o enorme esforço que tem sido feito em benefício dos setores mais pobres da população, dos jovens e das pequenas e médias empresas".

A oposição, por outro lado, exige que o primeiro-ministro Silvio Berlusconi altere as políticas que vem adotando até agora para enfrentar a crise.

Para Cesare Damiano, chefe do Comitê Econômico do Partido Democrata (PD), a principal força de oposição do país, o quadro revelado pela OCDE exige "uma intervenção governamental para aumentar o poder aquisitivo dos italianos".

Segundo ele, o fortalecimento do consumo ajudará a economia do país a sair da crise. Já o líder do partido Itália dos Valores (IDV) no Senado, Felice Belisario, disse que o premier "deve parar com as políticas em favor dos bancos e contra os trabalhadores".

Na sexta-feira (15), o Instituto Nacional de Estatística (Istat) da Itália informou que o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 5,9% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2009, pior resultado desde 1980. Em 2008, a economia do país encolheu 1%.

ANSA

Concurso elege três brasileiras para representar o país no Miss Itália Mundo 2009.


Três beldades descendentes de italianos dos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná foram as escolhidas para representar o Brasil no concurso Miss Itália Nel Mondo. Repleto de gatas de todo o planeta, o evento será realizado em junho, na cidade italiana de Veneza.

Nayara, Osyane e Alessandra vão representar o país no Miss Itália Nel Mondo


As jovens Nayara Bombonatti, de Sertãzinho (SP), Osyane Pilecco, de Alegrete (RS), e Alessandra Reginato, de Medianera (PR), venceram o concurso Miss Itália Brasil 2009, que foi realizado neste sábado, no tradicional edifício Itália, localizado na região central de São Paulo.

O concurso Miss Itália Nel Mondo conta com candidatas selecionadas em mais de 40 países. Todas as participantes têm de ser -além de bonitas- descendentes de italianos, ou 'oriundi', em italiano.

UOL

sexta-feira, 15 de maio de 2009

BATTISTI TEME QUE BRASIL CEDA À PRESSÃO DA ITÁLIA POR EXTRADIÇÃO.


14/05/2009

O ex-ativista político e escritor italiano Cesare Battisti disse em entrevista publicada na revista francesa Paris Match que tem medo de que o Brasil ceda à pressão do governo italiano pela sua extradição.

"Temo que o Estado brasileiro não possa enfrentar a pressão do governo italiano", afirmou o ex-ativista. "O governo italiano fez de mim o chefe, o assassino, o monstro. Ele exerce muitas pressões políticas. É um interesse exagerado, desproporcional, que eles têm por mim. Eu era um militante qualquer. E por quê tudo isso? Porque eu não aceito a versão deles da história? Por que eu não aceito as mentiras deles?", se defende.

Battisti, preso no Brasil desde 2007, é ex-membro da organização de esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) e foi condenado na Itália, em 1993, à prisão perpétua pela autoria de quatro assassinatos cometidos na década de 70. Ele se encontra atualmente detido na Penitenciária de Papuda, em Brasília.

Na entrevista, o ex-ativista revela que recomeçou a fumar e que toma antidepressivos e remédios para poder dormir. Ele afirma estar angustiado com a decisão sobre sua extradição e diz que pensa em suicídio caso a decisão final seja o seu retorno à Itália. Segundo Battisti, cabe a ele e não a Itália decidir o momento de sua morte.

Ele negou uma vez mais ser o autor dos assassinatos pelos quais foi condenado e falou também sobre o novo livro que está escrevendo. O livro ainda "fala sobre mim. Não aguento mais escrever relatos autobiográficos. Mas eu escrevo em terceira pessoa. Tomei muito mais distância. Eu me interesso pelo Brasil. Eu me inspiro nas histórias dos presos. É através deles que eu abro as janelas desse país (...) Em meu livro é o Brasil que eu pretendo mostrar", disse Battisti.

Nesta terça-feira, uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados do Brasil discutiu o caso da extradição do ex-ativista italiano. Na ocasião, o ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, afirmou que o governo da Itália pretende usar o caso como símbolo dos episódios violentos que marcaram o país europeu nos anos 70 e que o Brasil "não vai se servir para entregar alguém que será bode expiatório dos anos de chumbo da Itália".

A íntegra da entrevista exclusiva de Battisti será difundida pelo canal franco-alemão Arte no dia 16 de maio próximo.

ANSA

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Plano do governo defende adoção e direitos civis para casais homossexuais.


Claudia Andrade
Do UOL Notícias

Em Brasília

O governo federal lançou nesta quinta-feira (14), em Brasília, o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). O plano é composto por 51 diretrizes, que devem ser transformadas em políticas de Estado. Entre elas estão a legalização do direito de adoção dos casais que vivem em parceria homoafetiva e o reconhecimento dos direitos civis de casais homossexuais.

"Eu e o meu companheiro temos 37 direitos que não são respeitados. Queremos direitos iguais", disse Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais). "Queremos a união estável. Não defendemos matrimônio - embora até fosse interessante a gente de smoking, casando, jogando buquê, jogando arroz, fazendo toda aquela festa - mas o que queremos é que nossos direitos sejam respeitados".
  • Antonio Cruz/ABr

    Manifesto tomou a rampa do Congresso Nacional

Para o ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), essas mudanças levam tempo, mas o plano ajudaria a antecipar as decisões. "Antes, se falaria em torno de ideias, propostas. Agora é um plano governamental, e cada ministério tem que se adaptar", disse. "Há um crescente reconhecimento na sociedade, há muitos anos existem casais gays. Existe a convivência. Esse é um passo que o Brasil deu na sua construção democrática."

Ele acredita que não é preciso esperar a aprovação de leis para que medidas que garantam direitos sejam colocadas em prática. O exemplo pode vir de empresas públicas e privadas. "Não precisa apostar tudo na aprovação da lei. Antes de aprovar, se a Caixa Econômica (Federal) começa a fazer, se a Petrobras começa a fazer, o Banco do Brasil começa a fazer, as montadoras começam a fazer para os seus funcionários, a mudança na sociedade já vai antecipando a lei e a lei depois só complementa o processo".

Legislativo e Judiciário

No Congresso Nacional, um projeto de lei sobre a união estável entre pessoas do mesmo sexo foi apresentado em março deste ano. O deputado José Genoíno (PT-SP), um dos autores da proposta, diz que ela é uma versão atualizada de um antigo projeto da então deputada Marta Suplicy. "Eu não estou propondo casamento nem constituição de família, mas o acesso aos direitos civis. O Judiciário já está reconhecendo este direito em várias decisões".

De fato, o STF (Supremo Tribunal Federal) analisa uma ação proposta pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, pedindo o reconhecimento legal da união estável de casais homossexuais. "O ambiente é muito favorável à causa", afirmou Eduardo Santarelo, coordenador do Programa Brasil Sem Homofobia da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República.

O ministro Vannuchi disse que o governo federal pode ajudar na tramitação do projeto no Legislativo "em todo seu esforço de articulação política". Para ele, a proposta pode ser aprovada ainda durante o governo Lula. "A tramitação legislativa precisa desse esforço de convencimento e esse segmento (LGBT) tem hoje uma das maiores capacidades de diálogo e sensibilização. O governo ajuda, e a chance de terminar aprovando é grande, ainda durante o governo Lula. Mas, se não aprovar durante o governo Lula, será aprovada em algum momento."

Para Toni Reis, o mais importante é que todas as políticas LGBT sejam mantidas independentemente de qual pessoa ou partido estiver no poder. "Queremos transformar isso em política de Estado. Hoje, o governo federal é comprometido com as causas populares. Se daqui a dois anos se tiver aqui o Serra, o Aécio, a Dilma, o Ciro, nós vamos estar aqui, do mesmo jeito, cobrando".

Mais diretrizes

Outras diretrizes incluídas no plano de promoção aos direitos humanos LGBT são:

- Incluir temas relativos à orientação e diversidade sexual nos cursos de formação de militares e de policiais civis e militares, extensivo às guardas municipais

- Classificar como inadequadas para crianças e adolescentes obras audiovisuais que apresentem conteúdos homofóbicos

- Criar uma comissão intersetorial para analisar programas de auditório e humorísticos e coibir discriminações

- Garantir mudança automática de nome e sexo a transexuais, sem a necessidade de ação judicial

- Encaminhar para o presídio feminino mulheres transexuais e travestis condenados à pena em regime de reclusão

- Acolher mulheres lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais na aplicação da Lei Maria da Penha, que pune agressões contra mulheres

- Rever a restrição existente para doação de sangue pela população LGBT

- Enfrentar o uso indiscriminado e prolongado de hormônios feminilizantes e masculinizantes entre travestis e transexuais

- Inserir nos livros didáticos a temática das famílias compostas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais

UOL

sábado, 9 de maio de 2009

Marcha da Maconha reúne mais de mil no Rio e 350 em Porto Alegre.


Mais de mil pessoas, entre elas o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participaram hoje da chamada Marcha da Maconha, uma manifestação que aconteceu em Ipanema, no Rio de Janeiro, e em outras 250 cidades do mundo para pedir a legalização do uso da substância.

No Rio de Janeiro, cerca de 1.200 pessoas se reuniram a favor da descriminalização do uso da maconha e marcharam pela praia de Ipanema de forma pacífica.

Minc fala durante a marcha no Rio / Foto: Futura Press

Também foi grande a manifestação em Porto Alegre, e em Brasília, Belo Horizonte e Juiz de Fora.

Jovens participam da Marcha da Maconha em Porto Alegre / Foto: AE

Em todos os casos, os manifestantes repudiaram a decisão de tribunais regionais, que proibiram a marcha em várias cidades do país por considerá-la apologia ao uso de drogas ilícitas.

Porto Alegre

Cerca de 350 simpatizantes da causa participaram da Marcha da Maconha, hoje à tarde, em Porto Alegre (RS), no Parque Farroupilha. Por acreditarem que a erva é benéfica nos tratamentos de câncer, Aids e glaucoma, os seus defensores também reivindicaram o reconhecimento no campo medicinal.

O ato, liberado pelo Ministério Público, teve uma hora de duração e foi pacífico.

Os membros da marcha cumpriram as regras estabelecidas e limitaram-se à caminhada e aos brados de "chega de morte, chega de prisão, queremos já a legalização". Agentes da Inteligência do 9º Batalhão de Polícia Militar e do Pelotão de Operações Especiais (POE) acompanharam as manifestações para impedir apologia, consumo e exposição de cartazes ou camisetas alusivas à droga.

Com informações da Agência Estado e da Efe

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Palmeiras bate Sport e leva vantagem na Libertadores para Ilha do Retiro.


SÃO PAULO - O Palmeiras conquistou um resultado precioso na abertura do confronto das oitavas de final da Copa Libertadores da América. A vitória por 1 a 0 sobre o Sport na noite desta terça-feira, em um jogo extremamente disputado no Palestra Itália, deixa o Verdão mais próximo da vaga.

Na semana que vem, qualquer empate classifica o clube paulista. Até mesmo uma derrota por margem mínima - desde que marque gols - tem valor para o Palmeiras. O jogo de volta está marcado para a terça-feira da semana que vem, às 20h15, na Ilha do Retiro.
Verdão perdeu várias chances de gol, mas conseguiu a vitória que lhe permite jogar por empate na partida de volta.


O vencedor do confronto brasileiro terá pela frente na próxima etapa da Libertadores o classificado do encontro entre Nacional, do Uruguai, e San Luis, do México, que ainda esperam a definição da data da primeira partida por parte da Confederação Sul-americana de Futebol (Conmebol).

Como havia feito na classificação diante do Colo Colo, o técnico Vanderlei Luxemburgo apostou em surpresas no Palmeiras. Marquinhos foi a grande novidade do meio-campo no lugar de Souza. Já Willians voltou a formar dupla de ataque com Keirrison. Contudo, o time paulista conseguiu a vantagem somente na etapa complementar, com gol do paraguaio Ortigoza.


ata
Em se tratando de Libertadores, até atacante chega duro no adversário

Jogo - veja como foi lance a lance

O Palmeiras aproveitou o amplo apoio da torcida para iniciar a partida em um ritmo intenso. Em sete minutos, duas oportunidades que levantaram o torcedor. Na primeira, o chute de Keirrison carimbou o travessão. Dois minutos depois, Cleiton Xavier arriscou de fora da área e, ao contrário do golaço marcado no Chile na semana passada, parou, desta vez, na boa intervenção do goleiro Magrão.

Ao Sport, restou resgatar a personalidade dos jogos que lhe renderam a liderança do grupo 1. Experiente, o time pernambucano passou a valorizar todas as jogadas. O clima esquentou no momento em que Vandinho sofreu uma falta de Willians na lateral esquerda do gramado.

Com a necessidade da vitória, o Verdão preferiu esquecer a catimba pernambucana e seguiu forte nas ações ofensivas. Aos 24 minutos, Keirrison mostrou toda a sua qualidade técnica: colocou a bola entre as pernas de César e bateu colocado pela linha de fundo.

Apesar de criar uma oportunidade com Wilson no contra-ataque, o Sport seguiu exposto às investidas de Armero e Cleiton Xavier na esquerda. Foi necessária a intervenção de Daniel Paulista para ajudar Moacir no setor. Por isso, até o intervalo, o Verdão teve maior posse de bola no campo de ataque, mas parou no ferrolho criado pelos pernambucanos.

Para o segundo tempo, Luxemburgo manteve a escalação, mas modificou o posicionamento de duas peças que estiveram apagadas nos 45 minutos iniciais. Marquinhos foi atuar do lado direito, enquanto Willians abriu pela esquerda.

Em um momento importante do jogo, Diego Souza, um dos líderes do elenco palmeirense, mostrou fibra ao recuperar uma bola perdida e ganhar um escanteio. Ao vibrar com o lance, o camisa sete sentiu que era o momento de cobrar o apoio da torcida. Foi prontamente atendido.

Já Marquinhos percebeu a necessidade de se movimentar para furar a marcação. Aos sete minutos, ele escapou nas costas da zaga e bateu na saída de Magrão. A bola estava na direção das redes quando César apareceu para salvar quase em cima da linha.

Sem uma atuação brilhante na parte técnica, os outros jogadores do Palmeiras perceberam a importância de se brigar pelas jogadas até o fim. Aos 17 minutos, Keirrison desarmou César na direita e cruzou para Diego Souza, livre, chutar por cima. O nervosismo já tomava conta das arquibancadas do Palestra Itália.

O placar imóvel em 65 minutos de disputa convenceu os dois técnicos de que as substituições eram essenciais para a parte final do confronto. No Sport, entraram Ciro e Luciano Henrique. No Palmeiras, as novidades foram Mozart e Ortigoza.

Aos 28 minutos, o Palmeiras viu abrir uma brecha para a vitória: Hamilton foi expulso. O Verdão foi rápido para aproveitar a superioridade numérica. No lance que originou o cartão vemelho, Cleiton Xavier cobrou falta da direita e Ortigoza desviou de cabeça para marcar o gol e explodir o Palestra Itália.

No final, o Palmeiras ainda insistiu em busca do segundo gol para aumentar a vantagem. Só que esbarrou na falta de sorte, já que a cabeçada de Diego Souza tocou no poste esquerdo de Magrão.

ICHA TÉCNICA - PALMEIRAS 1 x 0 SPORT

Local: Palestra Itália, em São Paulo (SP)

Data: 05/05/2009 (terça-feira)

Horário: 21h15 (de Brasília)

Renda: R$ R$ 1.246.726,24

Público: 23.991 pagantes

Árbitro: Sergio Pezzotta (Argentina)

Assistentes: Francisco Rocchio e Horacio Herrero (ambos argentinos)

Cartões amarelos: Danilo e Pierre (Palmeiras); César, Wilson e Paulo Baier (Sport)

Cartões vermelhos: Hamilton (Sport)

Gols:PALMEIRAS: Ortigoza, aos 29 minutos do segundo tempo.

Palmeiras: Marcos; Wendel, Maurício Ramos, Danilo e Armero (Jefferson); Pierre, Cleiton Xavier, Diego Souza e Marquinhos (Ortigoza); Willians (Mozart) e Keirrison

Técnico: Vanderlei Luxemburgo

Sport: Magrão; Igor, César e Durval; Moacir, Hamilton, Daniel Paulista (Luciano Henrique), Paulo Baier e Dutra; Wilson (Andrade) e Vandinho (Ciro)

Técnico: Nelsinho Baptista

IG

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Casal homossexual quer registrar gêmeos com 2 mães.


São Paulo - A mulher que deu à luz gêmeos na quarta-feira em São Paulo e sua companheira entraram hoje com pedido no Fórum de Santo Amaro para reivindicar o direito de registrar os filhos em nome das duas. É a segunda vez que elas fazem o pedido na Justiça. De acordo com a advogada Maria Berenice Dias, Munira Kalil El Ourra se submeteu a uma inseminação artificial e os óvulos dela foram instalados no útero da companheira, Adriana Tito Maciel, que deu à luz os bebês Ana Luiza e Eduardo. A gestação comungada entre parceiras sexuais é inédita no País, segundo Berenice.

O nome do pai que doou o sêmen para fecundação não foi divulgado. As duas mães deram início a uma ação declaratória de filiação há cerca de um mês. Como a decisão judicial ainda não foi dada, a advogada entrou com uma petição hoje pedindo novamente a autorização para o registro. O caso foi encaminhado também para o Ministério Público, que ainda não deu nenhum parecer. De acordo com a advogada, a Justiça tende a dar o registro para a mulher cujos óvulos foram fecundados. "Se elas não fossem mães homossexuais, tenho certeza de que o registro das crianças iria para o nome de Munira", afirma.

UOL

domingo, 3 de maio de 2009

Corinthians empata com 'olé' e ganha Paulista invicto após 71 anos.


Bruno Thadeu, Carlos Padeiro e Rodrigo Farah
Em São Paulo

O Corinthians manda em São Paulo outra vez. Uma campanha extremamente regular do clube do Parque São Jorge auxiliada pela presença do atacante Ronaldo em grande fase foi coroada com a conquista do 26º título paulista neste domingo. Diante de um Pacaembu lotado, a equipe de Mano Menezes fez valer a vantagem obtida no primeiro jogo e segurou o empate por 1 a 1 com o Santos com gritos de 'olé' da torcida para vencer o Estadual de maneira invicta.

O caminho do Corinthians não foi traçado de maneira perfeita, mas o torcedor pode se orgulhar de ter visto poucos erros da equipe ao longo da competição. O time alvinegro encerrou o torneio com 13 vitórias, dez empates e 83% de aproveitamento na fase decisiva.

PRINCIPAIS LANCES
PRIMEIRO TEMPO
14min - Paulo Henrique faz bela assistência, Germano invade a área e cruza rasteiro. A zaga afasta. Na sequência é a vez de Triguinho invadir a área e cruzar rasteiro, mas Felipe evita o gol e Alessandro manda para longe
18min - Madson dribla, ganha na velocidade, invade a área e chuta rasteiro. A bola sai próxima à trave direita do gol de Felipe
27min - GOOOOLLLL DO SANTOS!!!! Kléber Pereira recebe de Roberto Brum na área e cai após choque com Felipe. O camisa 9 santista bate com categoria e abre o placar
31min - Quase o Santos faz o segundo. Após cruzamento e confusão na área, a bola sobra para Paulo Henrique chutar, quase da pequena área, e Felipe defender no reflexo
33min - GOOOOLLLL DO CORINTHIANS!!!! Dentinho faz a assistência, André Santos recebe na área e chuta forte, no canto de Fabio Costa
SEGUNDO TEMPO
10min - Cruzamento na área em cobrança de folta, Jorge Henrique sobe sozinho e cabeceia para o chão. Fabio Costa espalma para escanteio
11min - André Santos chuta e Fabio Costa espalma. Na sequência, Alessandro cruza, mas Ronaldo não alcança
12min - Ronaldo invade a área sozinho e tenta encobriu Fabio Costa, mas o goleiro do Santos defende
37min - Madson faz bela jogada pela direita e cruza rasteiro. Maikon Leite desvia e Felipe espalma
MANO: O TÍTULO NA ELITE
JORGE HENRIQUE E A REAÇÃO
"Conquistamos um título invicto em um campeonato tão difícil como o Paulista. Ser campeão era um sonho no começo e, da forma como construímos, deixa o treinador muito feliz. O torcedor também merece demais. Foi muito duro depois de tudo o que passamos na Série B e neste ano, mas merecemos", comemorou Mano Menezes, que logo em seguida berrou "É campeão!" colado na grade com os torcedores do tobogã.

A conquista foi obtida com tamanha autoridade, que o Corinthians repetiu um feito que não conseguia há mais de 70 anos. Esta foi a quinta vez na história que o time alvinegro venceu o Paulistão de maneira invicta. Todas as outras vezes, no entanto, ocorreram há muito tempo - a última delas foi em 1938.

Antes da partida, a expectativa girava em torno da possibilidade de o Santos conquistar uma virada histórica. Os comandados de Vagner Mancini precisavam triunfar por três gols de diferença e bater uma equipe com média de apenas 0,77 gols sofridos por jogo. Não só isso, como o time da Baixada tinha que superar a massa de torcedores fanáticos e sedentos pelo título corintiano no Pacaembu.

No começo do duelo, o Corinthians se deparou com um Santos ousado e rápido pelas pontas. Ao mesmo tempo, o time anfitrião não ficou recuado, o que deixou o jogo com espaço para ambas as equipes. Mas aos poucos, o clube da Baixada começou a se impor e criar chances claras com boas movimentações de Paulo Henrique e Madson.

Veloz em campo, o Santos se animou com as oportunidades e aumentou a esperança de sua torcida ao balançar a rede aos 27min. Kléber Pereira sofreu pênalti de Felipe e se encarregou da cobrança para marcar em seguida. O gol deixou os ânimos mais exaltados nos dois lados, tanto dos jogadores como dos técnicos, que reclamavam muito com o juiz.

Thiago Bernardes/UOL
Taça "pega fogo" e assusta capitão William na entrega da taça do título paulista
LEIA A NOTA COMPLETA
ELIAS TEM FUTURO INDEFINIDO
DENTINHO ALIVIADO COM TAÇA
Foi quando o Corinthians, em uma atuação ruim até então, conseguiu empatar. André Santos apareceu de trás como elemento surpresa na esquerda e chutou forte para deixar tudo igual. No fim do primeiro tempo, os visitantes deixaram o gramado reclamando do juiz e da atitude dos rivais, que teriam retardado o jogo de maneira intencional ao pedir a reposição de bolas murchas. "Faltam critérios. Ele [Sálvio Spínola] tem que apitar de uma forma justa", afirmou Vagner Mancini.

A etapa final começou com o Santos ofensivo outra vez e com quase 60% de domínio da posse de bola. Entretanto, os anfitriões voltaram do intervalo melhor postados na marcação e seguraram os avanços do adversário.

ANÁLISE DE JUCA KFOURI
Juca
O Corinthians, depois da humilhação, volta a ocupar seu lugar
BLOG DO JUCA KFOURI
Com o decorrer do tempo, a equipe da Vila Belmiro teve menos força na frente, o que incentivou os contra-ataques do Corinthians. A partir dos 33min, a torcida começou a entoar "É campeão!". Cinco minutos depois, Domingos foi expulso após falta em Ronaldo, o que apenas deixou os fãs mais extasiados até o apito final, com os gritos de "olé". Ao Santos, restou lamentar pelo resultado depois da arracanda do time na parte final do Campeonato Paulista.

"Chegamos na decisão com muitas dificuldades para reverter uma auto-estima que estava lá embaixo. Perdemos, mas mostramos para o Brasil inteiro que poderíamos ter vencido a competição", opinou o técnico Vagner Mancini, contratado no meio do Estadual.

CORINTHIANS 1 X 1 SANTOS

Data: 03/05/2009 (domingo)
Local: estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Árbitro: Sálvio Spínola Fagundes Filho (SP)
Auxiliares: Vicente Romano Neto (SP) e Giovani Cesar Canzian (SP)
Cartões amarelos: Felipe, Elias, Cristian, Dentinho, Douglas (COR); Neymar, Fabiano Eller, Roberto Brum, Germano, Domingos 2 (SAN)
Cartão vermelho: Domingos (SAN)
Público: 36.860 torcedores
Renda: R$ 1.894.376,00
Gols: Kléber Pereira, aos 27min, André Santos, aos 33min do primeiro tempo

Corinthians
Felipe; Alessandro, William, Diego e André Santos (Wellington Saci); Cristian, Elias e Douglas (Fabinho); Dentinho (Morais), Ronaldo e Jorge Henrique
Técnico: Mano Menezes

Santos
Fábio Costa; Luizinho (Molina), Domingos, Fabiano Eller e Triguinho; Roberto Brum, Germano e Paulo Henrique (Robson); Madson, Neymar (Maikon Leite); Kléber Pereira
Técnico: Vagner Mancini

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Veja como foi o fim de semana da morte de Senna.


Acidente de Senna aconteceu na curva Tamburello
Acidente de Senna aconteceu na curva Tamburello

1º de maio de 2009
Anton Want/Allsport/Getty Images

O GP de San Marino de Fórmula 1 de 1994, além de ser a última prova em que um piloto morreu na pista, também é lembrada como uma das mais trágicas da história da categoria, não só pela morte de Ayrton Senna, como também a do austríaco Roland Ratzenberger no treino classificatório. Confira como foi o fim de semana trágico que completa 15 anos nesta sexta-feira:

Sábado fatal de Ratzenberger

Na sessão de treino de classificação para o GP de San Marino de Fórmula 1, em 1994, no circuito de Ímola, Roland Ratzenberger - que estava em sua primeira temporada na F1 - não conseguiu contornar a curva Villeneuve e bateu com o seu carro em uma barreira concreta de forma quase que frontal, provocando, pela força do impacto, uma fratura em seu crânio.

Ratzenberger havia passado uma volta antes sobre a zebra da chicane Acque Minerali e o que se especula é que, naquele momento, sua asa dianteira foi danificada. Infelizmente, em vez de retornar aos boxes como era de se esperar, o austríaco tentou dar outra volta rápida. Ao alcançar os 306 km/h, seu carro sofreu com a falha na asa dianteira e ficou incontrolável.

O treino de classificação foi paralisado e os 40 minutos restantes foram cancelados. Mais tarde, já no hospital, foi anunciado que Ratzenberger havia sucumbido diante dos múltiplos ferimentos e morrido.

Sua morte significou o primeiro acidente fatal na Fórmula 1 em um fim de semana de um GP desde a etapa do Canadá de 1982, quando Riccardo Paletti morreu. Também se passaram oito anos desde que Elio de Angelis morreu testando com uma Brabham no circuito de Paul Ricard.

O médico Sid Watkins, então chefe da equipe médica de pista da Fórmula 1, se recorda até hoje da reação de Ayrton Senna com a triste notícia da morte de Ratzenberger. "Ayrton chorou sobre meu ombro", disse.

Watkins tratou de convencer Senna a não correr no dia seguinte: "o que mais você precisa fazer? Você já foi campeão mundial três vezes, obviamente é o piloto mais rápido. Deixe isso e vamos pescar", disse. Mas Ayrton foi insistente: "Sid, tem certas coisas que não podemos escolher. Não posso me retirar, tenho que correr", afirmou.

Senna havia feito a pole position em Ímola, diante do líder do campeonato Michael Schumacher. Gerhard Berger se classificou em terceiro e Damon Hill, companheiro de equipe de Senna, emplacou a quarta colocação. O tempo registrado por Ratzenberger antes de seu fatal acidente o deixaria no 26º lugar do grid, em último.

A última curva de Ayrton

Veio o domingo e, no início da corrida, J. J. Letto, deixou a pista com sua Benetton e Pedro Lamy, que largou mais atrás, acertou a parte traseira do carro do adversário. No acidente, rodas e pedaços dos veículos saltaram pelos ares.

Partes dos carros voaram por cima do muro de segurança que protegia os espectadores, causando feridas leves em nove pessoas. O acidente também forçou a saída do safety car e todos os demais pilotos tiveram que conservar suas posições atrás dele, enquanto guiavam em baixa velocidade.

Durante esse período, a temperatura os pneus baixou pelo fato dos carros andarem em baixa velocidade. Na habitual reunião dos pilotos antes da prova, Senna, junto a Berger, havia expressado sua preocupação de que o satefy car não fosse suficientemente rápido para manter alta a temperatura dos pneus.

Quando foi informado que a pista estava limpa, sem os pedaços de carros, o safety car retornou aos boxes, a corrida foi retomada e os carros voltaram à velocidade normal.

Duas voltas depois do reinício da prova, Ayrton Senna liderava a prova, logo à frente de Michael Schumacher, quando seu carro saiu da pista na curva Tamburello e, depois de desacelerar de 306 km/h a 211 km/h, acertar uma barreira concreta. Às 14h17 (horário local), uma bandeira vermelha foi exibida para indicar que a prova havia sido interrompida e Watkins chegou ao local do acidente para atender Senna.

Quando se mostra a bandeira vermelha em uma corrida, todos os carros devem baixar a velocidade e retornar aos boxes até receberem um novo aviso. Isso foi feito em 1994, em Ímola, para proteger os comissários e membros da equipe médica que estavam no local de acidente e permitir o acesso mais rápido de veículos de emergência à pista.

Porém, a equipe Larrousse permitiu, eu uma atitude errada, que o piloto Erik Comas deixasse os boxes com o circuito todo cercado por bandeiras vermelhas. Os comissários agitaram freneticamente suas bandeiras para alertar Comas enquanto ele se aproximava do local do acidente em alta velocidade. John Watson, ex-piloto australiano, descreveu o incidente como "a coisa mais ridícula que ele viu na vida". Comas evitou bater nos paramédicos e veículos que estavam no circuito, porém, depois de passar pelo local do acidente com Senna, ficou tão chocado que decidiu abandonar a prova.

As imagens de Senna sendo atendido foram exibidas pelo sinal mundial de TV gerado pela emissora italiana RAI e mostraram muito claramente a gravidade da situação. Senna foi retirado de uma destroçada Williams e encaminhado via helicóptero para o Hospital Maggiore, nas cercanias de Bolonha. As equipes médicas continuaram o atendendo durante o vôo.

A prova foi retomada 37 minutos depois do acidente com Senna, às 14h55 (horário local), e Michael Schumacher foi o vencedor daquele GP, com o italiano Nicola Larini e o finlandês Mika Hakkinen completando o pódio, respectivamente.

Duas horas e vinte minutos depois que Schumacher recebeu a bandeirada, às 18h40 (horário local), a médica Maria Teresa Fiandri anunciou que o brasileiro Ayrton Senna da Silva, 34 anos, havia morrido. No entanto, o horário oficial de sua morte foi dado como às 14h17 (horário local), indicando que Senna tinha morrido no momento do acidente por causa de uma peça do carro que perfurou o capacete e o crânio do piloto, de acordo com a autópsia.

A chegada do corpo de Senna em sua cidade natal, São Paulo, foi emocionante, com mais de três milhões de pessoas acompanhando o cortejo fúnebre, recebido com honras de chefe de Estado. Um anônimo admirador que aguardava a passagem do cortejo mostrou um cartaz que resumiu a tristeza entre os presentes: "Ayrton morreu. Que faremos agora?".

Redação Terra

Após 15 anos da morte de Senna, Brasil amarga queda e fica atrás até de Alonso.


Fernando Narazaki
Em São Paulo
Arte UOL

Há exatos 15 anos, o Brasil lamentava a morte de Ayrton Senna com o trágico acidente na curva Tamburello, no GP de San Marino. E mais do que um ídolo, o tempo provou que o país perdeu o último campeão na Fórmula 1, além de deixar de figurar entre as grandes forças da modalidade. De segunda maior nação, o Brasil caiu para quarta ou até quinta maior potência na categoria, mesmo tendo nos últimos dez anos um piloto dirigindo pela Ferrari.

Para se ter uma ideia, antes da morte de Senna o país era o segundo com mais vitórias (79), graças principalmente ao trio Senna, Emerson Fittipaldi e Nelson Piquet, responsável por oito títulos na F-1 e 78 triunfos. Além deles, o outro brasileiro que subiu no lugar mais alto do pódio foi Jose Carlos Pace, no GP Brasil-1975.

Arte UOL


O trio também foi essencial para colocar a nação como segunda em poles (96) e terceira em pódios (184) e em número de voltas mais rápidas (55). O Brasil era superado apenas por Grã-Bretanha (em todos os itens citados) e pela França (em pódios e voltas rápidas), isso sem contar o fato de ter oito títulos, apenas três a menos que os britânicos.

Mas a morte repentina do tricampeão deixou uma lacuna que nunca mais foi ocupada, mesmo tendo 13 pilotos representando a bandeira nacional nos 15 anos que sucederam a perda de Senna. Somados, os 13 brasileiros tiveram números inferiores em comparação com uma dupla de finlandeses (Mika Häkkinen e Kimi Räikkönen) e com um espanhol (Fernando Alonso), todos campeões da F-1 no período, isso sem contar o recordista alemão Michael Schumacher.

Arte UOL



Neste período, o Brasil foi apenas o quinto país com mais vitórias na categoria (20), atrás inclusive do número de triunfos obtido por Alonso (21), que só iniciou a trajetória na F-1 em 2001. Além do espanhol, os brasileiros ainda ficaram abaixo de alemães (97), britânicos (53) e finlandeses (38), estas mesmas nações que superaram o Brasil em poles, pódios e voltas mais rápidas nestes 15 anos.

A queda de produção veio justamente em um ciclo que o país teve muitos pilotos na categoria (13, apenas um a menos do que teve nos 44 anos anteriores de F-1), sendo que um deles esteve na Ferrari nas últimas dez temporadas. Rubens Barrichello defendeu a equipe italiana entre 2000 e 2005, sendo sucedido por Felipe Massa, que é piloto titular nas últimas quatro edições. Ambos somaram 20 vitórias, enquanto os outros dois pilotos no período (Schumacher e Räikkönen) ganharam 64 vezes, sendo que o alemão ganhou cinco títulos e o finlandês, um. A Ferrari ainda levou por sete vezes a taça de construtores.

Arte UOL

Nestes dez anos, Finlândia, Alemanha, Espanha e Grã-Bretanha tiveram também pilotos em grandes equipes, mas com uma produção bem melhor. Sozinho, Schumacher deu 91 triunfos aos alemães, apenas oito a menos que o Brasil obteve em todos os tempos, e ainda impulsionou a geração de seu país que vem sendo maioria nas últimas temporadas. Em 2009, a Alemanha tem cinco representantes (Adrian Sutil, Nick Heidfeld, Timo Glock, Sebastian Vettel e Nico Rosberg) na categoria.

A Grã-Bretanha foi campeã com Damon Hill e Lewis Hamilton, este o mais jovem piloto a vencer o Mundial, a Espanha foi bi com Alonso e a Finlândia colecionou três taças (dois com Häkkinen e uma com Räikkönen). A situação do Brasil só não foi pior nestes 15 anos pois outras duas nações tradicionais, França e Itália, também tornaram-se coadjuvantes e não voltaram a ter campeões.

A temporada 2009 pode servir como um duro exemplo dos 15 anos vividos após a morte de Senna. Na atual edição, os três pilotos do país perdem de seus companheiros de equipe. Apesar de ser segundo do Mundial, Barrichello está 12 pontos atrás do inglês Jenson Button, seu parceiro na Brawn GP, que ganhou três das quatro corridas. O experiente brasileiro só foi uma vez ao pódio. Felipe Massa e Nelsinho Piquet não somam pontos, enquanto Räikkönen tem três na Ferrari e Alonso ganhou cinco com a Renault.

UOL


Após cinco anos, maior ampliação da UE ainda expõe diferenças entre novos e antigos países-membros, diz especialista.



Edílson Saçashima
Do UOL Notícias
Em São Paulo

Em 1º de maio de 2004, a União Europeia sofria a sua maior ampliação da história. A UE, então com 15 países-membros, passava a contar com 25. A mudança provocou transformações em todos os níveis, desde a mudança do perfil da produção regional até a necessidade de tradutores para adaptar documentos e textos para o idioma dos novos membros. Os últimos cinco anos não foram suficientes para resolver as diferenças. Hoje com 27 países-membros, a UE ainda sofre com os desequilíbrios causados pela grande ampliação de 2004. E a solução não deve vir a curto prazo, segundo especialista entrevistado pelo UOL Notícias.

"Um dos problemas da ampliação de 2004 e que permanece hoje é o afluxo de imigrantes clandestinos, principalmente de jovens, dos novos países-membros para a Europa Ocidental, principalmente para a Áustria, Alemanha, França e Bélgica", diz Franklin Trein, cientista político e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Os dez novos países-membros representaram o aumento de 75 milhões de habitantes à União Europeia e o aumento em um terço o território do bloco.

Os países integrados em 2004 vêm cumprindo uma agenda gradual de ampliação de sua participação na UE. A premissa da UE é a livre circulação de capital, mercadorias, serviços e pessoas. "Na prática, isso significa que, por exemplo, um alemão pode se instalar em Londres. No entanto, esse direito ainda não foi estendido para os cidadãos dos novos países-membros", diz Trein.

Xadrez geopolíticoA grande ampliação da UE em 2004 está inserida no contexto do fim da Guerra Fria com a queda do Muro de Berlim. O fim da União Soviética com todas as alterações que se seguiram foi um fenômeno que os europeus não previam. "A queda do Muro de Berlim significou que a Europa tinha mudado completamente nas relações políticas e sociais. E isso exigia uma resposta imediata e construtiva", analisa Trein.

Brasil não tirou proveito da oportunidade criada com a ampliação

Na época da ampliação, exportadores brasileiros temiam perder o mercado devido à concorrência dos novos países-membros. Isso não aconteceu. Por outro lado, o Brasil perdeu a oportunidade de ampliar o seu mercado, segundo Franklin Trein.

"Do ponto de vista do comércio, a ampliação da UE teve efeitos quase nulos ao Brasil, que exporta carne, soja e café para aqueles países. Não aproveitamos, e continuamos não aproveitando, a oportunidade de conquistar mercados nesses países em que tínhamos relações mínimas", diz.

A dissolução da antiga Iugoslávia foi outro fenômeno que incentivou a ampliação da UE. O conflito nos Bálcãs marcou o fim do mais longo período de paz na história da Europa, que não era palco de uma guerra desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O susto teve como efeito a rápida aceitação do pedido de integração da Eslovênia, um dos países que surgiu da dissolução da Iugoslávia, na UE em uma tentativa de minimizar a tensão na região. A rapidez com que a Eslovênia foi aceita incentivou outros países a entrarem com o pedido.

Também há especificidades que atendiam a interesses europeus. Malta, por exemplo, fica no meio do mar Mediterrâneo, uma localização estratégica do ponto de vista geopolítico para a UE observar o Oriente Próximo. "O país é quase um porta-aviões no Mediterrâneo", compara Trein.

Por outro lado, o jogo de xadrez político tornou-se mais complexo. A adesão de Chipre, por exemplo, traz à tona a tensão entre cipriotas de origem grega e os de origem turca, o que pode provocar atritos com a Grécia, outro membro da UE.

A ampliação também exigiu um rearranjo da distribuição do orçamento da UE para poder recuperar a economia dos novos países-membros. Com isso, algumas regiões passaram a receber uma fatia menor do orçamento e alguns contribuintes tiveram que arcar com valor maior no bolo.

A UE também ganhou uma proporção maior de população rural. Acrescente-se a isso as diferenças culturais entre países ocidentais capitalistas e os novos membros com um histórico socialista.

Devido a todos esses ingredientes, os cinco anos da UE ampliada parecem pouco para desfazer as diferenças. "O processo de ampliação foi complicado e não se concluiu até hoje. Talvez seja preciso mais dez anos para a UE encontrar o seu equilíbrio", diz Trein.

UOL